“Apalpamos as paredes como cegos, sim, como os que não
têm olhos, andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e entre os
robustos somos como mortos” Isaías 59:10
A TRISTE ESCURIDÃO DO PECADO: “Apalpamos as paredes, como
cegos; sim, como os que não têm olhos andamos apalpando...”
Vemos no
texto o quanto os perdidos pelos quais Cristo morreu estão realmente
imobilizados nas trevas. O mundo é um lugar de escuridão, mas essas trevas só
são vistas como trevas pelos perdidos; isso acontece quando Deus mesmo mostra
esse estado de escuridão. Sem esse despertamento para ver a realidade deste
mundo enganador, os homens estão sendo guiados neste mundo pelo engano de que
há luz aqui. Notamos no capítulo 9 de João o quanto Jesus destaca essa verdade.
O homem que estava fisicamente cego passou a ver além; seus olhos foram abertos
para as realidades físicas daqui, mas também foram abertos para enxergar além,
para ver que fora achado pelo Filho de Deus. Enquanto isso, os fariseus que
achavam que eram capazes de enxergar as coisas com uma visão espiritual, foram
apontados por Cristo como verdadeiros cegos: “...Eu vim a este mundo para
juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos” (João
9:39).
Então,
entendemos bem que quando o Senhor desperta os pecadores para a busca pela
verdade, eis que eles realmente passam a enxergar o mundo como escuridão. Enquanto
isso não ocorre, eis que a multidão vivem sob a euforia deste mundo, radiantes
com a luz que há aqui, assim como a mulher de Ló que viu Sodoma como um lugar
realmente encantador e digno do seu amor. Compreendemos, pois, que quando
homens passam a ver a escuridão aqui é que eles realmente passam a buscar o
Senhor, conforme a linguagem de um dos antigos hinos do Cantor Cristão:
Eu nas trevas vagueava sem a luz
da retidão
E
a minha alma estava morta, e eu sem fé no coração!
O texto de
Isaías é de uma impressionante revelação, porquanto mostra o quanto os perdidos
no pecado percebem os laços armados na escuridão: “...tropeçamos ao meio dia,
como no crepúsculo”. É claro que os que estão dominados pela incredulidade e
pela dureza de seus corações, nem sequer percebem que têm caído. Para os
mundanos tudo o que acontece aqui é tratado como algo normal. Eles sempre estão
dizendo que isso faz parte da vida. Devido a cegueira espiritual, homens e
mulheres desconhecem os tremendos perigos que lhes cercam. Satanás consegue se
disfarçar bem e ainda opera de tal maneira que os filhos das trevas pensam que
estão sendo bem tratados aqui. Nas trevas eles aguardam o mal com um “bem vindo”;
até mesmo em suas dores e extremas tristezas podem achar os perversos
consoladores.
Mas não é
esse o caso daqueles que estão perdidos. Estes veem sua condição; eles no
íntimo estão confessando sua condição; eles estão perturbados; não são compreendidos
pelo mundo, nem pela religião deste mundo, porque os perdidos estão se vendo
perdidos, porque Deus tem aberto seus olhos e eles clamam pela verdade. Nós os
pregadores realmente desconhecemos essas coisas, porque vemos tudo à luz da
aparência que este mundo mostra. Paulo e Silas jamais saberiam que haviam
perdidos em Filipos, até que Deus os enviasse para lá e ali achassem aqueles
que queriam a salvação. Outro hino do Cantor Cristão destaca bem essa verdade:
Uma
voz ressoa em geral clamor: Dai-nos luz! Dai-nos luz!
Oh! A visão
desse clamor Deus passa aos seus servos, fazendo com que muitos entrem nesses
lugares e ali sofram pelos perdidos, para levar-lhes a luz. A igreja brilha
neste mundo, a fim de descobrir os pecadores por meio do testemunho deles. E
foi essa a função do Senhor Jesus, quando aqui desceu para ser a luz do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário