“Posto que miríades
de pessoas se aglomeravam, a ponto de uns aos outros se atropelarem, passou
Jesus a dizer, antes de tudo, aos seus discípulos; Acautelai-vos do fermento
dos fariseus, que é a hipocrisia” (LUCAS 12:1)
O SIGNIFICADO DA PALAVRA
Não sei se a introdução foi suficiente
para explicar o quanto esse assunto é de tamanha relevância, mas estou certo
que todos os que levam a palavra de Deus com seriedade sabem o quanto nossa
geração enfrenta os maiores perigos religiosos já vistos. Satanás é habilidoso
em fazer como que lobos fiquem bem disfarçados de ovelhas, com a finalidade de
enganar todos. Sem o firme alicerce da salvação bíblica, certamente o ambiente
é adequadíssimo para criar hipócritas. Muitas dessas hipocrisias não são
perceptíveis por muitos, porque a situação é parece ser “abençoada” nos
corações. Creio que nenhum dos apóstolos pode perceber o quanto Judas era um
homem perigoso; creio que Pedro nunca imaginaria que o medo mostraria sua
disposição de negar o Senhor.
O termo bíblico traduzido por “hipócrita”
realmente é formado pela composição de duas palavras: “Upó” e “krinéo”. A ideia
que elas juntas dão é que o hipócrita é aquele que esconde, encobre toda
capacidade de ser julgado por Deus e pelos homens. Noutras palavras, o
hipócrita é aquele que consegue tapar a sua condição interior, a realidade do
seu coração e que faz com que todos o vejam apenas por fora. O hipócrita é
aquele que consegue caiar sua vida de tal maneira que, visto por fora (como os
homens conseguem ver) é visto como alguém realmente autêntico, espírito e
indigno de qualquer juízo. Olhando de outro ângulo, o hipócrita é satanás
adornando externamente os homens com sua própria habilidade de parecer justo, religioso
e espiritual.
Estamos presenciando essa atuação tão
ardilosa em nossos dias, pois homens extremamente perigosos estão travestidos
de religiosos, espirituais e agem como se fossem enviados diretamente do céu
para os homens. São esses elementos caracterizados por hipocrisia que tendem a
fazer os outros hipócritas também. Vemos a sociedade cheia de homens e mulheres
não mais autênticos e até mesmo as igrejas ortodoxas passam a aceitar tais tipos
de indivíduos. Nosso Senhor adverte seriamente seus discípulos contra isso que
ele chama de “fermento”. Quando os homens se tornam hipócritas, então eles
passam a defender rigorosamente os hipócritas também e atacam aqueles que são autênticos
na fé.
Voltando um pouco mais aos fariseus,
eles na realidade eram mais perigosos do que os gentios; eles conseguiam fazer
discípulos na fé deles, a tal ponto que tornavam as pessoas dignas do inferno
duas vezes. A hipocrisia é tão terrível e contagiosa que eles ultrapassam
fronteiras levando suas maldades. Nós vemos isso hoje, como a religião
hipócrita avança e consegue ajuntar milhares, incapacitando os homens a pensar
com seriedade e dominando suas emoções. Consideremos a situação atual, porque a
função do evangelho é julgar o coração; a verdade sempre foi penetrante, como
faz a espada. Quando a religião da hipocrisia se espalha tanto como estamos
presenciando, então o povo há de queixar-se contra a verdade; vai se opor aos
mensageiros fieis e vai rejeitar o amor da verdade, a fim de ser salvo.
O hipócrita não quer ser julgado, visto,
examinado à luz da revelação bíblica. O hipócrita contenta-se com aquilo que ele
acredita ser verdade; toda sua luz é externa e não interna. O hipócrita não
gosta que mexa em sua “enfermidade mortal”; ele quer médicos que curem
superficialmente a sua situação e é exatamente isso o que os falsos mestres
fazem. Eles usam alguma pomada, têm algum comprimido contra dores e com isso
dão calma aparente aos corações. Os homens amam esse estilo de vida, porque
encontram satanás como deus deste século, hábil e capaz para realizar seus
empreendimentos tão insanos e homicidas (João 8:44)
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