“Grandes
multidões acompanhavam Jesus, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a
mim e não aborrece seu pai, sua mãe, sua mulher, os seus filhos, os seus
irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas
14:25-27)
INTRODUÇÃO:
As circunstância me impelem a continuar
um pouco mais na introdução. Na primeira página procurei mostrar a importância
desse tema, à luz do que está ocorrendo em nossos dias. Hoje pretendo me
envolver ao texto, mas vendo o que está em torno dele, porque eu sei o quanto
os meus leitores precisam desse esclarecimento. A passagem tem sido comumente usada
para explicar que há um grau mais elevado no seguir a Cristo e ser discípulo
Dele. O que está acontecendo hoje é que o que eles chamam de “discipulado” tem
ocupado o lugar da mais relevante tarefa que cabe aos pregadores, que é a
pregação.
Veja bem, não que eu estou contra o
ensino pessoal e o fortalecimento na fé e no conhecimento da verdade. Para mim
o discipulado é resultado de conversão genuína. Quando Pedro pregou àquela
multidão, todos eles se converteram e se tornaram discípulos (Atos 6:1,7). Na
igreja primitiva não havia uma classe especial de discípulos; não havia um
grupo seleto que recebeu maior esclarecimento bíblico. Todos os crentes eram
chamados de discípulos e eles se reunião para aprender a doutrina dos
apóstolos, além de adorar a Deus em santo temor.
Mas quero fixar minha atenção ao texto
de Lucas 14, porque a primeira lição que vemos é que Cristo não está falando em
particular com seus discípulos. Vemos noutras passagens que Jesus reunia
somente com aqueles que foram chamados para o ministério apostólico, como por
exemplo, em João 13, indo até o capítulo 17. Ali ele não estava fazendo
discípulos, pois aqueles homens eram verdadeiros discípulos. Podemos ver em
Lucas 14 que nosso Senhor se dirige à multidão. Ali estava um grande número de
pessoas, elas queriam ver os milagres e os atos de bondade do Senhor; queriam
ver aquilo que tanto a natureza carnal ambiciona, mas aquele povo não entendia
qual era a natureza eterna do ministério do Senhor, por isso Ele voltou-se para
a multidão a fim de dizer-lhe as palavras do texto acima.
Nosso Senhor está mostrando àquele povo
o custo de segui-lo, o que significava ser um discípulo dele. Muitos ali eram
discípulos de Moisés no coração, mas ali não estava um mero homem, mas sim o
próprio Deus em carne. Ali estava aquele que veio ao mundo para salvar
pecadores, a fim de leva-los para o céu. Seus seguidores eram diferentes, eram chamados
por Ele para segui-lo e que isso era um resultado de sua chamada e não de uma
decisão natural. Ali estava um povo que se alegrava com aquilo que via, mas que
em nada sabia do caminho pelo qual percorria o Senhor. Seus discípulos estavam
sendo orientados nisso; eles ficaram sabendo posteriormente o que significava sofrer,
porque o Senhor passaria pelo vale de sofrimento.
Enfim, nosso Senhor está mostrando em
suas palavras, que se eu quiser amar a ele, então terei que aborrecer aquilo
que eu amo. Milhares amam o dinheiro, prosperidade terrena, amizades, conforto,
fama e prazeres. O mundo procura essas coisas. Mas para seguir a Cristo e
amá-lo de todo coração era preciso que no coração houvesse a disposição de
aborrecer tudo, inclusive aquilo que aos meus parece ser minha joia, meu
tesouro na terra. Note bem, nosso Senhor não está dizendo que a pessoa não terá
nada disso. Ele não está afirmando que é errado ter essas coisas mencionadas
acima. Ele apenas está mostrando que ao segui-lo de todo coração, então tudo
isso que o mundo tanto ama e busca aqui, será visto como coisas mesquinhas,
passageiras e descartáveis em minha vida.
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