“Cri, por isso falei.
Estive muito aflito. Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. Que
darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da
salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pararei os meus votos ao Senhor, agora,
na presença do Senhor. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”.
(Salmo 116:10-16).
A VIDA CRISTÃ CONSAGRADA: “que
darei ao Senhor?”
O que realmente significa essa pergunta:
“Que darei ao Senhor...?”. Não há qualquer dúvida que esse é o efeito imediato
da fé simples e humilde de uma alma salva. O verdadeiro crente não agiganta sua
fé, mostrando o quanto foi capaz de crer e de fazer algo para Deus. A fé
verdadeira se estriba na graça e é dessa graça que se abastece e se fortalece.
O verdadeiro crente não se desgruda da história da cruz; não cria uma forma de
ter sua própria luz, porque para ele o que foi feito na cruz é suficiente para
iluminar seu caminho no andar para o céu. Assim vemos o quanto sua resposta
aparece como profunda evidência de que sua fé é triunfante porque marcha no
caminho certo, na verdadeira consagração.
Sua resposta aparece com três medidas
drásticas no que tange ao seu viver. A primeira ele mostra o quanto está firme
na obra feita na cruz: “...tomarei o
cálice da salvação...”. Notamos bem que ele não se desgruda do seu salvador;
que ele está bem firmado no sangue derramado para a remissão de seus pecados. É
bem provável que o meus leitores estejam entendendo que o salmista quer
produzir sua própria salvação; que ele quer contribuir com sua parte na
salvação de sua alma. Não devemos acatar o texto na superfície, mas sim à luz
de toda verdade. O que aconteceu antes? Ele descobriu o quanto o mundo mostrou
seu ódio em relação à sua conversão. Quando ele imaginava que todos o aceitariam
como um crente; que todos iriam saudá-lo com um “bem-vindo!”, eis que seu
desapontamento surgiu imediatamente.
Qual foi a decisão dele? Ele recuou com
covardia? Voltou atrás para não perder as amizades? Claro que não! Ali estava
uma nova criatura; para ele tudo morreu; toda essa natureza aparentemente bela
e saudável foi apagada quando compreendeu que havia morrido, sepultado e
ressuscitado com Cristo. Então, eis aí a definição do seu modo de viver
posteriormente: “Tomarei o cálice da salvação...”. Para ele a sabedoria de Deus
estava na morte do seu Cordeiro amado; para ele aquilo que o mundo despreza e
considera como loucura, na realidade era sua sabedoria, por isso encarava isso
seriamente. Se ele tivesse apenas mudado de religião, nada mudaria nesse
cenário de engano, porque os homens apenas religiosos vivem em harmonia, assim
como viviam os fariseus com os saduceus.
Por essa razão os verdadeiros crentes
sabem o que realmente significa seguir a Cristo, serem seus discípulos. Eles
sabem que agora vão beber o cálice amargo; saberão o quanto é difícil a jornada
rumo ao céu e quanto a natureza adâmica reage contra esse cálice. Nosso Senhor
deixou essa verdade bem esclarecida para seus discípulos: “No mundo passais por
aflições...”. O caminho para o céu só pode trilhado pelos remidos, por aqueles
que realmente creram de todo coração. Notamos o quanto essa verdade está
estampada no viver e nos lábios dos verdadeiros crentes. Nossos hinos,
especialmente os mais antigos transbordam dessa verdade:
Chegado à cruz do meu
Salvador, prostrado aos pés do meu redentor.
Ele atendeu logo ao meu
clamor. Glória ao Salvador!
Outro hino antigo que destaca bem essa
verdade é aquele tão bem conhecido de todos os fieis:
Sim eu amo a mensagem da
cruz. Té morrer eu a vou proclamar.
Levarei eu também minha
cruz, té por uma coroa trocar.
Uso essas mensagens cantadas porque elas
mostram a verdade que transbordou o coração do salmista, quando realmente
definiu sua consagração ao Senhor: “Tomarei o cálice da salvação...”.
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