quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O ESPÍRITO SANTO CONVENCENDO O MUNDO DO PECADO, DA JUSTIÇA E DO JULGAMENTO




de
George Whitefield (1714-1770)
continuação:
         Mais ainda: quando o Consolador entra num coração de um pecador, embora geralmente Ele convence primeiro o pecador do seu pecado atual, ainda o leva a ver e a chorar o seu pecado original, a fonte de onde brotam todas estas águas poluídas. Embora todas as coisas na terra, no ar e na água; todas as coisas, não só fora, mas também dentro; concorrem para provar a Verdade daquela afirmação nas Escrituras “em Adão todos morremos”, entretanto, sois tão endurecidos pelo engano do pecado, que mesmo assim tendes de dar um consentimento conforme à Verdade da proposição nas vossas mentes, mas vós nunca o sentistes realmente nos vossos corações.
         Mais ainda, alguns que professam ser negam-no nas palavras, embora com a suas obras também, com muita claridade demonstram que são filhos degenerados de pais degenerados. Mas, quando o Consolador, o Espírito de Deus, arresta um pecador, e o convence do seu pecado, todo o raciocínio carnal contra a corrupção original, todo orgulho e alta imaginação, que se exalta por si mesmo, contra essa doutrina, é imediatamente derrubada; e ela o faz chorar, “Quem me livrará do corpo desta morte?” Agora, o pecador dá-se conta que a concupiscência é pecado, e não chora tanto pelos seus atuais pecados, mas pela perversidade no interior do seu coração, já que agora se dá conta não somente que é um inimigo, mas sim também de que é uma inimizade direta contra Deus.
         E o Consolador, meus queridos amigos sempre vem com tal poder de convencimento como este para os vossos corações? Alguma vez te fez ver e sentir, que na tua carne não habita nada bom; que tu foste concebido e nascido em pecado; que tu és por natureza filho da ira, que Deus seria justo se Ele te amaldiçoasse, embora tu nunca tenhas cometido um pecado atual na tua vida? Tantas vezes quando estiveste na igreja e nos sacramentos, alguma vez confessaste comovido, que não havia saúde em ti; que a recordação do teu pecado original e atual era penoso para ti, e que a carga dele insuportável? Se não, tu estiveste oferecendo a Deus somente oblações vãs; tu, além disso, nunca oraste na tua vida; O Consolador nunca entrou eficazmente na tua alma: consequentemente, tu não estás propriamente na assim chamada Fé; não, tu atualmente estás num estado de condenação e de morte.
         De novo, o Consolador, quando vem obrar efetivamente dentro de um pecador, convence-o não somente do pecado da sua natureza, e do pecado da sua vida, mas também do pecado das suas obras.
         Todos nós somos legalistas por natureza, pensando sermos justificados pelas obras da lei. Quando algo desperta o terror do Senhor, imediatamente, como os antigos fariseus, vamos estabelecer a nossa própria justiça, e pensamos que deveríamos encontrar aceitação com Deus. Se a buscarmos com lágrimas, achando-nos a nós mesmos malditos por natureza e pelos nossos atuais pecados, então pensamos nos recomendar nós mesmos perante Deus pelas nossas obras; e esperamos pelas nossas próprias obras de uma forma ou outra, herdar a vida eterna. Mas quando o Consolador entra nos corações, Ele convence a alma destes falsos apoios, e faz ver ao pecador que todas as suas obras são como trapos de imundície; e que, ainda nos serviços mais pomposos ele merece-se um castigo não melhor que o do servo inútil, “ser lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.”
         Alguma vez foi forjado este grau de convicção nas vossas almas? Veio o Consolador alguma vez aos vossos corações, para te adoecer dos seus deveres, e também de teus pecados? Alguma vez, como ao grande Apóstolo dos gentios, te fez aborrecer da tua própria justiça que é pela lei, e te fez saber que tu mereces ser maldito, embora desses todos os teus haveres aos pobres? Fez-te sentir que o teu arrependimento precisava de ser arrependido, e que tudo em ti é apenas esterco e escória? E que todos os argumentos que tu possas procurar por misericórdia, devem estar fora do coração, e ser achados no amor puro de Deus, imerecido para nós?

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