sexta-feira, 6 de abril de 2018

O ALTO CUSTO DE SEGUIR A CRISTO (2)


                      
“Grandes multidões acompanhavam Jesus, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece seu pai, sua mãe, sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:25-27)
INTRODUÇÃO:
        As circunstância me impelem a continuar um pouco mais na introdução. Na primeira página procurei mostrar a importância desse tema, à luz do que está ocorrendo em nossos dias. Hoje pretendo me envolver ao texto, mas vendo o que está em torno dele, porque eu sei o quanto os meus leitores precisam desse esclarecimento. A passagem tem sido comumente usada para explicar que há um grau mais elevado no seguir a Cristo e ser discípulo Dele. O que está acontecendo hoje é que o que eles chamam de “discipulado” tem ocupado o lugar da mais relevante tarefa que cabe aos pregadores, que é a pregação.
        Veja bem, não que eu estou contra o ensino pessoal e o fortalecimento na fé e no conhecimento da verdade. Para mim o discipulado é resultado de conversão genuína. Quando Pedro pregou àquela multidão, todos eles se converteram e se tornaram discípulos (Atos 6:1,7). Na igreja primitiva não havia uma classe especial de discípulos; não havia um grupo seleto que recebeu maior esclarecimento bíblico. Todos os crentes eram chamados de discípulos e eles se reunião para aprender a doutrina dos apóstolos, além de adorar a Deus em santo temor.
        Mas quero fixar minha atenção ao texto de Lucas 14, porque a primeira lição que vemos é que Cristo não está falando em particular com seus discípulos. Vemos noutras passagens que Jesus reunia somente com aqueles que foram chamados para o ministério apostólico, como por exemplo, em João 13, indo até o capítulo 17. Ali ele não estava fazendo discípulos, pois aqueles homens eram verdadeiros discípulos. Podemos ver em Lucas 14 que nosso Senhor se dirige à multidão. Ali estava um grande número de pessoas, elas queriam ver os milagres e os atos de bondade do Senhor; queriam ver aquilo que tanto a natureza carnal ambiciona, mas aquele povo não entendia qual era a natureza eterna do ministério do Senhor, por isso Ele voltou-se para a multidão a fim de dizer-lhe as palavras do texto acima.
        Nosso Senhor está mostrando àquele povo o custo de segui-lo, o que significava ser um discípulo dele. Muitos ali eram discípulos de Moisés no coração, mas ali não estava um mero homem, mas sim o próprio Deus em carne. Ali estava aquele que veio ao mundo para salvar pecadores, a fim de leva-los para o céu. Seus seguidores eram diferentes, eram chamados por Ele para segui-lo e que isso era um resultado de sua chamada e não de uma decisão natural. Ali estava um povo que se alegrava com aquilo que via, mas que em nada sabia do caminho pelo qual percorria o Senhor. Seus discípulos estavam sendo orientados nisso; eles ficaram sabendo posteriormente o que significava sofrer, porque o Senhor passaria pelo vale de sofrimento.
        Enfim, nosso Senhor está mostrando em suas palavras, que se eu quiser amar a ele, então terei que aborrecer aquilo que eu amo. Milhares amam o dinheiro, prosperidade terrena, amizades, conforto, fama e prazeres. O mundo procura essas coisas. Mas para seguir a Cristo e amá-lo de todo coração era preciso que no coração houvesse a disposição de aborrecer tudo, inclusive aquilo que aos meus parece ser minha joia, meu tesouro na terra. Note bem, nosso Senhor não está dizendo que a pessoa não terá nada disso. Ele não está afirmando que é errado ter essas coisas mencionadas acima. Ele apenas está mostrando que ao segui-lo de todo coração, então tudo isso que o mundo tanto ama e busca aqui, será visto como coisas mesquinhas, passageiras e descartáveis em minha vida.

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