quinta-feira, 10 de julho de 2014

MISERICÓRDIA (7)



As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não tem fim” (Lamentações 3:22)
AO RETIRAR AS MISERICÓRDIAS DE DEUS APARECE O JUÍZO: “...são a causa de não sermos consumidos...”
         Caro leitor, prossigo para mostrar o quanto é terrível e avassalador para os homens quando Deus retira Sua misericórdia. Os santos do Velho Testamento, ligados à aliança da lei mostram em palavras o real significado desse afastamento de Deus. Por vezes vemos a expressão: “...faze resplandecer o teu rosto e seremos salvos” (Salmo 80:18). O que significa isso? Os santos entendiam bem que quando Deus retirava Sua face, era sinal claro de miséria e de domínio dos inimigos. Quando rogavam pelas misericórdias de Deus, a Sua face de graça era aquilo que mais desejavam. Foi exatamente isso que Moisés tanto pediu ao Senhor, quando Israel fez o bezerro de ouro aos pés do Sinai. Aquele homem rogou a presença do Senhor e o sinal dessa presença foi quando Deus voltou sua face, aceitando as súplicas de Seu servo (Êxodo 34:1-9).
         Caro leitor, a natureza enganosa do homem se engana ao pensar que a felicidade é achada neste mundo e nos bens desta vida. Volto a afirmar que tudo aquilo que tanto a nossa natureza carnal e terrena almeja é tão tênue e sempre está dando adeus. Os homens neste mundo lutam por aquilo que jamais hão de segurar; lutam por aquilo que certamente hão de deixar. Caro leitor, tudo aquilo que tanto odiamos aqui é o que permanece. Permanece a dor, permanece a fome, a sede, a tristeza, a miséria, etc. Elas estão aí, estão presentes e denunciam nossa culpa, miséria e são lembretes do sofrimento eterno. Note bem que mesmo em sua eminente posição, Herodes era insensato o suficiente para não perceber essas coisas e dar glórias a Deus. Quando a morte chegou de forma inesperada, todo seu anseio por fama e prazeres desapareceu imediatamente e a morte chegou para mostrar que aquele monarca tão exaltado aqui, não passava de um verme (Atos 12:20-23).
         Caro leitor, eu sei que Satanás faz de tudo para que os homens venham nutrir esperança de um mundo melhor. Quanta ilusão é posta nos corações dos homens! Quantos tentam segurar aquilo que fatalmente hão de perder! Quanto vivem dos sonhos mundanos! Nem mesmo a morte rondando neste mundo e mostrando todo seu sucesso realizado na história dos homens, faz com que os homens parem para meditar nessas coisas. Toda tentativa é cobri-las e ignorá-las. Os resultados do pecado são permanentes neste mundo e andamos por lugares perigosos.
         Outro detalhe é que a condição do homem no pecado afirma que ele precisa ser consumido.  O dono da terra pode exigir que a árvore seja cortada pela raiz. No pecado os homens ignoram isso, acham que tudo aqui pertence aos homens e que eles têm direito de possuir o que bem quiserem. Ao entrar neste mundo, os homens já são imediatamente introduzidos nesse sistema mentiroso. A Bíblia chama isso de “curso deste mundo”. O pecado é o poder que anula qualquer compreensão da verdade de Deus. O coração suspenso pela vaidade ignora que a terra pertence ao Senhor (Salmo 24:1). Ninguém é dono de qualquer coisa; ninguém pode reter para si qualquer bem. Os homens no pecado não acreditam que o reino é de Deus. Mas a verdade é que o Senhor reina e que está sob o seu controle soberano a existência de cada pessoa aqui. A santidade de Deus revela o quanto Deus odeia o pecado e que homens e mulheres vivem neste mundo sob a constante ameaça de serem retirados daqui a qualquer instante. As obras pecaminosas requerem que os homens sejam consumidos com extrema facilidade, como se arranca qualquer erva do solo.
         Meu amigo, tudo isso prova o fato que é a misericórdia de Deus a causa do homem ainda não ter sido consumido. A misericórdia de Deus é para o homem o que o que o ar representa para a vida. Essa misericórdia conta a história da cruz, do fato que Deus enviou Seu Filho ao mundo para arrancar pecadores da maldição eterna.

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