“Para que se eu
tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja
do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. (1 Timóteo 3:15)
A IGREJA – O
SANTUÁRIO. “...a casa de Deus...”
Posso acrescentar aqui a experiência tão
marcante de Jacó, quando fugia do seu irmão em direção à casa do seu tio na
Mesopotâmia. Foi naquele lugar onde dormiu que Jacó teve aquele sonho da escada
que descia do céu à terra, e ali ele colocou o nome do lugar de Betel, que
significa “casa de Deus”. Foi ali que Jacó percebeu o quanto aquele lugar lhe
encheu de temor, e quanto o Deus de seus pais era o Deus verdadeiro. Onde Deus
habita traz temor e até mesmo tremor.
Um ambiente onde Deus está presente deve
levar homens e mulheres à penúria, ao reconhecimento de sua miséria e de suas
maldades. O que é chamado de “igreja” hoje, nem sequer chega à compreensão da
realidade da presença de Deus por meio da sua palavra. O que parece ser temor e
adoração não passa de emocionalismo e de um ambiente próprio para favorecer o
crescimento de superstições. A casa de Deus é um lugar onde a verdade da glória
de um Deus santo está presente; onde os homens hão de reconhecer sua miséria e
merecimento da condenação e que há um Deus que usa de misericórdia com os
homens. Não vemos isso em nossos dias, porquanto claramente não há um desejo
sequer pela glória de Deus, pela manifestação poderosa da sua palavra e por humilhação.
Os cultos modernos são feitos para produzir satisfação à carne e fazer com que
homens e mulheres se sintam bem ali. É triste, mas é pura verdade o que
entendemos por “igreja” em nossos dias.
Outro detalhe, é que sendo a “igreja” a
casa de Deus importa que nada de humanismo venha aparecer. Ora, foi esse
elemento estranho que entrou na igreja de Corinto, pois aquele povo estava se
afastando de Deus, da glória da cruz, a fim de centrar-se nos homens. Com isso
o culto a Deus foi saindo, a fim de que prevalecesse o orgulho humano; a
verdade foi desaparecendo, o amor uns aos outros foi perdendo seu lugar, a
confusão e o desejo de aparecer foram ocupando o lugar nos cultos, sem falar de
pecados grosseiros que ali se introduziram, conforme vemos na linguagem de
Paulo no capítulo 5. No capítulo 2 Paulo mostra o quanto a igreja deve estar
longe do pensamento mundano. Ele mostra que a igreja não é lugar para exibição
do forte, do culto e do rico.
A igreja de Deus é lugar onde estão
homens e mulheres simples, os quais foram arrancados das trevas para a luz. Normalmente
temos na igreja homens e mulheres pobres, ignorados pelo mundo. É claro que
muitos homens de destaque na sociedade são convertidos e passam a fazer parte
desse corpo de comunhão cristã. Mas os fortes, os cultos e os ricos quando se
convertem imediatamente se amoldam à simplicidade do povo de Deus e do culto
que é agradável ao Senhor. Nosso Senhor normalmente utiliza as coisas que para
o mundo nada são, os desprezados e fracos, a fim de que ninguém venha a se
gloriar na carne, porquanto a glória é somente dele.
Também, a mensagem pregada na igreja
pelos homens que foram vocacionados por Deus é uma mensagem de loucura aos que
perecem, para este mundo arrogante, porque ela ressalta a glória do Cordeiro de
Deus, de sua justiça e da sua exaltação. A mensagem normalmente é rude, mas é
poderosa, assim como foram as mensagens pregadas por João Batista e outros
profetas enviados. A igreja de Deus é assim, porque não temos que controlar os
cultos; não temos que pregar o que queremos pregar; não temos que exaltar o
homem, porque recebemos uma mensagem santa e pura, a fim de entregar aos
homens. Sendo assim, quão sérios devemos ser! Quão determinados devem ser os
pregadores em gastar com a palavra e com a oração. Quão sérios devem ser os
crentes, a fim de andar em temor e adorar àquele que é chamado em Hebreus de “fogo
consumidor”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário