quarta-feira, 18 de abril de 2018

O ALTO CUSTO DE SEGUIR A CRISTO (9)


                     
“Grandes multidões acompanhavam Jesus, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece seu pai, sua mãe, sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:25-27)
A VERDADEIRA DECISÃO AFETA O RELACIONAMENTO NATURAL: “Aborrece”.
                                       Irmãos e irmãs
        Minha esperança é que em meus comentários as peças vão sendo colocadas em seus devidos lugares. Em nossos dias vemos como a família é como um quadro que vai se apagando com o desgaste provocado pelo tempo. Mas a natureza sempre foi e será corrompida e andará à procura de algo onde se apoiar. O que acontece quando homens e mulheres se convertem de coração ao Senhor? Será que eles passam a odiar seus irmãos e irmãs? Claro que não! Nosso Senhor está mostrando que quando amamos a ele de todo nosso coração, eis que nosso trato com nossos parentes consanguíneos parece ser como ódio. É comum ouvirmos da parte de nossos irmãos que nos afastamos e que agora abandonamos nossas famílias. Normalmente os crentes sinceros enfrentam essas coisas.
        Entretanto, devemos saber que o amor que temos pelos nossos irmãos de sangue não é duradouro, pois com o tempo e circunstância pode ser transformado em ódio. Quando Abraão deixou sua casa, deixou também sua parentela, a fim de percorrer em peregrinação pela terra prometida, até sua morte, sem que jamais retornasse aos seus parentes na Mesopotâmia. O fato que temos nossos irmãos não significa que o amor perdura até à morte. Não foi o caso de José? Vemos em Gênesis 37 o quanto seus irmãos o odiavam, a ponto de querer mata-lo. O próprio Senhor Jesus, como Homem foi odiado pelos seus irmãos (filhos de Maria e José). Sabemos que após a ressurreição do Senhor alguns deles vieram a se converter e se tornaram líderes nas igrejas em Jerusalém.
        Não há nenhuma garantia que nossos irmãos serão amigos nossos após a nossa conversão. Seguir a Cristo e amá-lo de todo nosso coração pode custar a experiência de um verdadeiro desprezo da parte de pessoas que esperávamos que iria nos amar e apoiar. Seguir a Cristo para amá-lo e obedecê-lo é como uma espada que vem para trazer guerra e divisão dentro de nossa casa. Se nossos irmãos são mundanos e vivem no pecado, certamente vão desprezar nosso estilo de vida, mesmo que sejamos dóceis, amáveis e que mostremos nosso amor por eles. Seguir a Cristo de todo coração custa essa ruptura ao lidarmos com nossos queridos. Se eles estiverem seguindo uma mentira religiosa vão mostrar maior fúria com nosso comportamento santo em seguir a verdade.
        Então, podemos afirmar que nossa ligação com o céu é determinante para quebrar os laços fraternais aqui. O cabo de aço que nos puxa para o céu há de romper o frágil cordão umbilical que tanto nos liga com aqueles que aqui amamos. Saulo foi logo abandonado por todos os seus queridos; ele pode sentir o desprezo e até mesmo intenso ódio da parte de todos quantos antes o apoiavam. Se nossos queridos amam a Cristo, eles estarão conosco no mesmo trajeto; eles serão nossos irmãos no sangue e no Espírito; eles buscarão santidade da mesma maneira que nós buscamos; eles serão nossos companheiros de oração e batalharão conosco pela mesma causa da verdade.
        Nosso Senhor deixou isso bem esclarecido para nós. Mas nosso amor e devoção ao Senhor acende em nós uma verdadeira ligação de compaixão por nossos queridos que não foram salvos. Passamos a amá-los de uma forma real e com total interesse pelo bem eternal deles. O Sol da justiça brilha seu calor de compaixão, de ternura e de prontidão em mostrar a todos os nossos parentes o que significa estar ligado a Jesus e o quanto ele é mais precioso do que tudo o que há neste mundo que perece.

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