segunda-feira, 11 de setembro de 2017

O TESTEMUNHO DO SALVO NESTA VIDA (4)




“Cri, por isso falei. Estive muito aflito. Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. Que darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pararei os meus votos ao Senhor, agora, na presença do Senhor. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”. (Salmo 116:10-16)
                                       A VIDA CRISTÃ PELA FÉ
                        “Eu cri, ainda que disse: estou sobremodo aflito”.
        Nós os crentes não devemos ser enganados por esse evangelho talhado pelas emoções, conforme vemos ocorrendo em nossos dias. O viver cristão é pela fé (Romanos 1:17, conferir Habacuque 2:4). Vemos na experiência do salmista que ele imaginava que com sua conversão todos iriam acompanha-lo; que todos iriam à igreja, assim que fossem convidados; que seria admirado pelos amigos e parentes. Mas o fato é que aquela alma nova convertida foi surpreendida por uma reação que lhe deixou aflita. Ele não perdeu sua fé; ele não voltou atrás, afastando-se de Deus. O que ocorreu foi que ele entrou em aflição no íntimo: “Eu cri, ainda que disse: estou sobremodo aflito”.
        Acontece com muitos que são sinceros convertidos ao Senhor. Eles pensam que sua conversão atrairá muitos, que todos lhe darão crédito. Às vezes Deus opera assim. A conversão do carcereiro (Atos 16) levou toda sua casa a crer em Jesus. Mas isso não significa regra, porque em muitos casos a conversão atrai perseguição, ódio e desdém da parte dos seus queridos e amigos. A alegria externa do salmista foi transformada em aflição: “...estou sobremodo aflito...”. De repente sua fé foi cercada pela incredulidade. Não foi o caso de Jó? (em circunstâncias bem diferentes, claro). Mas o fato é que muitas vezes a fé fica sozinha, abandonada por todos, até mesmo daqueles mais íntimos. A razão óbvia é que jamais será benvinda pelo mundo que nos cerca. Por essa razão Jesus deixou claro aos seus discípulos que eles haveriam de enfrentar aflições neste mundo.
        Vivemos num mundo que odeia Deus. Pensamos sempre moldados pela aparência que os homens, mesmo muitos não sendo crentes, são pessoas boas que amam a Deus e que querem conhecer a verdade. Quanto engano de nossa parte! Os homens no pecado odeiam Deus com ódio acerbo. Vemos essa verdade bem esclarecida em toda Escritura. O que vale para Deus não é a conversão de nossos queridos ao derredor, mas sim de nossa fé, a qual deve ser marcada como fé firme, resoluta e invencível. Os homens ficam inquietos e se apavoram quando veem o brilho da fé genuína e isso normalmente provoca ira da parte deles. Os homens aparentam bondade, amizade, gentileza e religiosidade, enquanto não brilha perante sua face o evangelho da glória de Cristo.
        Quando Saulo se converteu, ele não conquistou seus amigos e correligionários. Pelo contrário, de repente aquele homem ficou cercado pela fúria infernal, a qual ameaçou sua própria vida. Já tenho lido acerca de pessoas que foram assassinadas por parentes, somente porque se tornaram crentes em Cristo. Este mundo incrédulo não pertence ao Senhor Jesus Cristo, mas sim ao maligno (1 João 5:19). Os melhores homens deste mundo fazem parte do grupo que participa do “conselho dos ímpios” (Salmo 1:1).
        Na conversão eis que o crente é trajado da veste branca da perfeita justiça de Cristo, por isso nosso Senhor deixou claro que os crentes seriam perseguidos por causa da justiça. Os homens odeiam a brancura da retidão do Senhor no salvo, por isso eles vão atacar com vigor e ódio. Os homens querem um ambiente de paz e um caminho fácil e largo para que eles andem em seus pecados. Mas agora chega esse chato de crente, a fim de atrapalhar tudo. Então caro leitor, a paz da salvação é a paz com Deus, e não a paz com este mundo que jaz no maligno.

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