por
Horatius Bonar
Horatius Bonar
Muitas vezes nós fazemos pouco do fato de que o objetivo do ministério Cristão é levar pecadores ao arrependimento e edificar o Corpo de Cristo. Não pode existir fidelidade na vida de um ministro cujo padrão esteja em falta quanto ao objetivo maior. Aplausos, fama, popularidade, honra, riquezas — tudo isto é em vão. Se vidas não são ganhas, se os santos não são amadurecidos, o nosso próprio ministério será um fracasso.
A questão, portanto, que cada um de nós tem de responder a si mesmo é, “Tem sido este o objetivo do meu ministério? Tem sido o desejo do meu coração salvar o perdido e guiar aquele que já está salvo? Será este o meu alvo em cada sermão que prego, em cada visita que eu faço? Será que estou continuamente vivendo, andando e falando sob a influência dessa convicção? Será esta a motivação maior que me faz orar e trabalhar e jejuar e chorar? Será esta a razão pela qual me deixo consumir, considerando a minha maior alegria ser um instrumento para a salvação de outros — depois da minha salvação pessoal? Será esta a razão pela qual eu existo? Daria eu a minha vida com alegria, caso fosse necessário para a realização desse objetivo?
Tenho eu visto o prazer do Senhor prosperar nas minhas mãos? Tenho eu visto vidas sendo transformadas através do meu ministério? Tem o povo de Deus recebido refrigério vindo dos meus lábios, resultando em alegria nas suas vidas, ou não terá o meu labor produzido nenhum fruto, e eu ainda me satisfaça com tamanha ausência de bênçãos?
Será que eu ainda me sinto confortável e satisfeito ao pregar sem saber se a mensagem está ou não causando impressões salvadoras na vida dos ouvintes, ou sem saber se há um pecador sendo despertado?
Nada aquém de um trabalhar árduo porém bem sucedido pode satisfazer um verdadeiro ministro de Cristo. Os seus planos podem estar sendo realizados sem dificuldades mas se vidas não estiverem sendo salvas, todas as outras coisas perdem o seu valor. O verdadeiro alvo do ministro deve ser: .”.. meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gálatas 4:19). E este deve ser o sentimento propulsor que faz dele uma pessoa bem sucedida.
“Os ministros,” disse Owen, “são raramente honrados com sucesso a menos que eles estejam continuamente almejando a conversão de pecadores.” A determinação de que na força e com a bênção de Deus ele nunca descansará sem sucesso irá assegurar isso. O homem que já determinou resolutamente confrontar todo tipo de dificuldade, que já calculou os riscos e, que, tendo fixado os seus olhos sobre o prêmio e já determinado batalhar para consegui-lo — tal é o homem que vence.
A apatia melancólica de dias passados precisa acabar de vez. Satanás está atuando ativamente em quase todo o campo, e é melhor enfrentá-lo frente a frente. Além disso os homens estão no limiar de algo indescritivelmente tenebroso. Parece que Deus está sendo paciente com eles, assim como aconteceu antes do dilúvio. Um sopro de alerta do Espírito Santo tem descido sobre a Terra e consequentemente sobre a nossa época chamando a atenção para a necessidade urgente de restauração enquanto houver tempo.
O verdadeiro e único alvo ou lugar de descanso onde a dúvida e o cansaço, os latejos de uma consciência inquieta, e os desejos de uma vida insatisfeita podem aquietar-se é Cristo somente. Não a igreja, mas Cristo. Não a doutrina, mas Cristo. Não as cerimônias, mas Cristo. Cristo o Deus-Homem, dando a Sua vida por nós, selando a aliança eterna, e trazendo-nos a paz mediante o sangue da Sua cruz; Cristo, o depósito divino de onde provém toda a luz e verdade, “Em Quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos (Cl 2:3); Cristo, o vaso ilimitado cheio do Espírito Santo, o Iluminador, o Mestre, o Unificador, o Confortador “de quem todos nós temos recebido da Sua plenitude e graça sobre graça (João 1:16).” Este, somente Este, é o refúgio de uma vida aflita, necessitada de um fundamento sólido e de uma habitação segura até que o tentador esteja finalmente amarrado e todo o conflito transformado em vitória.
tradução de Antônio Carlos
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