“Se confessarmos os nossos pecados Ele é Fiel
e Justo para perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João
1:9). A CONFISSÃO (sexta)
Amigo leitor, digo mais que, na
confissão o pecador é humilhado. Fomos nascidos no pecado e tornamo-nos tão
arrogantes quanto satanás é. Tal pai, tal filho. O orgulho obstinado é a marca
registrada do pecado, e se manifesta especialmente quando o pecador se vê à
mercê da gloriosa luz do evangelho. Perante o evangelho o pecador é
desmascarado como sendo um condenado; completamente inútil perante Deus; herdeiro
do inferno e não do céu; que trilha o caminho largo rumo à perdição; filho da
ira e não filho de Deus; odiador de Deus e da Sua Santa lei; que está descendo
e não subindo em direção ao céu. Ora, todas essas verdades estampadas perante
seus olhos levam-no à humilhação. Mas, qual deve ser nossa atitude perante o
Altíssimo? Fiquemos calados perante Ele; emudecidos perante Sua verdade
revelada; caídos ao pó, porquanto é ali o lugar onde o pecador deve estar. Ele
é o Oleiro, nós somos o barro. O orgulho que infesta o coração humano só tende
a torná-lo mais endurecido e refém do pecado. Ai do homem quando Deus se afasta
dele, porquanto ficará mais adornado e enfeitiçado pelo rei dos orgulhosos.
Mas, na confissão o homem não estará no
alto de sua altivez de espírito, pelo contrário, ele estará exatamente no pó. A
presença de Deus fez com que ele caísse e se atirasse aos pés do Salvador. Toda
muralha erguida em torno do vaidoso e arrogante coração foi derribada para que
a mentira fosse dissipada e a luz da verdade entrasse e o Rei da Glória
achegasse ali para reinar no lugar do pecado. Na confissão, também, o pecador
se vê incapaz de lutar por si. Ele se vê como alguém que está se afogando num
rio profundo por não saber nadar. Ele clama por socorro; ele pede o livramento
de Deus; ele vê que o Deus da Bíblia é de fato, o Deus Forte; que o poder é Dele
e não do homem; que a honra e a glória pertencem a Ele e não ao pobre mortal,
que não passa de ser um verme; que Deus é Soberano e que faz o que Ele bem
quiser fazer; que salva quem ele quiser salvar; que age por misericórdia e não
por compulsão externa.
Tudo
era prazeroso na vida daquele jovem pródigo, (Lucas 15) enquanto sentia a segurança
do dinheiro e das amizades que estavam ao seu derredor; tudo era sinal de
segurança porque podia sentir-se fortalecido pelos bens que ainda possuía; nada
via de abismo, de vergonha, de confusão e de tristeza à sua frente, porque ao
seu derredor tudo lhe favorecia. Até que chegou aquele ponto de perder tudo, dinheiro,
amigos, conforto, etc.; Toda alegria foi transformada em tristeza; toda
gargalhada foi embora para dar lugar às lágrimas; todo companheirismo tão
buscado deu lugar à imensa solidão; toda força foi rasgada como mero papel para
mostrar a verdade de que ele não passava de um fraco e inútil; toda arrogância
de querer o mundo aos seus pés foi mudada para uma cena profundamente
humilhante de se tornar um servidor de porcos, até que aquele jovem foi
envolvido pela visitação do arrependimento. Foi achado no pó e foi erguido do
pó para ir como homem ao lugar certo, ao encontro do seu querido pai. Não era
mais aquele atrevido, revoltado e egoísta que havia abandonado seu lar para
descer rumo ao mundo à busca de sucesso e vaidades. Era agora um homem novo que
nada tinha a pedir ao pai, senão somente que ele tivesse misericórdia e que
assim atentasse para sua drástica situação na qual ele voluntariamente caiu.
Seu querido Pai estendeu-lhe as mãos para lhe socorrer, porque já tinha
preparado tudo para uma grande festa na recepção daquele moço arrependido que
voltara ao lar. O velho pai não tinha selecionado um emprego para ele em sua
fazenda; não havia arrumado um quarto para ele no fundo de sua casa; nem havia
guardado um pouco de dinheiro para atender-lhe em qualquer necessidade. Não!
Tudo era dele! Ele era filho querido, riquíssimo com o pai, e herdeiro na
família! Enfim, o pai estava lhe dizendo que tudo era dele. É assim quando o
pecador se achega em sincero coração de arrependimento e fé perante o Deus
Salvador.
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