domingo, 6 de janeiro de 2013

O ESPÍRITO SANTO CONVENCENDO O MUNDO DO PECADO, DA JUSTIÇA E DO JULGAMENTO





de George Whitefield (1714-1770)
continuação
         Pela palavra justiça, em alguns lugares da Escritura, compreendemos a justiça comum que deveríamos praticar entre os homens como quando Paulo disse a razão da moderação e da justiça ante um Félix tremente. Mas aqui (como numa multidão de outros lugares nas Sagradas Escrituras) temos de entender pela palavra justiça, a obediência passiva e ativa do nosso amado Senhor Jesus; ainda essa justiça perfeita, pessoal, toda suficiente, que Ele forjou para esse mundo ao qual o Espírito Santo tem de convencer "de justiça, (diz o nosso Senhor) porque Eu vou ao Pai, e não me verão mais." Este é um argumento que o Espírito Santo faz uso para provar a justiça de Cristo, porque Ele foi para o Pai, e não O vemos mais. Porque se Ele não tivesse forjado uma justiça suficiente, o Pai tê-Lo-ia de mandar de volta, por não ter feito o que Se comprometeu; e nós tê-Lo-íamos visto outra vez.
         Oh, a justiça de Cristo! Ela conforta tanto a minha alma, que me devem desculpar se o menciono em quase todos meus discursos. Não deveria, se eu o pudesse evitar, ter um sermão sem a mencionar. Tudo o que os infiéis possam objetar, ou os Arminianos sofisticadamente protestem contra uma justiça imputada; apesar de tudo, qualquer um que se conheça si mesmo e a Deus, deve reconhecer, que “Jesus Cristo é o fim da lei pela justiça (e perfeita justificação à vista de Deus), para qualquer um que crê,” e que nós somos feitos Nele a justiça de Deus. A isto e somente a isto, um pobre pecador se pode agarrar, como uma âncora segura da sua esperança. Em qualquer outro esquema de salvação, o homem pode determinar que se dá conta que não pode ver outra salvação onde construir as suas esperanças de salvação, somente na justiça pessoal da Rocha de Cristo, imputada à minha alma.
         Muitos, creio eu, têm uma convicção racional disso, e estão de acordo comigo nisto: mas as convicções racionais se descansarem em tão pouco, deve ser uma convicção da verdade espiritual e experimental que está salvando. E, portanto, nosso Senhor disse, quando o Espírito Santo vier no dia do Seu poder, Ele convencerá desta justiça, da realidade, da plenitude, e da eficiência dela, para salvar um pobre pecador.
         Vimos como o Espírito Santo convence o pecador do pecado da sua natureza, da sua vida, das suas obras, e do pecado de incredulidade; e então o que deve fazer a pobre criatura? Ela deveria, deveria inevitavelmente desesperar-se, se não houvesse esperança exceto nEle mesmo. Então, quando o Espírito Santo descobriu o pecador nas suas falsa comodidades e nos seus esconderijos, e tirou as desprezíveis folhas de figueira das suas próprias obras, conduzindo-o para fora das árvores do jardim (as suas reformas exteriores) e colocando-o nu perante o tribunal de um Deus Soberano, Santo, Justo, e Vingador do pecado; então é quando a alma, tendo a sentença de morte dentro dela mesmo pela sua incredulidade, tem uma doce demonstração da Justiça de Cristo feita pelo Espírito Santo de Deus. Aqui é que Ele começa mais imediatamente a atuar na qualidade de um Consolador, e convence a alma tão poderosamente da realidade e da auto suficiência da justiça de Cristo, que a alma sente imediatamente fome e sede depois disso. Agora o pecador começa a ver, que apesar de que ele se destruiu a si mesmo, ainda sua ajuda está em Cristo, que, a pesar de que ele não tem justiça própria para se recomendar a si mesmo, há um plenitude de graça, uma plenitude de verdade e uma plenitude de justiça no amado Senhor Jesus, a qual, uma vez imputada a ele (ao pecador), fá-lo-á feliz para sempre.
         Ninguém o pode contar, somente aquelas almas felizes que o experimentaram, com que demonstração do Espírito esta convicção vem. Oh, quão amável e todo suficiente parece agora o bem-aventurado Senhor Jesus! Com que novos olhos agora a alma vê o Senhor, que é a sua justiça! Irmãos, é inexprimível. Se tu nunca estiveste assim convencido da justiça de Cristo na tua própria alma, embora possas crer nisto doutrinalmente, não te aproveitará para nada, se o Consolador nunca entrou na tua alma como salvador, então estás abandonado, de fato. Mas, no que te aproveitará esta justiça, se ela não está na posse da tua alma?

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