“Fiel é a Palavra e digna de
inteira aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores, dos
quais eu sou o principal” (1 Timóteo 1:15).
Prezado leitor estou encerrando os
comentários em torno desse tema tão precioso. Espero no Senhor que o firme
fundamento tenha sido visto pelos meus leitores, pois os santos de Deus
precisam estruturar suas vidas no alicerce sólido e inabalável do evangelho.
Precisamos ser cautelosos, porque nenhum material estranho pode entrar nessa
construção bendita. Tudo é feito do ouro celestial, caso contrário a casa desabará
ante as tempestades deste mundo.
Estamos contemplando o que Paulo disse
em tom de confissão no final do verso: “...dos quais eu sou o principal”. Gostaria
de avançar um pouco mais na tentativa de explicar essa verdade, antes de
encerrar. Paulo está mostrando nessa declaração aquilo que o mundo e os homens
jamais poderão fazer. O mecanismo religioso deste mundo trabalha sempre tendo
como base a justiça própria e os homens jamais hão de aceitar esse alicerce
firme e inabalável que sustenta os salvos. O leitor lembra de Caim e Abel
(Gênesis 4). O relato bíblico a respeito daqueles dois irmãos vem para mostrar
a diferença entre a religião mundana e a religião verdadeira. A primeira segue
sempre a mesma rota – o caminho da justiça própria. A segunda submete-se
humildemente ao caminho de Deus. Uma desce rumo ao juízo, a outra segue firme e
decidida para o céu.
Então, caro leitor, Paulo mostra em sua
vida aquilo que somente o evangelho celestial pode produzir. A salvação de
pecadores é obra de Deus e não dos homens, pois ao Senhor pertence a salvação
(Jonas 2:9). Com esperteza e com psicologia podemos introduzir pessoas na
igreja; podemos batizar milhares e até mesmo marcar em seus corações uma
suposta certeza de salvação. Mas fica bem estabelecido o fato que é Deus quem
opera o novo nascimento e, com efeito, um novo homem, criado em justiça e
retidão. O evangelho puro e santo é suficiente nele mesmo para fazer com que um
Saulo de Tarso tombe no pó e seja erguido um Paulo com um novo coração e com
uma real mensagem em seus lábios.
Ah! Quão inútil é a confiança na
vontade e no poder de decisão do homem! Deixado entregue a si mesmo, Zaqueu continuaria
sua jornada de malícia e de roubos; o ladrão na cruz seguiria bem decidido para
o inferno, juntamente com seu colega de infortúnios. Podemos mostrar com
clareza para o ímpio o caminho maravilhoso para o paraíso eterno, mas é certo
que ele irá zombar e recusar, assim como um porco recusa a limpeza e prefere a
lama.
Caro leitor, noutras palavras Paulo
está mostrando no verso que não temos para onde apelar, senão exclusivamente
para o coração compassivo e rico em misericórdia desse grande Deus. Não, não há
outro meio! Se desviarmos dessa verdade que nos foi revelada, o Senhor nos
abandonará, a fim de que colhamos resultados desastrosos. Satanás é hábil em
enviar pessoas supostamente convertidas para as igrejas. Se abrirmos estradas
belas e agradáveis à natureza; se pintarmos o caminho largo de vivas cores de
versos bíblicos, os ímpios e mundanos vão querer andar por essas vias e terão
seus corações encharcados da falsa paz que vem do mundo e do pecado.
A mensagem do evangelho não expõe um
Deus que é o paizão de todos; não liga as luzes para os festejos da carne com
trajes evangélicos. A mensagem do evangelho mostra um Deus cheio de compaixão! A
mensagem do evangelho proclama um Deus que é Santo, que odeia o pecado e que
declara a culpa de cada ser humano. O evangelho proclama que Ele enviou Seu
Unigênito ao mundo e que ali na cruz derramou Sua fúria contra o Seu Filho, a
fim de que pecadores pudessem escapar da Ira vindoura. A mensagem do evangelho
proclama que Deus desce do céu para conversar com contritos e quebrantados; que
Ele é Deus de pecadores arrependidos.
É essa verdade que agora proclamo,
convidando leitores arrependidos para essa tão grande salvação!
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