“... Nu saí do ventre e de minha mãe e nu voltarei; o Senhor deu e o Senhor o tomou; bendito seja o Nome do Senhor!”.
A mensagem proclamada em nossos dias proclama exatamente o contrário daquilo que Jó afirma neste tão impressionante verso. Absolutamente em nada estaremos ajudando os homens enquanto estivermos proclamando seus direitos.
A vida de Jó é um exemplo notável de um homem que debaixo de um tão grande sofrimento pode assim publicar que os direitos absolutos pertencem não aos homens, mas sim a Deus. Eis aí a revelação da fé genuína que emudece as trevas e traz grande festa no céu para glorificar a Deus; Jó deu tempo para se levantar, raspar a cabeça, rasgar o manto, lançar-se por terra e... entrar em depressão? Buscar um suicídio? Não! Adorar!
Os direitos absolutos de Deus são conhecidos pela fé que confessa a vacuidade da existência humana: “... Nu saí do vente da minha mãe e nu voltarei...”. O nosso acesso a esta vida aparece na palavra “nu”. Que triste ensino! Trouxemos nada a não ser uma disposição tremenda de pecar, pecar e pecar.
Jó não pára aí, pois mostra nosso destino: “nu voltarei”. É brevíssima nossa estadia neste mundo e é certíssimo o nosso fim; é vão o nosso viver no pecado e nessa ganância de possuir aquilo que jamais vamos poder levar (Salmo 49).
Os direitos absolutos de Deus são conhecidos também pela fé que confessa Sua Soberania: “... O Senhor deu e o Senhor tomou...”. É Ele que dá porque é bondoso. É prazeroso desfrutar daquilo que o Grande doador nos concede nesta vida. Era esta a mentalidade de Jó que mostrava ser um homem tão temente a Deus e tão odiado por satanás. “O Senhor deu”, então deve haver respeito e sabedoria em lidar com aquilo que ele nos emprestou por tão pouco tempo. O Senhor deu então a decisão é Dele de quanto tempo deve permanecer comigo aquilo que Ele me emprestou. “O Senhor deu” certamente a medida da doação é Dele e não nossa. Qualquer tentativa de avançar em obter aquilo que Ele não deu por motivo avarento será uma armadilha perigosa para a alma.
A fé também confessa que Ele toma: “O Senhor o tomou”. Por que Ele toma? Para mostrar que Ele é infinitamente melhor do que aquilo que Ele mesmo deu. Ele toma para crucificar tudo o que pode tornar objeto de idolatria e armadilha do engano do pecado. Ele toma pouco ou muito a Seu tempo. Quanto a Jó Ele tomou quase cem por cento, pois lhe restou apenas a vida. Ele toma para mostrar a transitoriedade daquilo que Ele nos deu e para nos dar aquilo que é excelente e eterno.
Finalmente, os direitos absolutos de Deus são conhecidos pela fé que adora: “... bendito seja o Nome do Senhor”. Eis aí a verdadeira religião, aquela que é do coração transformado. Todos os verdadeiros crentes devem chegar lá. Tudo o que Jó possuía era ajuntado para ser motivo de louvor e ações de Graças ao Senhor. E quando lhe foi tirado, ao invés de perder, a fé conquistou um degrau ainda mais alto de alegria, prazer e piedade no coração.
Para aquele que vive dos prazeres transitórios, resta dizer que o Senhor vai tirar tudo o que ele tem para dar-lhe miséria eterna.
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