“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te”Apocalipse 3:19)
Prezado leitor, o
que acontece quando o zelo é passageiro? Sabemos que muitos agem zelosamente,
mas tal zelo passa como fumaça e derrete-se como gelo; o combustível carnal
acaba logo e o veículo para de
funcionar. O rei Joás foi assim (2 Crônicas 24). Enquanto tinha Joiada como seu
tutor espiritual, Joás dava a impressão que seria um grande líder espiritual em
Judá. Seu zelo era impressionante, pois arrumava a casa de Deus tão destruída
no reinado da perversa Atalia. Mas, quando morreu Joiada – um homem grandemente
usado por Deus para o bem espiritual da nação; quando o obstáculo saiu de cena,
então Joiada retirar sua máscara de espiritualidade e mostrou suas garras
cruéis de um homem perverso e assassino.
Ó, quão perigoso e
letal é esse zelo! O coração endurecido e perverso fica encoberto com uma capa
de maliciosa espiritualidade e com grande disposição de oferecer o melhor de
si, mas seu objetivo é alcançar o favor imediato de Deus, afim de que seus
objetivos sejam alcançados. O perverso Jeroboão agiu assim, pois quando a
punição imediata de Deus veio sobre ele para endurecer seu braço, imediatamente
o medo surgiu e uma breve humildade apareceu em forma de súplica (1 Reis 13:6).
Mas assim que o Deus de compaixão ouvindo a petição do profeta restaurou o
braço ressecado do rei, imediatamente o “motor” da perversidade voltou a
funcionar, fazendo com que Jeroboão prosseguisse em seu reinado de impiedade,
trazendo para si e para sua descendência terríveis castigos e punições eternas
de Deus.
Há um zelo
passageiro também, quando aparece uma brilhante luz de despertamento ao
derredor. Foi assim no ministério de João Batista. Claro que milhares de homens
realmente se converteram, mas boa parte foi influenciada apenas no momento
enquanto brilhava a luz profética de João Batista. Quantos ficaram empolgados!
Quantos puderam consertar suas vidas naqueles dias! Quantos pensavam erradamente
que João era o próprio Messias prometido! Mas assim que a luz profética de João
Batista foi apagada pela sua prisão e morte, rapidamente apagou o dramático e
eufórico zelo que havia ocupado o coração de milhares. Como podemos saber disso? Ora, o objetivo daquele profeta era
preparar o caminho do Senhor. Assim que ele saiu de cena e o Rei da Glória
entrou, então ficou estampado na face de milhares o quanto o zelo passageiro
torna as pessoas ainda mais endurecidas e cruéis. Cristo deixou isso claro para
os judeus endurecidos. Quando a luz celestial brilhou perante eles, então
puderam revelar o intenso ódio que tinham contra a verdade. Veja o que nosso
Senhor falou-lhes a respeito de João Batista em João 5:35: “Ele
era a lâmpada que queimava e iluminava, e vós quisestes por algum tempo,
alegrar-vos com a sua luz”.
Caro leitor, João
Batista não era o “sol da justiça”; era apenas uma lamparina acesa, assim como
qualquer outro profeta ou pastor. A morte chega e essas “candeias” logo se
apagam e são substituídas por outras. Muitos corações parecem que são
derretidos por essas “lamparinas”, pois ficam empolgadas e acham que realmente
se converteram; se tornam discípulos dos homens, mas mostram sua obstinação
contra o Senhor quando encaram a verdade acerca de seus pecados e da
necessidade de arrependimento. Para milhares determinados pregadores e
celebridades religiosas passam a serem seus caminhos, devido à idolatria
inerente. As multidões são ágeis em trocar a glória que pertence a Deus, a fim
de atribuir aos homens (Romanos 1:23).
Pode bem ser que a
meditação de hoje tenha encontrado uma alma assim, cercada do perigo desse zelo
passageiro. Caro leitor, se o zelo não levar o homem ao arrependimento e
consequentemente aos pés do Salvador bendito, tal zelo não terá qualquer valor.
Toda finalidade da verdadeira pregação é a glória de Deus e a salvação eterna
dos pecadores! Que hoje possa ser o momento maravilhoso para a genuína
conversão de milhares que venham a ter acesso a essas verdades reveladas!
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