SPURGEON
III. Agora chegamos ao nosso terceiro ponto, UM EVANGELHO ADMIRADO; para
os chamados por Deus, é o poder de Deus, e a sabedoria de Deus. Agora, amados,
este deve ser um assunto de pura experiência entre as vossas almas e Deus. Se
sois chamados por Deus no dia de hoje, sabê-lo-eis. Eu sei que há momentos
quando o Cristão deve dizer,
“É o ponto que anelo conhecer,
Frequentemente gera um pensamento ansioso;
Amo, ou não amo ao Senhor?
Sou Seu, ou não sou?”
Mas se um homem nunca na sua vida teve
a certeza de ser Cristão, nunca foi um Cristão. Se nunca teve um momento de fé,
no qual pudesse dizer: “Eu sei em Quem tenho crido,” penso que não estou sendo
sério quando afirmo que esse homem não pôde ter nascido de novo; pois não posso
entender como um homem possa nascer de novo e não o saiba; não entendo como um
homem possa ter sido assassinado e reviva, sem que se dê conta; como um homem
possa passar da morte para a vida, e não o saiba; como um homem possa ser
chamado das trevas para uma luz admirável e não se dê conta disso. Eu tenho a
certeza que o sei, quando grito repetidamente a minha velha estrofe,
“Agora livre de pecado caminho em liberdade,
O sangue do meu Salvador é a minha total libertação;
A Seus pés amados contente me sento,
Um pecador salvo, homenagem rendo.”
Há momentos
nos quais os olhos brilham cheios de gozo; e nos quais podemos dizer, “estamos
persuadidos, confiados, seguros.” Eu não queria angustiar a ninguém que tenha
dúvidas. Frequentemente prevalecerão pensamentos sombrios; há ocasiões nas
quais vós poderíeis ter o temor de não terdes sido chamados; quando tendes
dúvidas do vosso interesse em Cristo. Ah, que grande misericórdia é que não
seja o vosso afeto por Cristo o que vos salve, mas que Cristo vos sustente a
vós!
Que doce realidade é que
não depende de como vos agarrais à Sua mão, mas de como Ele Se agarra à vossa
mão, isso é que vos salva. Sem embargo, eu creio que vós deveis saber num
momento ou noutro, se sois chamados por Deus. Se é assim, seguir-me-eis na
parte seguinte do meu sermão, que é um assunto de pura experiência; para nós
que somos salvos, é “Cristo poder de Deus, e sabedoria de Deus.”
O Evangelho é
para o verdadeiro crente uma coisa de poder. É Cristo o poder de Deus. Ai! há
um poder no Evangelho de Deus que está além de toda a descrição. Uma vez eu,
como Mazepa, atado sobre o cavalo selvagem da minha luxúria, atado de pés e
mãos, incapaz de resistir, ia galopando açoitado pelos lobos do Inferno, que
uivavam atrás do meu corpo e da minha alma, como sua presa justa e legal. Mas,
veio uma poderosa mão que deteve o cavalo selvagem, cortou as minhas ataduras,
baixou-me e conduziu-me à liberdade. Há poder ali, meu amigo? Ai! Há poder, e
quem o haja sentido deve reconhecê-lo.
Houve um
tempo no qual eu vivia no impenetrável castelo dos meus pecados, e confiava nas
minhas obras. Mas veio um pregoeiro à porta, e ordenou-me que a abrisse. Cheio
de ira repreendi-o do vestíbulo e disse-lhe que ele nunca entraria. Veio logo
uma Personagem com bom aspeto, com um rosto cheio de amor; as Suas mãos tinham
as marcas de cicatrizes produzidas por pregos, e os Seus pés também tinham
marcas de pregos; Ele levantou a Sua cruz, usando-a como um martelo; ao
primeiro golpe, a porta de meu preconceito sacudiu-se; ao segundo golpe, tremeu
mais; ao terceiro, derrubou-se, e Ele entrou; e disse: “Levanta-te, e põe-te de
pé, pois te tenho amado com amor eterno.” Uma coisa de poder! Ah!, é uma coisa
de poder. Eu tenho-a sentido aqui, neste coração! Tenho dentro de mim o
testemunho do Espírito, e sei que é uma coisa de poder porque me conquistou;
dobrou-me.
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