quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A IGREJA DE DEUS (2)




“Para que se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. (1 Timóteo 3:15)
A IGREJA – O SANTUÁRIO. “...a casa de Deus...”
        Posso acrescentar aqui a experiência tão marcante de Jacó, quando fugia do seu irmão em direção à casa do seu tio na Mesopotâmia. Foi naquele lugar onde dormiu que Jacó teve aquele sonho da escada que descia do céu à terra, e ali ele colocou o nome do lugar de Betel, que significa “casa de Deus”. Foi ali que Jacó percebeu o quanto aquele lugar lhe encheu de temor, e quanto o Deus de seus pais era o Deus verdadeiro. Onde Deus habita traz temor e até mesmo tremor.
        Um ambiente onde Deus está presente deve levar homens e mulheres à penúria, ao reconhecimento de sua miséria e de suas maldades. O que é chamado de “igreja” hoje, nem sequer chega à compreensão da realidade da presença de Deus por meio da sua palavra. O que parece ser temor e adoração não passa de emocionalismo e de um ambiente próprio para favorecer o crescimento de superstições. A casa de Deus é um lugar onde a verdade da glória de um Deus santo está presente; onde os homens hão de reconhecer sua miséria e merecimento da condenação e que há um Deus que usa de misericórdia com os homens. Não vemos isso em nossos dias, porquanto claramente não há um desejo sequer pela glória de Deus, pela manifestação poderosa da sua palavra e por humilhação. Os cultos modernos são feitos para produzir satisfação à carne e fazer com que homens e mulheres se sintam bem ali. É triste, mas é pura verdade o que entendemos por “igreja” em nossos dias.
        Outro detalhe, é que sendo a “igreja” a casa de Deus importa que nada de humanismo venha aparecer. Ora, foi esse elemento estranho que entrou na igreja de Corinto, pois aquele povo estava se afastando de Deus, da glória da cruz, a fim de centrar-se nos homens. Com isso o culto a Deus foi saindo, a fim de que prevalecesse o orgulho humano; a verdade foi desaparecendo, o amor uns aos outros foi perdendo seu lugar, a confusão e o desejo de aparecer foram ocupando o lugar nos cultos, sem falar de pecados grosseiros que ali se introduziram, conforme vemos na linguagem de Paulo no capítulo 5. No capítulo 2 Paulo mostra o quanto a igreja deve estar longe do pensamento mundano. Ele mostra que a igreja não é lugar para exibição do forte, do culto e do rico.
        A igreja de Deus é lugar onde estão homens e mulheres simples, os quais foram arrancados das trevas para a luz. Normalmente temos na igreja homens e mulheres pobres, ignorados pelo mundo. É claro que muitos homens de destaque na sociedade são convertidos e passam a fazer parte desse corpo de comunhão cristã. Mas os fortes, os cultos e os ricos quando se convertem imediatamente se amoldam à simplicidade do povo de Deus e do culto que é agradável ao Senhor. Nosso Senhor normalmente utiliza as coisas que para o mundo nada são, os desprezados e fracos, a fim de que ninguém venha a se gloriar na carne, porquanto a glória é somente dele.
        Também, a mensagem pregada na igreja pelos homens que foram vocacionados por Deus é uma mensagem de loucura aos que perecem, para este mundo arrogante, porque ela ressalta a glória do Cordeiro de Deus, de sua justiça e da sua exaltação. A mensagem normalmente é rude, mas é poderosa, assim como foram as mensagens pregadas por João Batista e outros profetas enviados. A igreja de Deus é assim, porque não temos que controlar os cultos; não temos que pregar o que queremos pregar; não temos que exaltar o homem, porque recebemos uma mensagem santa e pura, a fim de entregar aos homens. Sendo assim, quão sérios devemos ser! Quão determinados devem ser os pregadores em gastar com a palavra e com a oração. Quão sérios devem ser os crentes, a fim de andar em temor e adorar àquele que é chamado em Hebreus de “fogo consumidor”.

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