terça-feira, 4 de junho de 2013

MEDITAÇÃO DE SPURGEON



“Humilhou-se a si mesmo.” (Fl 2:8, ARC1995)

       Jesus é o grande Professor da humildade de coração. Nós necessitamos de aprender Dele diariamente. Olha o Professor tomando uma toalha e lavando os pés dos Seus discípulos!
       Seguidor de Cristo, não desejas tu, humilhar-te? Olha-O como o Servo dos servos, e, sem dúvida, tu não poderás ser orgulhoso! Não é esta sentença o compêndio da Sua biografia: “Humilhou-Se a Si mesmo”? Não esteve Ele na Terra tirando primeiramente um manto de honra e depois a túnica, até que, nu, Ele foi cravado na cruz? E ali, não Se esvaziou Ele a Si mesmo, derramando o Seu sangue, entregando-Se por todos nós, até que, privado de tudo, foi colocado num sepulcro emprestado?
       Quanto Se humilhou o nosso querido Redentor! Como, pois, podemos nós ser orgulhosos? Põe-te ao pé da cruz e conta as gotas carmesins, pelas quais foste limpo; olha a coroa de espinhos; observa as Suas costas flageladas, jorrando ainda regatos de sangue; olha as Suas mãos e os Seus pés sujeitados pelos pregos e todo o Seu ser entregue à zombaria e ao desprezo.
       Olha a amargura e as angústias, e as dores íntimas que se manifestam no Seu rosto e ouve o grito dilacerador: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” E se tu não ficas prostrado no chão, à frente daquela cruz, é sinal de que nunca a viste; e se tu não te sentes humilhado na presença de Jesus é sinal de que não O conheces.
       Tu estás tão perdido que nada te pode salvar senão o sacrifício do Unigênito de Deus. Pensa nisto; e como Jesus Se humilhou por ti, humilha-te tu, também, a Seus pés. Uma compreensão do admirável amor de Deus para conosco tem uma tendência maior para nos humilhar do que um conhecimento das nossas próprias culpas.
       Que o SENHOR nos leve em contemplação até ao Calvário; então a nossa posição não será mais a do homem inchado de orgulho, mas colocar-nos-emos no lugar de alguém que ama muito porque muito lhe foi perdoado. O orgulho não pode viver sob a cruz. Sentemo-nos ali e aprendamos a nossa lição e, depois, levantemo-nos e levemos isto à prática.


Tradução de Carlos António da Rocha

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