sexta-feira, 3 de maio de 2013

MEDITAÇÃO DE SPURGEON



“No mundo tereis aflições.” (João 16:33)

       CRENTE, queres saber a razão disto? Olha para cima, para teu Pai Celestial, e contempla-O tal qual Ele é: puro e santo. Sabes que um dia serás como Ele é? Tu queres ser conforme à Sua imagem, facilmente? Não queres passar pelo crisol da aflição, com o fim de te purificares? Será coisa fácil tu livrares-te da tua corrupção e fazeres-te perfeito, assim como teu Pai que está no céu é perfeito?
       Em seguida, Cristão, volta os teus olhos para baixo de ti. Sabes que inimigos tens debaixo de teus pés? Tu, outrora, eras um servo de Satanás, e nenhum rei perde de bom grau os seus súditos. Crês que Satanás te deixará sozinho? Não, ele estará sempre atrás de ti, pois ele “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.” Portanto, Cristão, espera aflição, quando olhas para baixo.
       Depois olha ao redor de ti. Onde estás? Estás num país inimigo e és um peregrino e um hóspede. O mundo não é teu amigo. Se o fosse, não serias amigo de Deus, porquanto aquele que é amigo do mundo é inimigo de Deus. Tem por certo que acharás inimigos por toda a parte. Quando dormires, recorda que estás descansando no campo de batalha; quando caminhares, suspeita que há uma emboscada em cada esquina. Como os mosquitos -conforme se diz- picam mais aos estrangeiros do que aos nativos, assim também as aflições da terra são mais severas para ti.
       Por último, olha para dentro de ti, no teu próprio coração, e observa o que lá há. O pecado e o eu ainda estão ali. Ah! Ainda que não houvesse diabo que te tentasse, nem inimigo que te combatesse, nem mundo que te enganasse, acharias, contudo, em ti mesmo, mal suficiente para te atormentar terrivelmente pois “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso.” Espera tribulação, então, mas não te desanimes por isso, pois Deus está contigo para te ajudar e te fortalecer. Ele disse: “Estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei.”



C. H. Spurgeon – “Leituras Matinais”

Tradução de Carlos António da Rocha

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