“Cri, por isso falei.
Estive muito aflito. Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. Que
darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da
salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pararei os meus votos ao Senhor, agora,
na presença do Senhor. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”.
(Salmo 116:10-16).
A VIDA CRISTÃ
CONSAGRADA: “que darei ao Senhor?”
O texto acima não findou o assunto, pois
nos leva a uma jornada de glória. O salmista não fica deprimido e lamentando as
perdas que vieram como consequências da sua conversão. Já vi muitos começarem
bem, mas sem a fé imbatível no coração. Eu realmente duvido daquela alegria
inicial, sem qualquer indício de tristeza e confissão. A tendência é que tais
pessoas não têm poder e graça para continuar no caminho; elas logo olham para
as perdas terrenas e resolvem voltar. Realmente existe a “fé lata vazia”, a
qual faz muito barulho, mas não funciona porque não tem o peso da glória em si.
O Salmista mostra no texto o que significa
a fé que não volta, mas prossegue e que avança passo a passo. Sua aliança não
foi feita com os homens, porque foi obra da graça em seu coração. O que vem a
seguir? Vem a consagração: “Que darei ao Senhor...?”. É importantíssimo que
aqui eu explique que não está tratando de trabalhar para merecer. Falo isso
porque tenho pegado muitos chamados crentes, os quais, carregam consigo salvação
pelas obras. Elas creem em Jesus; elas afirmam que Jesus morreu para salvar
pecadores. Mas no fundo percebe-se que a pessoa está ligada às suas atividades,
a fim de merecer um lugar no céu. Conversei com uma gentil senhora que afirmava
ser uma crente e que estava firme servindo a Deus. Então lhe perguntei: “Se
Cristo viesse hoje, a senhora acha que merece um lugar no céu?” A resposta foi
imediata com forte afirmativa. Deixei com minha esposa o trabalho de ajudar
aquela mulher que no coração estava completamente iludida.
Cremos que a salvação acontece no
momento que o pecador, em sincero arrependimento e confissão crê no Senhor
Jesus; crê que ele morreu em seu lugar ali. O que vem a seguir não é uma
tentativa de pagar a Cristo, de fazer por merecer. O genuíno crente destaca bem
sua disposição de consagração: “Que darei ao Senhor...?” Agora vemos uma vida
cheia de temor, disposta a agradar ao seu Salvador. A luz que ilumina seu viver
projeta-se da cruz e não das obras. Haverá obras sim, mas elas serão a
demonstração clara que sua fé está viva e ativa. Sua consagração é um resultado
de santo temor ao Senhor e da disposição de renunciar ao mundo, a carne e ao
diabo.
Voltemos à pergunta: “Que darei ao
Senhor...?”. O salmista está imerso nessa destemida decisão de consagrar-se ao
Senhor, mas não tem qualquer resposta sobre o que pode dar a ele. O que um
crente pode dar para Deus? Nada, porque nada tem! A graça o supriu de todas as
maravilhas perfeitas da tão grande salvação, de tal maneira que ele se vê tão
pequeno e débil. Mas, eis que imediatamente ele encontrou a resposta. Qual foi?
“Tomarei o cálice da salvação”. Maravilhosa e bendita resposta. Muitos no auge
da carne querem logo fazer um pacto de trabalhos: “Agora vou imediatamente ler
a bíblia; não vou faltar aos cultos; vou abandonar todo vício”. Ora, essas
decisões não são más em si mesmas. O fato é que feitas na carne logo resultarão
em decepções.
O que havia ocorrido com o salmista?
Lembremos bem que inicialmente ele queria testemunhar, mostrar a todos o que
Deus fez por ele, etc. Mas logo percebeu que ao seu derredor amigos e parentes
mais pareciam uma matilha de cães ferozes. O que ele deve fazer? Tentar mudar o
mundo e a mentalidade das pessoas? Claro que não! Ele voltou-se para a cruz,
olhou para aquele que morreu em seu lugar, e assim tomou a decisão certa: “Tomarei
o cálice da salvação...”.
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