segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

MEDITAÇÕES DE SPURGEON



“E assim estaremos sempre com o Senhor.” (1Ts 4:17)

QUÃO breves e transitórias são as muito queridas visitas de Cristo! Por um momento os nossos olhos veem-No e regozijamo-nos com gozo inefável e glorificado, mas, imediatamente, não O vemos mais, porque o nosso Amado separa-Se de nós. Semelhantemente ao cabrito-montês, ou ao filhote dos cervos, Ele salta sobre os montes escarpados. O nosso Amado foi para o país das especiarias e não apascenta mais entre os lírios.
"Se presentemente Ele Se digna abençoar-nos
Com uma consciência de pecados perdoados,
Ele amanhã pode afligir-nos,
Fazendo-nos sentir a miséria intimamente."
            Oh, quão agradável é esperarmos aquele tempo quando não O contemplaremos mais à distância, mas vê-Lo-emos cara a cara; quando Ele não for como um viajante a pé que permanece só uma noite, mas abraçar-nos-á eternamente no seio da Sua glória; quando não O veremos por uma curta ocasião, mas
“Os nossos olhos, por milhões de anos,
Contemplarão absortos as belezas do Redentor,
E por miríades de séculos O adoraremos
Pelos portentos do Seu amor.”
            No Céu não haverá interrupções por causa da ansiedade ou do pecado; as lágrimas não obscurecerão mais os nossos olhos; os negócios terrestres não distrairão os nossos pensamentos felizes; nada nos impedirá de contemplarmos para sempre o Sol de Justiça com olhos infatigáveis. Oh! Se é tão agradável vê-Lo aqui de vez em quando, quanto mais agradável será contemplar eternamente aquele bendito rosto, sem que jamais se interponha nuvem alguma, e sem que tenhamos de separar dele os nossos olhos para fixá-los num mundo de tédio e de aflição! Bem-aventurado dia, quando amanhecerás?
       Levanta-Te, Oh Sol de Justiça! As alegrias dos sentidos podem abandonar-nos quando quiserem, pois isso nos dará uma ótima compensação. Se morrer é entrar em ininterrupta comunhão com Jesus, então a morte é, na verdade, um ganho, e a gota negra é tragada num mar de vitória.

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