“Cri, por isso falei.
Estive muito aflito. Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. Que
darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da
salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pararei os meus votos ao Senhor, agora,
na presença do Senhor. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”.
(Salmo 116:10-16)
A VIDA
CRISTÃ PELA FÉ
“Eu cri, ainda que
disse: estou sobremodo aflito”.
O testemunho do crente é algo marcado no
coração; não pode ser uma invenção emocional, mas sim a verdade que foi cravada
em sua alma: “Eu cri...”. O testemunho do salvo é algo sobrenatural; nada tem a
ver com aquilo que religiosamente o mundo espera ter. Muitos falam de
experiências que tiveram ou bênçãos recebidas, como resultados da bondade de
Deus. Hamã foi curado da lepra e voltou para a Síria com novo propósito, mas
não era testemunho real de uma alma salva (2 Reis 5).
A REAÇÃO DO
MUNDO: “...estou sobremodo aflito...”
Mas, quando o Salmista em sua
experiência de salvação começou a falar do que ocorreu em sua vida, eis que de
repente foi surpreendido por uma inesperada reação. Ele pensou exatamente como
pensa muitos que se convertem e são salvos. O Salmista imaginava no coração que
todos ouviriam acerca das maravilhas que Deus fez por ele; ele acreditava que
seus amigos, parentes e colegas receberiam com prazer seu testemunho e a
mudança feita pela graça em sua vida. Mas aconteceu o contrário. Vemos isso na
reação que ele teve: “...estou sobremodo aflito...”. Sua fé agora estava
cercada pela incredulidade vil; uma ovelha se vê perante lobos. Por que isso?
Por que os homens não se convertem quando veem queridos seus se convertendo?
Por que o mundo nem sequer para, a fim de ouvir o relato da tão grande
salvação?
Ora precisamos saber o que a palavra de
Deus tem a nos explicar acerca disso. Acontece é que agora tudo muda. O mundo é
favorável a nós quando estamos na mesma caminhada, indo pela mesma direção. O mundo
gosta e aceita todos que seguem a jornada pelo caminho largo. O mundo falará
nossa linguagem, se estivermos aceitando seu sistema religioso, sua forma de
vida pecaminosa, seus pensamentos errados e felicidade pagã. Enquanto Moisés
for do Egito, o Egito por sua vez será de Moisés. Mas quando acontece a
conversão, como vemos no testemunho do Salmista, é óbvio que tudo mudou. O
crente passou a nadar contra a correnteza deste sistema enganador. Enquanto ele
anda para cima, ele observa que a multidão passa por ele na direção contrária.
Nosso Senhor deixou essa verdade bem esclarecida para seus discípulos no
capítulo 15 de João: “Se o mundo vos odeia, há de odiar a vós outros”.
Nosso Senhor também afirma que ele não
veio trazer paz à terra. Noutras palavras, ele afirma que não veio mudar o
ambiente hostil deste mundo, porque com a conversão tudo muda e até mesmo
parentes passam a ser inimigos daqueles que se tornam crentes. Também, nosso
Senhor deixa claro aos seus discípulos que neste mundo eles seriam perseguidos
por causa do seu Nome. Essa experiência pode tornar-se algo mui marcante e
desapontador para muitos. Mas o fato é que a palavra de Deus não nos deixa sem
as informações corretas e bem distintas. Quando Saulo se converteu, eis que
logo ele percebeu que todos de sua antiga religião passaram a olhar com ódio e
com desejo de exterminá-lo da face da terra.
Talvez tenha algum leitor que ficou mudo
quando percebeu que assim que se tornou crente passou a ser odiado. Talvez
tenha alguma alma que procura a salvação, mas que agora esteja avaliando o alto
custo de seguir a Cristo. Não há outro meio, porque na salvação nosso “cordão
umbilical” que nos prendia a este mundo é imediatamente cortado, porque
passamos a ser de Jesus para sempre.
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