Eu sou do meu amado e o meu amado é meu;
ele pastoreia entre os lírios” (Cantares 6:3)
É UMA CONFISSÃO DE FÉ GENUÍNA. “Eu
sou do meu amado...”
A genuína fé cristã é uma
das mais poderosas obras da graça realizada nos homens. A fé bíblica é a
demonstração de como Deus de vistas aos espiritualmente cegos. Sem essa visão o
pobre pecador não passa de ser um habitante da escuridão tenebrosa que envolve
este mundo. Seus olhos são apenas o físico e nada pode ver além daquilo que é
sensual, visível e passageiro. Mas quando o Espírito de Deus faz nascer a fé,
eis que algo extraordinário acontece, pois o pecador passa a entender a
mensagem de salvação e do Salvador. Jesus passa a ser tudo, porque grande
admiração do amor inaudito de Cristo envolve sua vida. É claro que essa
confissão: “Eu sou do meu amado...” vai crescendo mais e mais, à medida que o
salvo cresce no conhecimento da palavra. O Senhor da glória jamais será conhecido
pelo seu povo, se os crentes não tiverem conhecimento da palavra. Foi isso o
que Pedro disse em sua primeira carta: “Achegando-vos a ele...”. Quem não ama a
bíblia, não vai amar o Senhor; quem não busca ler continuamente a palavra da
verdade, não passará de ser um cego, mesmo que tenha muito conhecimento de
teologia, porque leem outros livros.
O amor do amado só pode ser
conhecido se o crente entender a doce história da humilhação de Cristo, como
foi que ele veio de Deus para os homens; como foi que simplesmente se esvaziou dos
seus poderes da divindade, a fim de assemelhar-se à nossa miséria aqui. Sem
esse conhecimento sempre estaremos acariciando nosso ego e nossa justiça
própria. Sem esse conhecimento sempre estaremos voltados para o mundo e achando
engraçado e aceitável aquilo que satanás usa para atrair a atenção da multidão.
O amor de Cristo fez com que os crentes se tornassem aceitáveis nele. O amor de
Cristo colocou todos os crentes nessa posição de filhos de Deus, livres agora
do juízo, porque o Senhor foi punido na cruz em nosso lugar. Assim os crentes
podem dizer em confissão: “Achou-me na miséria, salvou-me com amor” (hino 46 do
cantor cristão).
Vamos meditar um pouco mais
na fé bíblica, porque é impossível alguém confessar: “Eu sou do meu amado”, sem
a compreensão no íntimo das verdades reveladas nas Escrituras. Tentar fazer o
homem natural entender isso é como tentar fazer um morto compreender suas
responsabilidades perante a família e a sociedade. É tentar mexer com as
emoções de um defunto. A fé natural é totalmente submetida às superstições e
emoções. A fé bíblica é movida pela razão bíblica, pois a luz daquilo que foi
revelado passa a brilhar em seu coração. É claro que é algo racional, mas
também envolveu todo seu ser, a ponto de se converter de coração a Cristo. A fé
bíblica entendeu a verdade e foi acorrentada, por assim dizer, dessas
maravilhas do amor de Deus. Foi por isso que Paulo disse: “O amor de Cristo nos
constrange...”. Veja a letra do coro de um antigo hino:
Eu o vi, eu o
conheço, pois comigo ele andou
Sua presença
gloriosa para sempre então ficou!
Oh presença
gloriosa! Oh que rosto belo eu vi!
Eu pertenço sempre
a ele, vida eterna recebi.
Notemos bem que a fé bíblica,
em relação a Cristo é cheia de romance, pois os salvos têm uma devoção
impressionante ao seu Senhor. Notemos o que Paulo diz em Gálatas 2:20: “Já
estou crucificado com Cristo...”. Essas palavras de amor, na confissão dos
santos aparecem expressando esse sentimento eterno que habita nos corações
santificados: “Sou feliz com Jesus meu Senhor”; “Minha alma deleita-se em
Cristo, afável é ele pra mim”. E assim milhares de são as formas com que os
santos mostram seu amor admirável por aquele que um dia deixou o céu e veio à
terra para comprar pecadores com seu sangue e torna-los aceitáveis perante
Deus, o Pai.
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