“A garganta deles é
sepulcro aberto, com a língua urdem engano...” (Romanos 3:13).
O CORAÇÃO – O
SEPULCRO.
Caro leitor, uma vez dada a introdução,
chegou agora o momento para investigar as terríveis realidades acerca do
coração do homem no pecado. O que Deus faz é nos chamar para a “sala de
dissecação de cadáveres espirituais”. Os verdadeiros discípulos do Senhor
precisam entrar ali, precisam saber como foi o estado deles no pecado, a fim de
que agora possam olhar com misericórdia para os que estão ao seu derredor.
A primeira lição que temos é que a
Bíblia faz uso do termo “coração” para designar o homem verdadeiro. Devemos
entender isso, justamente porque estamos acostumados a ver as coisas do ponto
de vista externo, conforme o mundo apresenta. Mas a verdade é que essa
aparência é descartada na linguagem bíblica. A Palavra de Deus há de mostrar
tudo à luz daquilo que é espiritual, eterno e oculto aos olhos dos homens aqui.
Sem esse discernimento seremos incapazes de compreender as verdades profundas,
misteriosas, mas axiais para nosso entendimento, se é que realmente queremos
compreender as coisas como elas realmente são.
Deus vê o homem interior e fala dele;
Deus vê o homem no coração e todo Seu ensino parte dali. Se realmente quisermos
compreender as maravilhas da graça, precisamos sim deixar nossos pensamentos,
nossa compreensão tão oca do homem, a fim de entrar nessa faculdade santa. Sem
dúvida as lições são avassaladoras, porque quando a luz brilha a nosso respeito,
eis que a natureza carnal quer rejeitar tais ensinos.
Note bem amigo o que Deus diz a respeito
daqueles que foram salvos em Efésios 2:1: “Ele vos deu vida, estando vós mortos
em vossos delitos e pecados”. É exatamente essa a lição que nosso nos passa no
impressionante e profundo cap. 5 de João. Enquanto os religiosos judeus
compreendiam tudo à luz da guarda de um mero sábado, nosso Senhor mostra para
eles que a entrada do pecado foi a mais poderosa catástrofe ocorrida por
ocasião da queda, porque a morte entrou e assolou tudo. Como Deus vê a raça
humana espiritualmente? Todos esses milhares de pessoas aos olhos do Senhor
estão mortas, são defuntos espirituais, excluindo obviamente os que foram
salvos.
Quero que o amado leitor considere bem
esse ensino, pois estamos lidando com a verdadeira antropologia. Nós vemos o
homem na sua aparência; nós vemos o homem rico, educado, em sua cor ou raça, etc.
Na raça humana Adão foi perfeito homem até à sua queda, desde lá todos nascem
no pecado, vivem no pecado e morrem no pecado. Olha ali Nicodemos, um homem
religioso, conhecedor da lei de Moisés e profundo conhecedor do Velho
Testamento. Mas o que era isso para Deus? Nada! Que valor tinha? Nada! Que
diferença Nicodemos tinha de um perverso Barrabás? Para Deus, nenhuma
diferença.
Consideremos também Zaqueu e a multidão
que o desprezava, por ser ele um cobrador de impostos do governo romano. Que
diferença Zaqueu tinha da multidão religiosa? Nenhuma! A diferença passou a ser
vista quando o Senhor Jesus disse a respeito dele: “Hoje veio salvação a esta
casa...” (Lucas 19:9). Para o Senhor a diferença não é causada por qualquer
religião, pela família, pela disciplina, etc., mas sim pelo novo nascimento.
Caro leitor, no pecado todos estão mortos em seus pecados; todos vivem à
serviço do pecado; todos estão completamente distante de Deus.
Então amigo, veja que não há poder aqui
para colocar o homem vivo perante Deus. No cemitério onde Lázaro fora sepultado
nada havia de poder para arrancar aquele cadáver, e suas irmãs só podiam chorar
e sofrer a falta de seu querido irmão. Foi o Senhor que chegou e ordenou que
Lázaro saísse vivo.
É assim meu amigo, o que o evangelho
faz, pois qualquer pecador que consegue ouvir a mensagem de salvação e crer em
Jesus, eis que é uma alma que passou a conhecer
a verdadeira vida – a vida que há em Cristo Jesus.
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