JONATHAN EDWARDS
“...A seu tempo,
quando resvalar o seu pé...” (Deuteronômio 32:35)
5. O diabo está pronto a cair sobre os
ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua, no momento em que Deus o
permitir. Eles lhe pertencem, suas almas encontram-se em seu poder e sob o
seu domínio. As Escrituras os apresentam como propriedade de Satanás (Lucas
11:21). Os demônios os espreitam, estão sempre ao seu lado, à sua direita,
esperando por eles como leões esfaimados e enfurecidos que veem a presa,
aguardando a hora de agarrá-la, mas são restringidas por enquanto.
Se Deus
retirasse Sua mão, a qual os refreia, eles cairiam sobre suas pobres almas num
instante. A velha serpente está pronta para dar o bote. O inferno escancara sua
boca para recebê-los. E se Deus permitisse, seriam rapidamente engolidos e
consumidos.
6. Nas almas dos pecadores reinam aqueles
princípios diabólicos que os faria arder agora mesmo no inferno, se não fosse a
restrição imposta por Deus. Existe na própria natureza carnal do homem uma
potencialidade alicerçando os tormentos do inferno. Há aqueles princípios
corruptos que agem de maneira poderosa sobre eles, que os dominam
completamente, e que são sementes do fogo do inferno. Esses princípios são
ativos e poderosos, de natureza extremamente violenta, e se não fosse a mão
restringidora do Senhor sobre eles, seriam logo destruídos. Iriam ardem em
chama da mesma forma que a corrupção e a rebeldia fazem arder os corações das
pessoas condenadas, gerando nelas os mesmos tormentos.
As almas
dos ímpios são comparadas nas Escrituras com o mar agitado (Isaías 57:20). Por
enquanto Deus controla as iniquidades deles pelo Seu imenso poder, como faz com
as ondas enfurecidas do mar, dizendo: “Virão até aqui, mas não prosseguirão”.
Mas se Deus retirasse deles seu poder refreador, seriam todos tragados por
elas. O pecado é a ruína e a miséria da alma. Ele é destrutivo pela própria
natureza. E se Deus o deixasse sem controle, não seria preciso mais nada para
tornar as almas humanas absolutamente miseráveis. A corrupção do coração do
homem é algo cheio de fúria incontrolável e sem freio. Enquanto os pecadores
viverem aqui, essa fúria será como fogo reprimido pelas restrições divinas. Ao
passo que, se fosse liberada, incendiaria o curso natural da vida. E como o
coração é um poço do pecado, este mesmo pecado iria imediatamente transformar a
alma num forno incandescente ou numa fornalha de fogo e enxofre, caso não fosse
restringido.
7. O fato de não haver sinais visíveis da
morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento, sequer insegurança
para os ímpios.
(continua)
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