“Eu sou do meu amado e o meu amado é
meu; ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA
CONFISSÃO DE UM AMOR RECÍPROCO: “E Ele é meu”.
Essa confissão também
revela que há plena satisfação em Cristo, que aquilo que o mundo oferece e que
tanto é buscado para a satisfação da carne nada tem de utilidade para uma alma
feliz. A confissão: “...e ele é meu” não significa que os salvos desprezas as
coisas daqui, mas sim que elas são usadas como motivo de adoração ao Senhor e
não como fonte de felicidade. Os salvos veem em tudo o amor do Senhor por eles
e como o Senhor lhes protege, suprindo-lhes as necessidades. Foi isso o que
Paulo aprendeu quando disse aos crentes de Filipos que aprendeu a viver
contente em toda e qualquer situação. Os santos aprendem a fazer diferença
entre o que é permanente, daquilo que é apenas passageiro. O que temos aqui
pode ser bom, mas em nada ocupa um coração satisfeito em Cristo, por essa razão
compreende quando Deus está usando tudo, sofrimento, provação, tristezas, etc.
a fim de rasgar esse véu visível e assim revelar a excelência daquilo que é
eterno e permanente.
É óbvio que essa confissão
mostra uma vida de santidade, e santidade nada mais é do que andar com o
Senhor, em plena dependência a ele. Santidade verdadeira mostra que somos dele,
separados para ele, vivendo do amor e da segurança dele, cheios da esperança de
que ele virá nos buscar, a fim de morar com ele para sempre. A alma segura é
aquela que sabe que não está sozinha aqui, que não se atreve a agir conforme
pensa e deseja na carne. Em Gênesis é dito acerca de Enoque, que ele andou com
Deus, assim como Noé também andou. A santidade indica que o crente em nada tem
intenção de agradar os homens aqui, pois anseia agradar a Deus em tudo.
Santidade é na prática a presença do temor ao Senhor no viver e que demonstra
crescimento em consagração.
Tal verdade também mostra
firme esperança. Os crentes aguardam a perfeição; eles sabem bem que jamais
obterão um estado perfeito nesta vida. Eles bebem das promessas e estão
firmados naquilo que o Deus que não pode mentir lhes prometeu. Assim aguardam o
momento quando serão transferidos deste mundo para a glória além. Foi isso o
que Paulo quis dizer: “Meu desejo é partir e estar com Cristo”. Também, essa
confissão mostra o quanto a vida cristã é cheia de coragem. Não há maior
encorajamento para uma esposa, do que saber que seu marido está presente e que
a protege. Assim a igreja vive neste mundo, ela é como a mulher virtuosa de
Provérbios 31. Os santos não têm medo, eles são corajosos, e quando sobrevém o
terror eles sabem em quem confiar. É verdade que eles enfrentam perigos
terríveis, porque essa confissão: “...e ele é meu” resulta em ódio da parte dos
mundanos. Crentes sinceros têm experimentado aflições até mesmo da parte de
parentes e amigos, especialmente quando o mundo aumenta suas transgressões.
O mundo não gosta de ser
desprezado, não tolera ver que têm pessoas que não seguem seus caminhos
pervertidos, por essa razão tentam apagar qualquer luz que venha brilhar perto
deles. O mundo tentam os crentes, armando ciladas e arapucas, a fim de que eles
caiam. Eles fazem festas quando percebem que um santo caiu em tentação. Mas
somente essa confissão: “...e ele é meu” pode frustrar e anular os planos do
maligno. Não há como vencer o mundo sem essa verdade no íntimo; não há poder
algum na carne contra as seduções daqui. José fugiu da perversa mulher de
Potifar porque se apegou ao Senhor: “...cometeria eu tamanha maldade e pecaria
contra Deus?” (Gênesis 39:9).
Que resposta bendita aos
nossos santos anseios em viver para o Senhor! O poder da graça aparece para
encher nosso coração dessa firme confissão e assim engrandecer o nome do Senhor
neste mundo perverso.
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