“Continua a tua benignidade aos que te
conhecem, e a tua justiça aos retos de coração. Não venha sobre mim o pé da
soberba, e não me mova a mão dos ímpios. Ali caídos estão os que praticavam a
iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar” (Salmo 36:10-12)
A VIDA FIRMADA NA MISERICÓRDIA (continuação):
Prezado
leitor, em que triste condição está o homem no pecado! Estão caídos e não podem
levantar; não podem por si mesmos dar um passo sequer para Deus; suas mentes
estão em trevas, por isso não conseguem compreender as verdades eternas, elas
são vistas por eles como loucura, idiotices e crendices. Para eles a vida
consiste daquilo que podem adquirir debaixo do sol, sem, contudo saber que
correm em busca daquilo que jamais podem segurar (Eclesiastes 1:14). A vontade
deles está escravizada sob o domínio daquele que controla este mundo, não sabem
que caminham por um curso perigosíssimo, chamado de curso deste mundo (Efésios
2:2), sem que percebam que estão sob os perigos da Ira de Deus (Efésios 2:3).
As Escrituras põem às claras tudo isso e acrescenta que tudo aquilo que parece
ser glória é sinal de tristeza lá adiante; que todo esforço deles é inútil na
tentativa de obter alegria e paz. Não compreendem que nessa descida vertiginosa
rumo à condenação, bebem o amargo cálice de um viver longe de Deus, que é a
fonte da paz (Isaías 45:7).
Não posso deixar de continuamente expor
a triste condição do homem mundano neste mundo, porque é exatamente o que a
verdade revelada nos mostra a seu respeito. O Velho Testamento, em sua maior
parte destaca o que significa a miséria humana. A lei perfeita de Deus aparece
em toda sua extensão para declarar a culpa e a maldição do homem; ela mostra a
forma desdenhosa com que o homem no pecado trata a bondade, a benignidade, a
paciência e o amor de Deus. Com respeito a Palavra de Deus os homens no pecado
continuamente declaram: “...Não ouviremos!” (Jeremias 6:17), e com respeito ao
caminho onde o homem pode achar descanso para a alma, também continuamente
dizem: “...Não andaremos!” (Jeremias 6:16). Eles tentam em todas as suas
atividades religiosas mostrar que estão limpos e puros, enquanto as Escrituras
afirmam que as suas justiças não passam de imundície (Isaías 64:6); todo
esforço religioso deles não passa de ser uma inútil tentativa, como que usando salitre, e muito sabão, sem saber que “... a mancha da tua iniqüidade
está diante de mim, diz o Senhor Deus” (Jeremias 2:22).
Meu
caro leitor, toda essa informação bíblica é a Palavra de Deus mostrando que as
bocas devem ficar fechadas perante Deus. As Escrituras testificam que o homem
no pecado não pode levantar-se um milímetro sequer para Deus; não tem energia
para isso. Podem entrar numa igreja, ser crente conforme o padrão dos homens e
tem toda disposição para seguir as tradições criadas por homens. Porém, não
podem e nem querem servir a Deus; não tem qualquer anelo para odiar a
iniqüidade e amar o bem, porque não recebeu de Deus o bem eterno do novo
nascimento.
Estou
encerrando as meditações nesse maravilhoso Salmo, mas não posso deixar de
salientar que todo objetivo do evangelho é mostrar as glórias de uma tão grande
salvação. Se a lei mostra a tremenda escuridão do pecado, o evangelho traz a
lume a grande conquista da cruz por meio daquele que o Pai enviou ao mundo.
Amigo, a luz veio ao mundo, por que esconder-se dessa luz? Por que fugir dos
braços misericordiosos do Senhor? No pecado é uma contínua ofensa a Deus, mas
eis o perdão do Senhor para a alma arrependida. Vivendo no pecado o homem não
passa de ser inimigo, mas eis aquele que pelo sangue veio reconciliar o homem
com Deus. No pecado o homem não passa de ser um condenado, réu da sentença
eterna do grande Juiz, mas eis o Salvador que veio para tirar a culpa e
justificar o culpado.
Abandone
agora amigo o viver tortuoso, todo esforço inútil em encobrir suas culpas. O
Senhor é o Deus dos humilhados, dos contritos, dos quebrantados de coração. Ele
estende Sua misericórdia e recebe o pecador assim.
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