Jonathan
Edwards
“...A seu tempo,
quando resvalar o seu pé...” (Deuteronômio 32:35)
7. O fato de não haver sinais visíveis da
morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento, sequer segurança para
os ímpios. O fato do homem natural ter boa saúde, de não prever que poderia
deixar este mundo num minuto por um acidente, de não haver perigo visível à sua
volta, nada disso lhe serve de segurança. Contínuas e inúmeras experiências
humanas, em todas as épocas, nos mostram que não existem provas de que o homem
não esteja à beira da eternidade, ou de que seu próximo passo não venha a ser
no outro mundo.
Os caminhos
e meios, invisíveis e imprevistos, de chegar lá são incontáveis e
inconcebíveis. Os homens não convertidos caminham por cima das profundezas do
inferno, sobre uma superfície frágil onde existem várias áreas quebradiças,
também invisíveis, as quais não conseguirão aguentar o seu peso. As flechas da
morte voam ao meio-dia sem serem vistas. O olhar mais atento não pode
distingui-las.
Deus tem
muitas maneiras diferentes e misteriosas de tirar os homens pecadores do mundo e
despachá-los para o inferno. Não há nada que faça crer que o Senhor precise de
ajuda de um milagre, ou que necessite Se desviar do curso natural de Sua
providência para destruir qualquer pecador, a qualquer momento. Desde que todos
os meios para fazer os ímpios deixarem este mundo estão de tal forma nas mãos
de Deus, tão absoluta e universalmente sujeitos ao Seu poder e determinação,
segue-se que a ida dos pecadores para o inferno a qualquer momento depende
simplesmente da vontade de Deus – quer usando meios ou não.
8. O cuidado e a prudência dos homens
naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado de terceiros em preservá-las,
não lhes dá segurança por um momento sequer. A providência divina e a
experiência humana testificam isso. Existem evidências claras de que a
sabedoria dos homens não lhes é segurança contra a morte. Se não fosse assim,
haveria uma diferença entre a morte prematura e inesperada de homens sábios e
prudentes, e dos demais. Mas o que acontece realmente? “Como morre o homem
sábio? Assim como o tolo” (Eclesiastes 2:18).
9. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para
escaparem do inferno não os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam
a rejeitar a Cristo, e, portanto permanecem ímpios. Quase todos os homens
naturais que ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de que vão escapar dele.
Quanto a sua própria segurança, confiam em si mesmos. Vangloriam-se do que
fizeram, do que estão fazendo e do que pretendem fazer. Cada um traça seu
próprio plano, pensa em como evitar a condenação, e se vangloria e que irá tramar
tão bem todas as coisas que seu esquema, com certeza, não falhará.
Na verdade,
eles ouvem dizer que poucos se salvam, e que a maior parte dos homens que já
morreram foi para o inferno; mas cada um deles se imagina capaz de planejar
melhor a própria fuga, do que os outros puderam fazer. Dentro de si mesmos
dizem que não pretendem ir para esse lugar de tormento, e que pretendem tomar
todo o cuidado necessário, esquematizando as coisas de tal forma a não terem
possibilidade de falhar. Mas os insensatos filhos dos homens iludem-se
miseravelmente quanto a seus próprios planos. A confiança que depositam na
própria força e sabedoria, é o mesmo que confiar na fragilidade de uma sombra. (continua)
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