“Cri, por isso falei.
Estive muito aflito. Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. Que
darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da
salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pararei os meus votos ao Senhor, agora,
na presença do Senhor. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”.
(Salmo 116:10-16)
A VIDA
CRISTÃ PELA FÉ
“Eu cri, ainda que
disse: estou sobremodo aflito”.
Nós os crentes não devemos ser enganados
por esse evangelho talhado pelas emoções, conforme vemos ocorrendo em nossos
dias. O viver cristão é pela fé (Romanos 1:17, conferir Habacuque 2:4). Vemos
na experiência do salmista que ele imaginava que com sua conversão todos iriam acompanha-lo;
que todos iriam à igreja, assim que fossem convidados; que seria admirado pelos
amigos e parentes. Mas o fato é que aquela alma nova convertida foi
surpreendida por uma reação que lhe deixou aflita. Ele não perdeu sua fé; ele
não voltou atrás, afastando-se de Deus. O que ocorreu foi que ele entrou em
aflição no íntimo: “Eu cri, ainda que disse: estou sobremodo aflito”.
Acontece com muitos que são sinceros
convertidos ao Senhor. Eles pensam que sua conversão atrairá muitos, que todos
lhe darão crédito. Às vezes Deus opera assim. A conversão do carcereiro (Atos
16) levou toda sua casa a crer em Jesus. Mas isso não significa regra, porque
em muitos casos a conversão atrai perseguição, ódio e desdém da parte dos seus
queridos e amigos. A alegria externa do salmista foi transformada em aflição: “...estou
sobremodo aflito...”. De repente sua fé foi cercada pela incredulidade. Não foi
o caso de Jó? (em circunstâncias bem diferentes, claro). Mas o fato é que muitas
vezes a fé fica sozinha, abandonada por todos, até mesmo daqueles mais íntimos.
A razão óbvia é que jamais será benvinda pelo mundo que nos cerca. Por essa
razão Jesus deixou claro aos seus discípulos que eles haveriam de enfrentar
aflições neste mundo.
Vivemos num mundo que odeia Deus.
Pensamos sempre moldados pela aparência que os homens, mesmo muitos não sendo
crentes, são pessoas boas que amam a Deus e que querem conhecer a verdade.
Quanto engano de nossa parte! Os homens no pecado odeiam Deus com ódio acerbo.
Vemos essa verdade bem esclarecida em toda Escritura. O que vale para Deus não
é a conversão de nossos queridos ao derredor, mas sim de nossa fé, a qual deve
ser marcada como fé firme, resoluta e invencível. Os homens ficam inquietos e
se apavoram quando veem o brilho da fé genuína e isso normalmente provoca ira
da parte deles. Os homens aparentam bondade, amizade, gentileza e
religiosidade, enquanto não brilha perante sua face o evangelho da glória de
Cristo.
Quando Saulo se converteu, ele não
conquistou seus amigos e correligionários. Pelo contrário, de repente aquele
homem ficou cercado pela fúria infernal, a qual ameaçou sua própria vida. Já
tenho lido acerca de pessoas que foram assassinadas por parentes, somente
porque se tornaram crentes em Cristo. Este mundo incrédulo não pertence ao
Senhor Jesus Cristo, mas sim ao maligno (1 João 5:19). Os melhores homens deste
mundo fazem parte do grupo que participa do “conselho dos ímpios” (Salmo 1:1).
Na conversão eis que o crente é trajado
da veste branca da perfeita justiça de Cristo, por isso nosso Senhor deixou
claro que os crentes seriam perseguidos por causa da justiça. Os homens odeiam
a brancura da retidão do Senhor no salvo, por isso eles vão atacar com vigor e
ódio. Os homens querem um ambiente de paz e um caminho fácil e largo para que
eles andem em seus pecados. Mas agora chega esse chato de crente, a fim de
atrapalhar tudo. Então caro leitor, a paz da salvação é a paz com Deus, e não a
paz com este mundo que jaz no maligno.
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