“Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos
de vos submetem, e sim porque o vosso nome está escrito nos céus” (Lucas
10:17-20).
Os
crentes não são pessoas inativas, pelo contrário a fé bíblica é dinâmica e
sempre mostrou ser poderosa e capaz de realizar grandes coisas neste mundo.
Tiago afirma que a fé sem obras é morta, porque ela começa com obras e continua
com obras até o fim. Mesmo aqueles crentes que parecem ser tão ocultos, eles
estão ativos. Mesmo aqueles que estão em suas atividades nos lares, nos
trabalhos e noutros afazeres do cotidiano, a fé dos crentes está em plena ação
neste mundo. A fé não morre, mesmo que os santos partem deste mundo, a fé deles
continuará falando, assim como ocorreu com os santos do Velho Testamento. É claro
que tem a fé natural e que às vezes desponta no palco religioso deste mundo.
Essa fé é desfeita com o tempo, some como fumaça e seus efeitos não têm
qualquer valor eterno. Realmente as obras tem certo valor até mesmo terapêutico.
Muitos procuram atividades sociais para se sentirem bem e felizes. O mundo tem
essas atividades e elas são muito bem procuradas pela sociedade, porque seus
resultados são incrivelmente bons e frutíferos para a mente, emoções e até
mesmo o físico.
Nosso
Senhor, sendo ele Deus sabia o quanto, determinados feitos espirituais poderiam
mover os corações dos seus discípulos em alegria e satisfação. O trabalho de
Deus é uma guerra considerada triunfante para seus servos. Olhem os discípulos,
pois eles estavam carregados de autoridade sobre os demônios e todos os poderes
das trevas. Era maravilhoso ver homens libertos dos poderes tormentosos que
envolviam suas vidas; era gratificante ver o trabalho de Deus através de suas
vidas. Quantas vezes eu mesmo me sentir assim diante dos grandes feitos de
Deus! Ao ver o trabalho dos discípulos, como me sinto tão pequeno! Quando
comparo percebo que nada fiz. Mas o que o Senhor fez foi, como que, jogar um
balde de água fria neles, assim que chegaram para contar as bênçãos tremendas
daquilo que fora realizado no nome do Senhor.
Nosso
Deus, no decorrer dos anos tem jogado essa agua gelada em muitos dos seus
servos, justamente porque grandes feitos podem ser prejudiciais à nossas vidas
aqui, por incrível que pareça. Não foi assim com Paulo? Ele, talvez foi o homem
mais usado por Deus na obra do evangelho, mas o Senhor sabia que grandes feitos
poderiam encher o coração do seu servo de vaidade, por isso permitiu que sua
enfermidade continuasse, a fim de a glória fosse tudo do Senhor, aquele que
opera em nós e através de nós seus grandes feitos. Conheci um homem de Deus que
agora está no céu, Deus usou esse homem numa grande obra, com grandes
conquistas de almas. Soube que após essas grandes conquistas ele teve períodos
de depressão. Não tenho dúvidas de que Deus permite isso nas vidas de seus
servos, para que eles não venham a se exaltar em nada, absolutamente.
Com
os discípulos aconteceu isso, e nosso Senhor mostrou sua compreensão, simpatia
e empatia com seus servos. Eles chegaram sorridentes, contando as bênçãos do
trabalho, daquilo que Deus havia feito por intermédio deles e isso era
empolgante. Mas eis que Senhor chega para eles cortando aquele momento festivo,
dizendo-lhes: “Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim
porque o vosso nome está escrito no céu”. É essa verdade que almejo destacar
aqui. Nosso Senhor não é um desmancha prazer; ele não é um estraga tudo. O que
ele está querendo dizer que aquela felicidade mostrada pelos seus servos era
real, porém transitória, enquanto havia um motivo glorioso e eterno que deveria
motivar seus servos, era o fato de que seus nomes estarem escritos no céu. Não
é um maravilhoso fato? Nós temos perante nossos olhos uma verdade
impressionante e precisamos nos desembaraçar daquilo que é passageiro e muitas
vezes envolvente nas obras da carne. Nosso Senhor nem mencionou a glória dele;
nem sequer mostrou a exaltação do Seu grande nome, mas sim o fato que aqueles
homens simples eram cidadãos do céu.
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