SERVINDO A JUSTIÇA NO LAR.
O AMOR DO MARIDO
“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1Pedro 3:7).
O lar é a mais bela provisão de Deus para o bem da raça humana. O lar foi feito antes que o pecado entrasse e revela assim pureza, glória, segurança, disciplina e provisão. O lar aparece logo no princípio quando o criador diz: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Notamos em Gênesis 2 que Deus realizou a primeira cerimônia nupcial e estendeu sua bênção para aquele lar.
Temos na criação do Éden o modelo real da família. Sabemos bem que, quando houve a invasão do pecado, satanás armou sua arapuca contra a ordem da família, conforme o padrão do criador. Ele foi à mulher e usou-a para induzir o homem à desobediência. O inimigo número 1 da família não mudou. Sua estratégia permanece na tentativa de destruir a sociedade, e isso ele o faz acabando com a unidade e preservação da família.
Vemos que a situação está cada vez mais se agravando em nossos dias, quando satanás – assim como no Éden – tem minado os princípios de autoridade que mantém a família e concede segurança aos mais fracos. É perceptível que o avanço do divórcio, aumenta o número de maldades decorrentes justamente da ausência do lar, como adultérios, prostituição e inúmeras aberrações sexuais. Leis estão sendo criadas por homens malignos a fim de que sejam mantidas e preservadas essas maldades. Não havendo os lares sólidos na responsabilidade de homens e mulheres honestos, fieis e leais, crianças, adolescentes e jovens ficam expostos aos perigos.
A família com sua beleza, glória e bênção mostra que aquilo que Deus criou é perfeito, santo, importante e que por isso deve ser preservado. A Bíblia é o único livro onde podemos aprender a respeito da família e como ela revela a bondade em favor da raça humana. Não tem alternativa para o bem da família fora dos ensinos bíblicos. O mundo tem somente “pedras” para atirar contra o lindo e perfeito funcionamento do lar, conforme os ensinos sagrados. Homens e mulheres perversos sitiaram a família e podemos ver milhares de lares esmagados pelas forças do mal, que querem implantar terror, miséria e destruição neste mundo.
O que pode ser feito para solucionar essa situação tão caótica? Será que até mesmo os crentes têm seus olhos tapados, de modo que não vêem a miséria em que se encontra a nossa sociedade? Será que podemos permitir que continue aumentando o número de separação conjugal? Será que podemos ficar calados e acovardados ante esse desafio de renovar as famílias e assim trazer bênçãos e paz à sociedade? Será que ignoramos que o destino de nossos filhos e netos está em jogo?
Temos a solução na Palavra de Deus. O evangelho transforma o pecador, por isso jamais devemos parar de pregar o evangelho da glória de Cristo (2 Coríntios 4:4). Na conversão genuína o homem torna-se responsável, fiel, temente a Deus e exemplo na sociedade. Cada conversão significa bênção para a sociedade, por isso sejamos incansáveis em testemunhar aos perdidos acerca da obra transformadora do evangelho em nosso viver.
Agora que somos crentes em Cristo, temos à frente grande responsabilidade, não somente de anunciar a todos o evangelho, como também de lutar para que a justiça seja implantada em nossos lares. O evangelho muda o pecador especialmente
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no seu relacionamento familiar, e quão necessário é que nossos lares sejam vistos como modelos em meio aos desastres ocorrendo com tantas famílias. Visto que fomos salvos tendo em vista servir a justiça, nossos lares devem receber devida atenção, porquanto ali passamos maior parte de nosso tempo; nossos cônjuges e filhos são aqueles que estão mais próximos de nós e precisam do amor de Cristo, por meio de vidas santas e responsáveis perante Deus nas suas responsabilidades familiares.
Estou certo que o assunto referente à família não é bem aceito por muitos crentes, especialmente porque não vêem justiça nos ensinos bíblicos. Porém, toda problemática está no fato que não há da parte de muitos a disposição de cumprir sua responsabilidade conforme é delineada. Não é fácil implantar justiça neste mundo pecaminoso, porquanto sempre estamos a defender nossa parte e nossa pele; a culpa normalmente pesa mais sobre a outra pessoa, e não raro achamos que não haverá resultado satisfatório.
Vejamos bem que Deus requer que sejamos justos em nosso viver. Que brilhe a justiça de Cristo por meio do viver daquele que é chamado de justo. Se, por exemplo, uma mulher crente é tratada com injustiça pelo seu marido não crente, quando ela está cumprindo seu dever como esposa crente, o que vai vigorar é a justiça praticada, a fim de que haja fruto de justiça naquele ambiente. Ninguém é fortalecido com suas iniquidades; ninguém pode prevalecer com atitudes maldosas. Notemos bem a clareza dessa verdade nas palavras de Pedro: “Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males” (1Pedro 3:12). Este verso mostra a maneira como Deus age neste mundo em misericórdia para com os Seus, e em manifestação de juízo para com os praticantes de perversidades.
A Palavra de Deus mostra os princípios criados por Deus para que a família funcione adequadamente. Nunca haverá por parte do Senhor dois pesos e duas medidas. A felicidade vem ao homem quando obedece em sua função de marido e pai; à mulher em sua função de esposa e mãe e aos filhos se agirem retamente como está ensinado na Palavra da verdade. Toda injustiça vem deste reino pecador; toda desgraça aparece por causa da dureza e obstinação do homem que não tem em seu coração o temor devido ao Deus que se revelou em Sua Palavra. Homens e mulheres sofrem porque buscam caminhos fáceis e agradáveis à carne; porque seus ouvidos recusam ouvir os conselhos do Senhor e correm em busca dos conselhos de satanás.
Tomando o Salmo 128, notemos ali que a mentalidade judaica de uma família --conforme um judeu piedoso - segue normalmente a lei da causa e efeito, conforme os ensinos de um Deus imutável. Se quisermos podemos por um título: O LAR FELIZ. Começa, não com a mulher, mas sim com o líder, mas sua liderança não é cristalizada na força masculina, porém no fato que ele TEME AO SENHOR, provando isso pelo fato que ANDA NOS SEUS CAMINHOS, indicando ser obediente a Deus. Em seguida aparecem os resultados na vida da esposa: TUA ESPOSA... VIDEIRA FRUTÍFERA, e nos filhos: “TEUS FILHOS... REBENTOS DA OLIVEIRA...”.
Oh! Se todos os lares fossem assim! Mas estamos conscientes de que vivemos num mundo onde reina o pecado e o príncipe é o diabo. Nós mesmos fomos tirados da triste condição de rebeldes filhos da desobediência. Nossos olhos foram abertos para que víssemos os tristes resultados de nossa desobediência. Mas nossa fé triunfa no fato que fomos chamados para SERVIR A JUSTIÇA e assim trazer nossos lares de volta aos princípios bíblicos. Cristo derrotou o pecado e o inimigo das almas, para que
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agora possamos exibir em pleno território das trevas o que a graça de Deus conquistou por meio de Cristo, nas vidas de homens e mulheres que foram salvos.
Conheçamos, portanto a nossa responsabilidade em estabelecer pela fé a justiça em nossos lares. O Senhor nos convoca à Sua Palavra e é para ela que agora vamos focar nossa atenção. Não temos que buscar recursos no mundo fracassado, porquanto a Palavra de Deus tem tudo que precisamos para que nossas famílias funcionem de forma adequada, trazendo glórias ao Nome santo e beneficiando assim nossa sociedade.
Tomaremos a conhecida passagem de Efésios 5, a partir do verso 22. Para que cheguemos ao nosso objetivo é necessário que entendamos o contexto notemos desde o verso 18 como as exortações do apóstolo estão voltadas à comunhão edificante que deve existir dentro da igreja. O ensino mais importante é que a comunhão cristã só pode ser estabelecida se houver da parte de cada crente a real humildade, a disposição de servir uns aos outros. De que maneira isso funciona? A resposta nos é dada no verso 21: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”. É a partir dessa atitude que podemos entender o assunto referente à nossa função no lar, a partir do verso 22.
Aprendemos que o povo crente é um povo humilde. A humildade de Cristo é passada aos corações santificados pela graça e significa que não temos conosco a atitude orgulhosa, maligna e irreverente achada no mundo. O ambiente cristão é completamente contrário aos padrões deste mundo, onde prevalece o ódio e todo tipo de discriminação social. Essa atitude de subordinação uns aos outros é porque nos corações dos santos há o temor de Cristo. O crente entende que foi aceito pela misericórdia e que não há razão para sentir-se superior a ninguém, uma vez que o próprio Filho de Deus se humilhou a fim de que fôssemos resgatados da eterna condenação. O crente entende que faz parte da família de Deus para que agora possa ser servo, imitando a Cristo dentro da igreja e no seu lar. Ele é um servo de Cristo, está consciente disso e trabalha tendo em vista o bem eterno daqueles que estão ao seu derredor. Ele sabe que um dia vai prestar contas de sua função perante o Senhor, mas serve por amor a Cristo e no amor de Cristo.
É nessa mentalidade de submissão que Paulo traz a lume o ensino sobre o lar. Quem não conhece o significado prático de ser submisso uns aos outros não tem qualquer possibilidade de trabalhar em função de exercer justiça em sua casa. Pulsa no peito do homem natural o orgulho próprio. Tanto a mulher como o homem age assim no pecado e jamais quererá aquiescer-se às ordens do Rei dos reis e Senhor dos senhores, conforme Efésios 5:2. Uma prática dessa é abominação para corações irregenerados. A tendência da mulher é resistir, do homem dominar e do filho revoltar. Neste mundo tudo funciona para que a corda quebre do lado mais fraco. Sempre atos de covardia acompanham o orgulhoso; tudo o que é belo, decência, exemplo e pudor desaparecem ante a maldade praticada pelo soberbo.
Mesmo na vida de um crente, qualquer atitude orgulhosa fará com que sua seja derrotado e incapaz de servir na igreja e no lar. Nossos corações devem estar em constante subordinação ao Senhor; sempre alertas contra o perigo do orgulho; sempre pautados nas exortações bíblicas. O Salmista percebeu que o orgulho próprio é a principal arma de satanás para afastar-nos da Palavra de Deus, por isso ele ora: “Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão” (Salmo 19:13). Estejamos certos que se algo errado estiver acontecendo na família é devido a alguma atitude soberba.
O Senhor há de chamar a nossa atenção para que estejamos voltados à mentalidade de um servo. A graça sempre há de prover sua força que saibamos como devemos proceder em nossa função como marido, como esposa, como pai ou mãe. Tendo essas verdades em mente, sigamos firme rumo ao nosso objetivo de implantar a perfeita justiça em nossos lares.
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