“Apalpamos as paredes como cegos, sim, como os que não
têm olhos, andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e entre os
robustos somos como mortos” Isaías 59:10
A REAÇÃO DOS PERDIDOS: Todos nós bramamos como ursos, e
andamos gemendo como pombas;
Creio que o
texto de Isaías deve nos levar a tremer diante da revelação divina acerca dos
perdidos. O que a bíblia faz é abrir o cenário onde somente Deus vê; a mensagem
santa vem nos mostrar o que está acontecendo agora com homens e mulheres pelos
quais Cristo morreu. Oh! Quão digna de inteira admiração da nossa parte é a
Palavra de Deus! Oh! Quão negligentes somos, quando recusamos entrar nesse
recinto sagrado, a fim de aprender coisas que estão longe do entendimento deste
mundo!
Quando
chegamos com a mensagem do evangelho, levando luz aos pecadores, qual é a
reação normal dos perdidos? A resposta está aí perante nossos olhos: “Todos nós
bramamos como ursos, e andamos gemendo como pombas”. Duas reações totalmente
diferentes. Os que se converteram a Cristo de todo coração e que agora são
salvos, podem lembrar muito bem dessas reações antes da conversão. A primeira
trata-se de uma imediata mobilização de perseguição contra a verdade. Quando
homens e mulheres estão vivendo na escuridão do pecado é normal que vão reagir
como ursos. O bramido de um urso normalmente é para atacar. Saulo não era em
nada uma ovelhinha tenra e indefesa antes da sua conversão. Ali em plenas
trevas eis que aquele homem mostrava seus “bramidos”, na ânsia de atacar e
perseguir os filhos da luz. Mexer com um urso enfurecido é uma experiência que
pode ser letal.
Todos os
crentes sabem e testemunham de como viviam; que em nada eram amigos do
evangelho; que em nada amavam a Deus. Bastava um facho de luz da verdade para
que a ferocidade do velho homem aparecesse. Os homens parecem amistosos,
religiosos e pacíficos, enquanto a luz da verdade não chega perante seus olhos.
Mas basta brilhar um pouco a glória de Cristo, eis que eles começam a mostrar
seu intenso ódio e querem fugir da luz. O ladrão convertido era um terrível
urso ao lado de outro urso. Ambos estavam prontos a zombar de Jesus, até que a
graça se fez presente e atuante na vida daquele que foi chamado à salvação
(Lucas 23). Todos os pregadores podem testemunhar que já lidaram com a
ferocidade de homens que pareciam que jamais se converteriam a Cristo.
É claro que
nem sempre as perseguições são violentas. O que a bíblia fala no texto é do
bramido do urso e não do ataque. Mas vale a pena lembrar aqui que essa reação
vista no texto é natural contra o Senhor. Ele mesmo enfrentou a hostilizada e
crueldade dos homens contra. Ele foi hostilizado pelos seus irmãos; quase foi
massacrado pelos religiosos em Nazaré (Lucas 4:16-30). E foi assim seu
ministério aqui, encontrando à frente oposição e adversários, até à sua morte.
Os homens mudaram? Claro que não! Seus apóstolos enfrentaram os dentes e garras
de ursos, querendo matá-los, e a história da igreja relata o sofrimento que tem
passado o povo de Deus no decorrer dos séculos.
Por que
mesmo os pecadores que vão ser salvos reagem assim? Porque Deus está mostrando
os homens no pecado; porque Deus está mexendo no “ninho de maribondos” por
assim dizer. Os homens no pecado querem a todo custo proteger o ego. A
misericórdia, o amor e o cuidado de Deus em nada fascinam os homens; o habitat
deles é o mundo e arrancá-los de lá é como mexer com feras. Somente as setas de
amor do Senhor para atingir os homens, para levá-los à queda e fazê-los sentir
seus pecados e assim chegar à confissão e salvação.
“Ao
perdido no pecado, seu perigo faze-o ver.
Chama
os pobres enganados, faze-os tua voz ouvir.”
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