sábado, 5 de janeiro de 2013

O ESPÍRITO SANTO CONVENCENDO O MUNDO DO PECADO, DA JUSTIÇA E DO JULGAMENTO



        
de
George Whitefield (1714-1770)
continuação

         A maioria dos que se chamam a si mesmos crentes pensam que isto é algo insignificante. Sonham que são crentes, porque vivem num país cristão: se tivessem nascido Turcos, acreditariam em Maomé; porquanto a que é os homens chamam geralmente fé, senão a um consentimento exterior em direção à religião estabelecida? Mas não te enganes a ti mesmo, porque a fé verdadeira é completamente outra coisa. Portanto, pergunta a ti mesmo: alguma vez o Espírito Santo te convenceu poderosamente do pecado de incredulidade? Possivelmente és muito devoto (como te imaginas) para teres um catálogo de pecados; que tu observas e confessas de uma maneira formal, todas as vezes que tu vais ao sagrado sacramento: Mas dentre de todos seus pecados, alguma vez confessaste e choraste esse maldito pecado de incredulidade? Alguma vez choraste "Senhor dá-me fé; Senhor faz-me crer em Ti; Oh, que eu que tenha fé! O que eu creia!” Se nunca assim te angustiaste, pelo menos, se nunca viste nem sente que não tinhas fé, é um sinal certo de que o Espírito Santo, o Consolador, nunca veio a ti nem obrou para a salvação da tua alma.
         Mas então não é estranho que o Espírito Santo seja chamado o Consolador, quando é claro, pela experiência dos filhos de Deus que este trabalho de convencimento é geralmente atendido com dor nos conflitos interiores, e de grande quantidade de problemas para a alma? Respondo, o Espírito Santo pode bem ser chamado o Consolador, ainda neste trabalho; porque é a única maneira, e termina num verdadeiro e sólido consolo. Bem aventurados aqueles que são condenados por Ele, porque eles serão consolados. Mais ainda, não somente isso, mas há um consolo presente, até no meio destas condenações: A alma regozija-se secretamente na visão das suas próprias misérias, bendiz a Deus por trazer a nossa da escuridão para a luz, e olhe adiante com uma esperança confortável de futuras liberações, sabendo que, “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.”
         Assim é como o Espírito Santo convence a alma de pecado. E, se é assim, que tão miseravelmente enganados estão os que misturam a luz do Espírito com a luz da consciência, como o fazem, quem diz, que Cristo ilumina cada homem que vem ao mundo, e essa luz, se melhorada trar-nos-á para Jesus Cristo? Se tal doutrina é verdade, a promessa no versículo era desnecessária: os apóstolos de nosso Senhor já teriam essa luz; o mundo de hoje em diante para ser convencido, teria essa luz, e, se isso era suficiente para trazê-los para Cristo, por que foi requerido que Cristo deveria ir para o céu, para mandar o Espírito Santo que fizesse isto por eles! Ai de todos os que não tenham este Espírito! Ele é o presente especial de Deus, e, sem este presente especial, nunca poderemos vir a Cristo.
         A luz da consciência acusar-nos-á ou convencer-nos-á de qualquer pecado comum; mas a luz da consciência natural nunca assim o fez, nunca o fará, e, nunca poderá convencer-nos de incredulidade. Se pudesse, como é que acontece, que ninguém dos pagãos, que melhoraram a luz do natural em tal grau de eminência, nunca foram convencidos de incredulidade. Não, a consciência natural não pode fazer isto; ela é a propriedade peculiar do Espírito Santo, o Consolador: “E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”. Ouvimos como convence de pecado; que não deve mostrar, O que é a justiça, da qual o Consolador convence ao mundo?

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