sábado, 19 de julho de 2014

UM PROFETA DEPRIMIDO




Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Reis 19:4).
         Caro leitor podemos aprender muito por meio da vida de outras pessoas. A experiência de Elias nos serve de grande alento e conforto, quando passou por esse cavernoso momento de depressão. Somos enganados quando pensamos nesses grandes homens de Deus, como se fossem elementos perfeitos. Tiago afirma que Elias era semelhante a nós, cheio de fraquezas. Então, aqueles que estão cansados, provados, desfalecendo e passando por outras circunstâncias desalentadoras, podem ver que homens que andaram com Deus e que ouviram Sua voz experimentaram o que nós, pobres seres humanos também enfrentamos dia a dia. O que podemos aprender de Elias?
         1.      Elias era um ser humano, caído como qualquer um de nós (Tiago 5:17). Ele falhou como nós falhamos. Normalmente após um momento de grande vitória espiritual, assim como Elias somos colocados no pó da tristeza e melancolia, a fim de que jamais venhamos a nos exaltar. Ali estava um homem que enfrentou Acabe com numerosos falsos profetas, e sem medo levou-os a derrota e morte. Mas, assim que passa um momento tão glorioso de vitória, eis que Jezabel aparece como uma pugilista e seu golpe em palavras ameaçadoras, de longe nocauteia o profeta. Caro leitor, não esqueçamos que muitos santos, como Pedro, Abraão, Moisés e outros também fracassaram. Nós somos diferentes deles?
         2.      Elias experimentou uma terrível reação. Ainda não chegamos ao tope da glória, por isso quando subimos, vezes após vezes descemos. A glória é de Deus e não de um Elias ou de qualquer outro ser humano. É profunda a depressão e sua profundidade assemelha a altura que nós subimos. Ainda estamos neste corpo mortal e por ele que caminhamos por este mundo na peregrinação.
         3.      A grande vitória no Monte Carmelo, a destruição dos falsos profetas e a corrida inacreditável acompanhando a carruagem de Acabe, sem qualquer dúvida deixou o profeta cansado. Caro leitor, somos extremamente limitados e as vitórias e bênçãos alcançados aqui provam que toda boa obra é feita por Deus por nós e em nós. Quando o Senhor retira Sua mão de poder, Ele permite que vejamos o quanto somos fracassados.
         4.      Seu desejo pela morte foi estúpido e tolo. Parecia algo plausível de glórias, mas na realidade era manifestação de covardia. Se ele fugiu da perseguição, porque estava com medo da morte, por que agora pede que Deus tire sua vida? Veja leitor, o quanto somos insensatos! Veja que é na depressão que mostramos dó de nós mesmos e que nossas palavras demonstram nossa pobreza e autocompaixão. Mas Deus nunca tem dó de nossa falta de fé e coragem, pois tal atitude demonstra falta de confiança em Deus.
         Caro leitor, que fujamos das nossas imprudências! Que possamos manter ousadia e coragem, mas numa contínua confissão de nossa miséria e dependência da graça. O Soberano Senhor nos usa neste mundo segundo as Suas misericórdia e não conforme nossa capacidade, porquanto para Seu servimos não há sequer um crente que tenha qualquer serventia.

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