segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A MAIS LETAL IGNORÂNCIA (3)



                Por isso vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24).
         Prezado leitor, a passagem nos mostra Cristo em confronto com um povo religioso, conhecedor das Escrituras do Velho Testamento, mas completamente cego quanto às verdades reveladas. O Jeová que eles professavam crer e obedecer estava perante eles, mas seus corações endurecidos, revoltados e cruéis impediam que eles O enxergassem. Eles viam apenas um homem e o discriminavam, enxergavam a mera aparência, por essa razão o conhecimento deles era inadequado. Aquele povo religiosamente orgulhoso estava tomado pelos seus desejos carnais; eram escravos do pecado como qualquer povo pagão; tinham as mesmas ambições mundanas, eram obedientes à chefia do pai da mentira e não tinham qualquer motivação interior para receber a verdade (João 8:44,45).
         Prossigo em mostrar aos meus leitores o perigo letal que ronda milhares de almas, justamente porque o conhecimento adquirido é inadequado; chegaram perto da luz, mas recuaram; recusaram humilhar, ficaram ofendidos diante da refulgente glória do Senhor Jesus; chegaram perto da porta, mas preferiram voltar, porquanto não estão dispostos a confessar seus pecados e invocar o Nome do Senhor para serem salvos; a fé que têm é semelhante a fé dos judeus, porque recusam confessar a Cristo perante os homens, pois temem aos homens e buscam a glória mundana (João 12:42,43).
         Para aqueles judeus de corações empedernidos, aquele simples Jesus não passava de uma figura humana; serviria para eles como um profeta, apenas para cuidar de seus ambiciosos planos terrenos. Eles queriam um reino terreno, por isso queriam um rei que subjugasse os reinos tão dominantes dos gentios. Queriam ser famosos e ricos neste mundo; queriam estar livres dos atropelos terrenos e aquele simples varão de Nazaré serviria para cumprir seus planos vaidosos. Eles tiveram um breve período dessa alegre expectativa desse reino terreno com João Batista e milhares deles estiveram por breve tempo dispostos à mudança. Mas ignoravam que João veio preparar o caminho do Messias prometido e que esse Messias que estava perante Eles; que faziam tantos sinais e maravilhas era a Luz do mundo.
         O coração vaidoso e arrogante do homem não convertido é assim, pois chega pertinho da entrada do reino, mas quando percebe que o acesso é algo humilhante prefere recuar. Aqueles judeus rodearam Cristo, mas não estavam dispostos a chegar perto; quanto mais as palavras do Senhor chegavam aos seus ouvidos incircuncisos, mais raivosos ficavam; agiam como hienas querendo pegar a presa, pois queriam exterminar com o Senhor ali mesmo. As Escrituras eram para eles apenas um instrumento supersticioso, pois quando a verdade chegou e Cristo começou a mostrar suas vidas à luz da queda em Adão, o ódio contra a verdade manifestou-se imediatamente.
         Cristo retirou deles toda capa religiosa e mostrou-lhes que eles nada tinham com Abraão, não obstante serem descendentes físicos dele. Abraão foi um genuíno crente, mas eles eram incrédulos. Eles estavam convencidos que entrariam facilmente no reino eterno e que Abraão lhes esperava lá, mas nosso Senhor deixou bem claro que eles não passavam de pobres escravos do pecado (8:34) e que não tinha outro meio de serem libertos dessa escravidão, a não ser pelo Filho de Deus (João 8:36). Eles acreditavam firmemente que pertenciam ao mesmo Deus de Abraão, mas o Senhor lhes mostrou com firme e decidido amor, que eles não passavam de filhos do diabo, por isso odiavam tanto o Filho de Deus, a ponto de querer apedrejá-Lo (8:40).
         Ó, caro leitor, veja bem que uma pessoa pode chegar a ter todo conhecimento da verdade; ter toda base teológica; ter na mente toda da salvação, sem ser salvo. O valor da verdade para o homem é quando ela chega no íntimo (Salmo 51:6); é quando a verdade destroniza o ego e leva o homem ao lugar onde deve estar, se quer conhecer o Deus da bíblia – é o lugar humilhação e confissão.  

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