“Eu sou do meu amado e o meu amado é meu;
ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE FÉ GENUÍNA.
Tomemos agora o verso de
Cantares, a fim de examinar de perto com os olhos da fé. A primeira lição que
desponta ali é que é uma confissão sincera, de alguém que realmente creu no
Senhor. Tenho falado sempre, exatamente aquilo que é tão mostrado em toda
Escritura, que a verdadeira fé cristã é revelada em confissão e não em meras
palavras. Em João 12 vemos que muitos judeus creram no Senhor Jesus, mas não o
confessavam porque tinham medo. Positivamente vemos essa confissão na vida
daquele cego que Jesus lhe concedeu a visão (João 9). Ele não teve medo, pois
enfrentou a casca religiosa de Jerusalém com coragem, mesmo sabendo que seria
expulso da sinagoga, como de fato aconteceu.
Estou dando ênfase a esse
assunto, porque vejo o quanto a fé superficial e transitória tem ocupado o
coração de milhares, tudo oriundo de um ensino errôneo, de um credo sem
qualquer arrependimento e conversão a Cristo. Ora, nós viemos do pecado e nosso
amor pelo pecado, pelo diabo e pelo mundo era a nossa diária e contínua
confissão. Olhemos os mundanos, mesmo aqueles que declaram ser religiosos e que
creem em Deus. Realmente eles amam o mundo e o pecado, usando a religião apenas
como capa, para encobrir as maldades do coração. O Senhor encarou essa
realidade da depravação do coração humano desde os tempos da lei, pois o
rebelde povo de Israel mostrava por fora que amava Deus, mas escondido atrás
das paredes de seus corações estava uma perversa disposição de partir para a
idolatria e vícios. Foi exatamente isso o que o Senhor falou à nação nos dias
de Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe...”.
Que triste verdade!
Os homens de hoje são
diferentes? Será que os anos, a ciência e experiências mudam os homens? Claro
que não! Eles são tão enganosos como os homens do dilúvio. Se não for a graça
de Deus, eis que eles estão prontos para desdenhar do Senhor, desprezar seu
amor e assentar-se à mesa com os escarnecedores. A fé tão badalada em nossos
tem apresentado esse perfil de que não passa de plástico que se derrete ante as
provações; que se curva em forte amor pelo mundo. Com isso eles têm ganhado
terreno até mesmo dentro das igrejas, levando consigo todos os ingredientes do
mundo, a fim de tempero a religião “evangélicas” com os sabores do mundo que
estão gravados em seus corações.
Mas é o momento para que
vejamos o material que veio do céu – a fé que brota no coração por obra do
Espírito Santo. Quando começa isso? Desde a conversão: “Se com tua boca
confessares a Jesus...” (Romanos 10:9). Quando a salvação começa com sincera
confissão, não tem dúvida que essa confissão brotará do coração e sairá dos
lábios diariamente. Se Cristo for o amado na salvação do perdido, eis que será
também o amado no viver diário. Não significa que ele estará falando isso a
todo instante, mas estará vivenciando essa confissão sempre através do modo de
viver. Como podemos saber disso? Como posso realmente estar certo que minha
confissão é a mesma da esposa em Cantares: “Eu sou do meu amado...”?
Creio que vou terminar esta
página sem poder desdobrar esse assunto como realmente preciso fazer. Mas
abrevio dizendo que é algo do coração e não de meras emoções. Se não for do
coração, eis que essa confissão pode ser de uma intensa e ardente manifestação
das emoções. Mas logo o fogo apaga. A fé verdadeira não é movida por um combustível
carnal. A fé verdadeira sinaliza que o homem do coração agora está vivo; que há
um novo ser habitando no coração e que agora todo ser externo há de submeter-se
à fé verdadeira. Todo verdadeiro crente agora passa a mirar o Senhor, olhar
para ele e desejar conhece-lo de todo coração.
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