“Não
comereis dele nada cru, nem cozido em água, senão assado ao fogo; a cabeça com
os pés e a fressura” (Êxodo 12:8).
A
FRESSURA
Caro leitor, de
volta ao texto em Êxodo 12:8, não podemos esquecer que nossa comunhão deve
estar em torno da verdadeira mensagem da cruz, caso contrário desviaremos do
rumo certo e o mundo oferecerá seu sistema de cultos e a carne se deliciará
naquilo que é abominação ao Senhor. A mensagem do evangelho é a luz do céu que
norteia nossos corações na verdade de que um dia fomos abraçados pela
misericórdia de Deus; que um dia Deus enviou Seu Filho, a fim de que tomasse
nosso lugar na cruz e assim morresse em lugar de ímpios pecadores.
Já pudemos ver
naquele culto simbólico feito pela família israelita em torno daquele simples
cordeiro morto, cujo sangue marcado na porta do lado de fora livrou o
primogênito da morte certa. A ordem dada à família era que eles participassem
do cordeiro assado nas três partes: Cabeça, pés e fressura. Nosso culto
hoje deve estar harmonizado com o mesmo ensino, a fim de que apreciemos nosso
Cordeiro em Sua cabeça- conhecimento; em seus pés – obediência e em sua
fressura – Seu amor e compaixão.
Caro leitor
examinemos de perto a última parte – a fressura. Esta é tudo o que está ligado
às entranhas, desde a língua até ao fígado. Onde foi que nosso Senhor não
experimentou a fúria da Ira de Deus sobre Si? Da Sua cabeça aos pés, em tudo
nosso Senhor sofreu os terrores daquilo que nós haveríamos de sofrer, caso não
houvesse esse perfeito substituto em nosso lugar. Cristo se entregou a Si
mesmo; Cristo, o nosso Cordeiro veio até à cruz não somente em sabedoria,
discernimento, conhecimento e obediência, como também em perfeito amor. Seu
amor foi tão imenso, tão profundo, tão extenso que não há como explicar em
nossa pobre linguagem. Mas na fressura do cordeiro podemos conhecer o que
realmente significou Sua compaixão pelo Seu povo.
Ó, que nós
possamos saber disso! Aprendemos essa verdade de duas maneiras: pelo
conhecimento daquilo que nos foi revelado. Humildemente abracemos a história da
cruz em nossos corações. Não tem uma verdade que tanto nos humilha como essa.
Eu sei que hoje multidões querem um cristo diferente, um cordeiro moldado pelos
pregadores. Mas quando eles ficam sabendo à luz da verdade bíblica a respeito
deles; quando a pregação traz à lume o estado depravado do homem, do seu
intenso ódio a Deus, de suas vidas em obediência voluntária ao pecado e da
condenação merecida, imediatamente eles silenciam e muitos fogem. Mas, caro
leitor, a fressura do cordeiro nos mostra como foi intensa e profunda a
compaixão do Senhor em favor dos perdidos! Como saberemos disso se em nós
houver orgulho e arrogância? O velho homem em Adão precisa saber o quanto odeia
Cristo e quanto almeja vê-Lo definitivamente morto! Mas os corações
quebrantados não pensam assim. Os santos pela fé estão impressionados vendo o
quanto o Senhor os amou, de tal maneira que de forma obediente não recusou a
cruz.
Em segundo lugar
aprendemos pela experiência no viver. Nosso viver com o Senhor nos faz com que
aprendamos acerca do Seu amor por nós e de quanto Ele nos entende, nos toma
para Si e nos quer perto Dele. Através das provações e do conhecimento de
nossas fraquezas aprendemos o quanto dependemos Dele, do quanto somos frágeis e
indignos, mas que mesmo assim somos amados.
Também aprendemos que
devemos ter em nós as mesmas entranhas de compaixão, de ternos afetos de
misericórdias. Habitamos num mundo mergulhado de maldade, ofensas, vinganças,
ódios. Estamos cercados dessas atitudes. Quanto mais perto do Senhor, mais
obteremos Dele essa mesma disposição de espírito, a fim de orar uns pelos
outros e olhar para este mundo com misericórdia!
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