“Grandes
multidões acompanhavam Jesus, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a
mim e não aborrece seu pai, sua mãe, sua mulher, os seus filhos, os seus
irmãos, as suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
quem não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas
14:25-27)
A VERDADEIRA DECISÃO
AFETA A VIDA NATURAL “... e ainda a sua
própria vida...”.
Chegou o momento para que encaremos esse
custo de uma forma ainda mais profunda, porque até aqui a natureza terrena pode
disparadamente mostrar que pode fazer alguma coisa religiosa na vida. Somos
tendenciosos a partir para os extremos, sem que observemos a verdade e justiça
em tudo o que nosso Senhor nos ensina. O mundo tem mostrado durante os séculos
o que a natureza pervertida pode fazer, usando o nome de Deus; até onde a
maldade pode chegar travestida de religiosa. Os homens sempre foram assim, não
mudaram, a não ser que haja conversão sincera à verdade revelada. Nosso Senhor
não deixou de avisar os discípulos de que os homens cometeriam assassinatos,
fazendo isso em nome de Deus. Portanto, as palavras do Senhor: “...e ainda a
sua própria vida...” devem ser examinadas com a visão inteiramente bíblica,
firmada na verdade, para que não tropecemos em nossas loucas conclusões.
O termo “vida”, não há dúvida que está
referindo à vida da natureza. Nosso Senhor não usa o termo grego “bios”, mas
sim “psiquê”. Se estivesse tratando do nosso modo de viver fisicamente, ele
usaria o primeiro. Mas a verdade é que vida (psique) envolve a alma e como a
alma está ligada à esfera física, então o Senhor, em poucas palavras aborda
todo esse sistema físico e psicológico de vida aqui. A alma é o eu; é o homem
ligado a esta vida aqui; é o homem conforme veio de Adão. Sabemos o quanto os
homens amam esta vida; como estão ligados a este mundo em todos os seus
aspectos. Quando nosso Senhor expõe o modo de segui-Lo, percebe-se
imediatamente que a vida apresentada por ele está totalmente distante do viver (psique)
daqui. Não que é errada esta vida; não que ela não tenha seu devido valor.
Estamos neste mundo onde precisamos nos alimentar, respirar, trabalhar, casar e
construir nosso sistema de vida. Ela é passageira? Sim! Mas é necessária para
todos.
Nosso Senhor não a condena, ele está
mostrando que essa vida natural nada tem a ver com a vida espiritual. Quando
vemos o viver do Senhor, seu caminho em obediência ao Pai e tudo que aqui
enfrentou até à sua morte, logo percebemos que não há como assimilar a vida
dele com nosso viver natural. Quando Judas seguiu a Cristo com os outros
apóstolos, percebemos claramente que ele olhava para o futuro com sentimentos
naturais e não espirituais; que queria um reino aqui diferente; que ele amava
esta vida e que queria construir um castelo financeiro aqui. Mas aos poucos a
realidade foi aparecendo e ele viu que não havia esperança, senão ganhando
riquezas com traição.
A origem da vida natural está ligada a
Adão e nada tem a ver com Deus e com as realidades eternas. Os homens no pecado
pensam, têm afeto, mas tudo do ponto de vista desta vida presente. Os homens no
pecado não têm a visão bíblica; mesmo sendo religiosos, eles verão conforme o
padrão daqui. O homem natural trabalha, luta, sonham e se esforçam para
conquistar um mundo melhor. Notem bem que em si não é errado, mas à luz da
eternidade tudo é apagado pela força da morte. Nosso Senhor deixa claro a todos
que para segui-lo custa odiar a própria vida. É a mesma lição que ele deixou
com respeito aos pais, esposa, filhos e irmãos. Que meus leitores percebam o
quanto nosso Senhor está mostrando que é impossível seguir a ele, ser
discípulo, ovelha dele, a não ser que algo sobrenatural tenha ocorrido na vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário