“...O Deus em cuja
presença andaram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou durante a
minha vida até este dia, o Anjo que me
tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes, seja neles chamado o meu
nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e cresçam em multidão no meio da
terra” (Gênesis 48:15,16)
O que Jacó
falou ali usando as palavras acima mostra o que acontece na confissão de fé
todo verdadeiro crente. José pode ouvir essas palavras e pode entender Seu pai,
porque também usufruía da mesma fé e experimentou os reveses deste mundo por
meio de terríveis provações. Ali estava o idoso Jacó, um homem que no meio do
desespero e das adversidades da vida pode conhecer o Deus de seus pais. Quero
destacar três lições nessa confissão do crente Jacó, para que ao examiná-las
vejamos como cada uma delas combina com a fé verdadeira que pelo Espírito foi
dada ao crente.
1. A fé verdadeira tem uma história
verdadeira: “O Deus em cuja presença
andaram meus pais...”. Quando o homem é despertado para a salvação mediante
o sangue do Cordeiro de Deus, eis que ele passa a contemplar o histórico
daquilo que Ele, mediante a graça passou a ter e ser. Como alguém que nasce
numa família fica posteriormente sabendo que teve parentes que fizeram parte da
família na qual faz parte agora. A fé é assim, pois logo percebe que há uma
linhagem no passado e considera essa linhagem como “...meus pais...”. A fé percebe que santos no passado viveram, lutaram
e venceram para deixar as marcas indeléveis no solo deste mundo maligno.
Enquanto
isso, a fé falsa não tem nenhuma história, pois sempre se apoia no mundo e na
força da carne para viver aqui. O que Jacó confessou, jamais Esaú poderia
falar. As vidas de seus pais ficaram apagadas num coração corrompido pelas
ambições de progresso e prosperidade.
2. A fé verdadeira tem uma Rocha firmada
debaixo dos pés: “...o Deus que me
sustentou...o Anjo que me tem livrado...”. Que mudança gloriosa foi operada
na vida de Jacó! Como o Senhor usou de compaixão com Ele! Agora, depois de
todas as aflições resultantes de seus próprios erros, pode ver que o Deus
soberano carregou-o nos Seus braços de amor. Agora soube que foi Deus quem o
livrou de perigos fatais; que foi o Senhor que depois de sofrimentos em sua
própria família, eis que o Senhor lhe trouxe a alegria e gozo no tempo e no
lugar exato.
3. A fé verdadeira tem um propósito definido:
“...abençoe estes rapazes...”. Note
bem caro leitor, pois não há petições mundanas para sua descendência. O que
Jacó quer é que Deus conduza sua prole pelo mesmo caminho por onde ele foi
guiado. Jacó agora conhece o mundo por onde passou; conhece os perigos terríveis
e sabe o quão enganosa é a carne e quão indigno de confiança é o ser humano. Ele
quer o Senhor Deus em Sua família. Ele sabe que vai morrer, mas a Palavra de
Deus e Seus intentos eternos jamais morrerão. Então a fé pede essa bênção
eternal para aqueles que vão ficar aqui e ocupar o seu lugar para os santos
propósitos de Deus através de Israel.
Quão
maravilhosa é a fé que foi entregue aos santos! Ela é invencível num mundo
derrotado. Ela é imortal num mundo que perece. Ela é poderosa num mundo tão
limitado, pois vê a luz de Deus no passado, no presente e no futuro, tudo
segundo a visão de Deus.
Quão
medíocre é a fé tosca do homem natural. Ela nasce agora e morre logo. A fé
natural não tem onde se apoiar, a não ser neste mundo, por isso depende do
mundo e da força dos homens.
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