“Grandes
multidões acompanhavam Jesus, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a
mim e não aborrece seu pai, sua mãe, sua mulher, os seus filhos, os seus
irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas
14:25-27)
A
VERDADEIRA DECISÃO AFETA O RELACIONAMENTO NATURAL: “Aborrece”.
3. “Aborrecer”
(no caso, os pais), significa que haverá prontidão em negar-lhes obediência,
quando a honra do Senhor e de Sua palavra estiver em jogo. O Senhor exige amor
a ele, amor que está infinitamente acima de qualquer amor aos pais, mesmo que
estes sejam os melhores pais; mesmo que eles tenham demonstrado muito amor e
carinho. Nada disso deve anular o fato que o amor por Cristo deve superar tudo.
Sendo assim, quando o amor por Cristo, a ponto de deixar tudo para segui-lo é
manifestado no viver, então o relacionamento com os pais vai parecer para eles
que houve aborrecimento. Parece incrível e difícil de acreditar, mas é pura
verdade. Nada temos de bom nesta vida que não tenha vindo do Senhor, até mesmo
os benefícios advindos de nossos pais. Eles foram e são instrumentos da bondade
de Deus. Percebemos isso na linguagem do Senhor em relação aos pais: “Se vós
que sois maus saber dar boas dádivas aos vossos filhos...”. Nosso Senhor mostra
no texto que por natureza os pais não são bons, mas sim maus.
4. Também
temos de considerar o fato que nossos pais são limitados e mortais. Limitados
porque eles não têm qualquer poder de ajudar e socorrer os filhos em situações difíceis.
Dois dos meus filhos moram a mais de mil km de distância de mim. Posso
conversar com eles; posso vê-los enquanto conversamos, mas nada poderei fazer
se houver um roubo na casa deles, se a vida deles estiver em perigo de morte.
Além disso, nós os pais somos seres que hão de morrer; um dia deixaremos nossos
queridos filhos e netos, e o que faremos por eles doravante? Nada! Não me
esqueço de um irmão meu que já faleceu. Ele, sentindo-se sozinho, sem os filhos
e como que desamparado, foi para a porta da casa de meus falecidos pais e ali
bateu na porta chamando por eles. Quanto esforço emocional inútil! A morte vem
para mostrar o quanto somos fracassados em confiar em meros mortais, mesmo
sendo eles nossos pais.
Nosso Senhor deixa bem claro que para
segui-lo haverá esse aborrecimento, porquanto o amor por Cristo deve superar todo
esse sentimento transitório. É um aborrecimento sim porque todo ser será
devotado ao Senhor. Moisés, antes de sua morte elogiou a tribo de Levi, porque
foi a única tribo que se dispôs a negar amor aos pais e parentes, a fim de
executar a vontade de Deus em punir os adoradores do bezerro de ouro (Êxodo 32 comparando
com Deuteronômio 33). A fé observa a inutilidade de todas essas coisas que são
agradáveis ao mundo, mas que para o andar dos santos aqui não tem qualquer
valor.
Além disso, sabemos que o próprio Deus
anula esse amor paternal, maternal e filial na terra, porque dependendo das
circunstâncias tudo derrete como gelo exposto ao calor. Nosso Senhor deixou bem
claro que no final dos tempos os santos seriam perseguidos por causa do nome
Dele; que a paz seria retirada da face da terra e então pais matarão os filhos
e os filhos os pais. Esse é o mundo em que vivemos. Por amor ao dinheiro e
prazeres homens e mulheres perdem o amor natural e não têm qualquer prazer por
uns pelos outros. Sem o amor de uma devoção e obediente por Cristo, não há como
segurar amor na terra. Tudo aqui murcha e passa; tudo aqui está envenenado pela
desgraça do pecado. Estamos já presenciando a crueldade tanto dos pais como dos
filhos em nossos dias e isso, de forma apavorante está crescendo.
Que o Senhor tenha misericórdia de
nossas pobres almas, num mundo tão cheio de mentiras e crueldade!
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