de George
Whitefield (1714-1770)
continuação
Pela
palavra justiça, em alguns lugares da Escritura, compreendemos a justiça comum
que deveríamos praticar entre os homens como quando Paulo disse a razão da
moderação e da justiça ante um Félix tremente. Mas aqui (como numa multidão de
outros lugares nas Sagradas Escrituras) temos de entender pela palavra justiça,
a obediência passiva e ativa do nosso amado Senhor Jesus; ainda essa justiça
perfeita, pessoal, toda suficiente, que Ele forjou para esse mundo ao qual o
Espírito Santo tem de convencer "de justiça, (diz o nosso Senhor) porque
Eu vou ao Pai, e não me verão mais." Este é um argumento que o Espírito
Santo faz uso para provar a justiça de Cristo, porque Ele foi para o Pai, e não
O vemos mais. Porque se Ele não tivesse forjado uma justiça suficiente, o Pai
tê-Lo-ia de mandar de volta, por não ter feito o que Se comprometeu; e nós
tê-Lo-íamos visto outra vez.
Oh,
a justiça de Cristo! Ela conforta tanto a minha alma, que me devem desculpar se
o menciono em quase todos meus discursos. Não deveria, se eu o pudesse evitar,
ter um sermão sem a mencionar. Tudo o que os infiéis possam objetar, ou os
Arminianos sofisticadamente protestem contra uma justiça imputada; apesar de
tudo, qualquer um que se conheça si mesmo e a Deus, deve reconhecer, que “Jesus
Cristo é o fim da lei pela justiça (e perfeita justificação à vista de Deus),
para qualquer um que crê,” e que nós somos feitos Nele a justiça de Deus. A
isto e somente a isto, um pobre pecador se pode agarrar, como uma âncora segura
da sua esperança. Em qualquer outro esquema de salvação, o homem pode
determinar que se dá conta que não pode ver outra salvação onde construir as
suas esperanças de salvação, somente na justiça pessoal da Rocha de Cristo,
imputada à minha alma.
Muitos,
creio eu, têm uma convicção racional disso, e estão de acordo comigo nisto: mas
as convicções racionais se descansarem em tão pouco, deve ser uma convicção da
verdade espiritual e experimental que está salvando. E, portanto, nosso Senhor
disse, quando o Espírito Santo vier no dia do Seu poder, Ele convencerá desta
justiça, da realidade, da plenitude, e da eficiência dela, para salvar um pobre
pecador.
Vimos
como o Espírito Santo convence o pecador do pecado da sua natureza, da sua
vida, das suas obras, e do pecado de incredulidade; e então o que deve fazer a
pobre criatura? Ela deveria, deveria inevitavelmente desesperar-se, se não
houvesse esperança exceto nEle mesmo. Então, quando o Espírito Santo descobriu
o pecador nas suas falsa comodidades e nos seus esconderijos, e tirou as
desprezíveis folhas de figueira das suas próprias obras, conduzindo-o para fora
das árvores do jardim (as suas reformas exteriores) e colocando-o nu perante o
tribunal de um Deus Soberano, Santo, Justo, e Vingador do pecado; então é
quando a alma, tendo a sentença de morte dentro dela mesmo pela sua
incredulidade, tem uma doce demonstração da Justiça de Cristo feita pelo
Espírito Santo de Deus. Aqui é que Ele começa mais imediatamente a atuar na
qualidade de um Consolador, e convence a alma tão poderosamente da realidade e
da auto suficiência da justiça de Cristo, que a alma sente imediatamente fome e
sede depois disso. Agora o pecador começa a ver, que apesar de que ele se
destruiu a si mesmo, ainda sua ajuda está em Cristo, que, a pesar de que ele
não tem justiça própria para se recomendar a si mesmo, há um plenitude de
graça, uma plenitude de verdade e uma plenitude de justiça no amado Senhor
Jesus, a qual, uma vez imputada a ele (ao pecador), fá-lo-á feliz para sempre.
Ninguém
o pode contar, somente aquelas almas felizes que o experimentaram, com que
demonstração do Espírito esta convicção vem. Oh, quão amável e todo suficiente
parece agora o bem-aventurado Senhor Jesus! Com que novos olhos agora a alma vê
o Senhor, que é a sua justiça! Irmãos, é inexprimível. Se tu nunca estiveste
assim convencido da justiça de Cristo na tua própria alma, embora possas crer
nisto doutrinalmente, não te aproveitará para nada, se o Consolador nunca
entrou na tua alma como salvador, então estás abandonado, de fato. Mas, no que
te aproveitará esta justiça, se ela não está na posse da tua alma?
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