quarta-feira, 31 de agosto de 2016

UM DEUS SATISFEITO? (5)




“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeitos; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53:11)
DEUS À BUSCA DE SATISFAÇÃO: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma...”
        Vou mais longe ao afirmar que Deus buscou satisfação quando envolveu a conquista de um povo para si: “Assim como nos escolheu nele, antes da fundação do mundo...” (Efésios 1:4), e que para isso a divindade entrou em atuação. Que grande obra da graça! Em tudo seria o poder de Deus; em tudo seria a atuação gloriosa dele, porque seu povo eleito foi visto no pecado e sob o poder atuante da morte em todos os seus aspectos. Nada havia em seus escolhidos que mostrasse qualquer diferença: “Ele vos deu vida, quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados” (Efésios 2:1). Não havia em seus eleitos nenhum olho funcionando para reconhecer a glória de Deus; nenhum ouvido estava aberto; suas bocas fechadas em relação a Deus, sem qualquer possibilidade de emitir qualquer sinal de confissão; suas mãos e pés paralisados, assim como fica um defunto.
        No pecado não há qualquer esperança; o pecado não deixa uma porta de possibilidade aberta. O efeito do pecado é imediata morte; não há vida no pecado em qualquer aspecto e mesmo o que parece ser vida agora, na realidade é morte, porque o homem no pecado vive sob os ditames do pecado e de seus efeitos terríveis. Eles respiram ameaças e morte; eles anseiam e choram por paixões carnais em todos os aspectos da vida e estão aptos para irem de mal a pior nessa jornada terrena e transitória. Busquemos vida entre os mortos, e o que vamos achar? Olhemos ao derredor e vejamos se há sinais da verdadeira vida que há em Cristo. Tudo o que parece ser vida na realidade é apenas aparência. É vida quando vem do alto; é vida quando homens e mulheres estão livres para andar para o céu; é vida quando homens e mulheres respiram justiça e santidade na terra; é vida quando a esperança da glória eterna funciona como as batidas do coração e quando o amor de Deus faz com que suas obras reflitam em bênçãos na terra.
        Diante desses fatos podemos afirmar que Deus buscou satisfação em agir com sua graça em favor de pecadores caídos. Ah! Mas ele não escolheu milhões e milhões porque houve alguma coisa que fizesse com que seus eleitos fossem melhor que os não eleitos. Não existe diferença entre defuntos. Pode ser um Lázaro, tão querido de suas irmãs Marta e Maria, mas como um defunto, o lugar dele seria na cova. O Deus que buscou satisfação jamais irá achar tal satisfação no pecado, pois ele não é Deus de mortos, mas sim de vivos. Deus acha satisfação na atuação dele mesmo, no amor dele mesmo e na atuação poderosa da sua graça, a qual supera infinitamente todos os poderes do pecado e da morte. Se os perdidos fossem a causa de sua escolha, então diríamos que houve injustiça. Mas até mesmo pensar assim seria da nossa parte profanação. O texto de Efésios 1:4 responde com clareza: “Assim como nos elegeu “nele”...”. Nele quem? Em seu Amado (Efésios 1:6).
        Quanto aos perdidos, eis que eles foram envolvidos pelos braços da misericórdia, mas quanto a eleição da graça, eles foram envolvidos e achados no Filho. No pecado fomos vistos e caídos em Adão; na graça os eleitos foram aceitos graciosamente no Amado. Não é uma história maravilhosa? Então, os crentes agora refletem a obra da graça; eles não têm em que se gloriar, nem mesmo na fé, mas sim no triunfante amor de Deus, amor que venceu o mar bravio deste mundo, que atravessou o rio da morte e que suportou todo poder do mal contra si mesmo, a fim de buscar um povo para si. Nisso o Senhor Deus buscou satisfação!

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