“Continua a tua benignidade aos que te
conhecem, e a tua justiça aos retos de coração. Não venha sobre mim o pé da soberba, e não
me mova a mão dos ímpios. Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade;
estão derrubados, e não se podem levantar” (Salmo 36:10-12)
A VIDA FIRMADA NA MISERICÓRDIA (Introdução):
Prezado
leitor, não existe algo mais glorioso do que os atos de misericórdia de Deus em
favor dos pecadores! Ninguém pode afirmar que conhece o Deus da revelação
bíblica, a não ser que tenha conhecido o significado dessa misericórdia em seu
viver, que suas obras de justiça foram tidas como verdadeiros trapos e que se
arrependeram e foram lavados e purificados mediante o sangue remidor do
Cordeiro de Deus (Tito 3:5). Caro leitor, cuidemos em examinar se o evangelho
que ouvimos foi o evangelho da glória de Cristo, ou se foi outro evangelho,
mesmo que tenha sido uma bela mensagem, adornada de religiosidades e tradições
humanas. Cuidemos, porquanto não existe caminho rumo à cruz, a não ser o
caminho da humilhação; não têm atalhos para o céu; a mensagem é a única e
exclusiva mensagem de arrependimento e conversão àquele que foi eleito pelo Pai
para ser o único capaz de redimir o perdido da eterna condenação do pecado.
Prosseguindo,
vejamos o que o Espírito Santo nos ensina a partir do verso 10. Imediatamente
vemos que o trabalho da misericórdia não pára; que aquele que começa a obra
salvadora na vida do perdido pecador livrando-o da condenação, Ele mesmo
continua essa majestosa e eterna atividade da graça (Filipenses 1:6). Vemos que
o pecador agora salvo quer viver FIRMADO NA MISERICÓRDIA. Como é que ele
expressa isso? Veja a frase: “Continua a tua benignidade aos que te
conhecem, e a tua justiça aos retos de coração”. Primeiramente nota-se uma atitude de submissão a
Deus. É exatamente isso que a salvação proveniente da cruz realiza num coração
santificado pela graça. Notemos bem, que quando Cristo salvou Zaqueu,
imediatamente o temor ao Senhor passou a habitar
em seu coração. Não houve qualquer pressão externa; não houve qualquer
exigência por parte do próprio Senhor Jesus. A graça operou livremente no
coração daquele homem, tornando-o num novo homem. Foi assim também a
transformação ocorrida naquele ladrão na cruz. Imediatamente ele se posicionou
contra seu colega que semelhantemente estava pendurado para a penalidade da
morte. As palavras daquele homem mostraram que seu coração era agora humilhado
e diferente; que houve um profundo arrependimento de todo viver tão danificador
que teve outrora e que sua visão futura era completamente oposta à mentalidade
mundana que sempre teve: “... Jesus lembra-te de mim quando entrares no teu
reino” (Lucas 23:42).
Em segundo lugar, vemos no
verso 10 uma inteira dependência de Deus na vida daquele que conheceu a misericórdia salvadora: “Continua a tua
benignidade aos que te conhecem...”. A vida de um verdadeiro crente é
totalmente oposta daquele viver no pecado. O homem mundano pensa que tem livre
arbítrio, o pecado lhe dá uma noção enganosa de liberdade, mas não passa de ser
um pobre escravo, que não consegue libertar-se das algemas invisíveis que o
mantém continuamente detido (Provérbios 4:22). Ele escorrega no abismo, achando
que flutua como se fosse uma ave solta, sem saber o triste destino que lhe
aguarda lá adiante. No homem salvo tudo agora é diferença. Ele é alguém liberto
que depende de Deus para andar. A mesma graça que o salvou lhe dará aptidão
para caminhar agora rumo ao céu; sua liberdade consiste agora em depender de Deus;
aprender com Ele; sujeitar-se à Sua liderança; confessar-Lhe sua inaptidão e
fraqueza; aceitar Suas correções de amor e assim prosseguir triunfantemente
rumo ao lar.
Caro leitor, para onde
você caminha? Conheceu já quem é o Deus de misericórdia? Está plenamente
convicto dessa segura e eterna redenção? Se seu caminho está provando ser
contrário, este é a momentosa hora para
seu arrependimento e humilhação perante a verdade desse evangelho.
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