“Quem
há entre vós que tema ao Senhor e que ouça a voz do seu Servo? Aquele que andou
em trevas, confie em o nome do Senhor e se firme sobre o seu Deus. Eia! Todos
vós que acendeis fogo e vos armais de setas incendiárias, andai entre as
labaredas do vosso fogo e entre as setas que acendestes; de mim é que vos
sobrevirá isto, e em tormentas vos deitareis” (Isaías 50:10,11).
FILHOS
DA LUZ ANDANDO NAS TREVAS:
Caro
leitor, maravilhosa lição da graça este texto do Velho Testamento transmite a
nós, especialmente porque os salvos podem ver que o Servo de Jeová – o Senhor
Jesus, é o grande desbravador desse caminho; é Ele o grande herói de guerra, o
qual sozinho veio e conheceu o significado do sofrimento; mediante o sofrimento
mostrou ser o perfeito modelo da fé vitoriosa, da fé que faz os crentes
caminharem a peregrinação cristã neste mundo; que faz com que os crentes
conheçam por experiência um pouquinho daquilo que nosso Senhor experimentou
amargamente, desde que se humilhou e aqui veio para experimentar a terrível
morte de cruz em lugar do Seu povo.
Meu
trabalho agora consistirá em mostrar a todos o que o próprio texto diz a
respeito dos sofrimentos pelos quais o Servo de Jeová passou. Precisamos saber
a realidade deste mundo; do verdadeiro significado do Vale da sombra da morte
(Salmo 23); do que pode estar preparado para nós em termos de sofrimento aqui;
que não há um caminho de abençoadas prosperidades segundo os padrões mundanos;
que a caminhada rumo ao céu é cheia de escuridão e aterrorizantes inimigos ao
nosso derredor; que muitas vezes os santos de Deus sentirão que estão longe de
Deus e que o amor eterno foi tirado deles. Caro leitor, se você é um crente
genuíno precisa estar informado dessas verdades. Mas o fato é que seu Senhor
passou por tudo isso de antemão, a fim de nos livrar dos perigos eternos e
mostrar aos santos, que a luz da graça brilha continuamente quando
aparentemente tudo parece ser escuro.
Agora
chegou o momento para que encaremos seriamente o texto lido. Vejamos a
disposição daquele que voluntariamente se dispôs a se entregar a Si mesmo, por
amor do Seu povo; conheçamos Sua perfeita disposição de negar-Se a Si mesmo e
enfrentar os mais terríveis terrores que voltaram contra Ele quando por aqui
andou e foi até à cruz. Meditemos no fato que Aquele que é a própria luz andou
nas trevas. Podemos compreender isso? Nosso Senhor é o resplendor da glória
(Hebreus 1:3); Aquele diante de quem homens santos caíram, tombaram
aterrorizados. Ele é Aquele diante de quem demônios assustados pensaram que
seriam lançados no abismo.
Ó
caro leitor, consideremos a glória de onde Ele veio. Cristo é o Senhor da
glória (Tiago 2:1). Não mera luz que durante o Velho Testamento brilhou no
santuário do templo em Jerusalém. Não! Ele é a luz do céu! Ele é a eterna luz,
é a própria glória do céu; é a motivação do constante louvor, adoração e
júbilo. Os santos que já foram para o céu desfrutam lá dessa maravilhosa
presença. A cidade Celestial não precisa da luz solar, porque a glória do Cordeiro
habita ali. Não há naquele lugar a presença da noite, porque a presença
contínua da glória de Cristo está e estará ali para sempre.
É
difícil para meros mortais e insignificantes como eu expor a grandeza da glória
de Cristo. Mas todo esforço feito tem em vista levar meus leitores a entender o
fato que esse Senhor da glória andou em trevas, quando desceu do céu e aqui
veio para conquistar eterna redenção. Nem podemos avaliar Seu sofrer, porque
foi infinitamente maior do que aquilo que podemos imaginar. Pensamos no sofrer
do nosso Senhor apenas na cruz; pensamos sempre fisicamente, mas esquecemos que
o perfeito Senhor conheceu nossas misérias desde Seu nascimento, até a Sua
morte na cruz. A gloriosa luz do céu soube o que significa as trevas dos nossos
pecados em Seu corpo e as trevas por fora. Em todos os aspectos nosso Senhor
foi cercado por trevas, tanto por fora, como por dentro.
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