quarta-feira, 5 de junho de 2013

ENRIQUECENDO-SE COM A BÍBLIA ( 17) Pink




6. Tiramos proveito da Palavra, quando despertamos contra nós o ódio do mundo.
Quanto esforço este mundo envida para salvar as aparências, e para conservar um estado bom e decente! Suas convenções e civilidades, suas cortesias e caridades, são outros tantos artifícios, que lhe emprestam certo ar de respeitabilidade. Por semelhante modo, seus templos e catedrais, seus sacerdotes e prelados são necessários para encobrir as corrupções que fervilham logo abaixo da superfície. E, como contrapeso, o "cristianismo" é acrescentado, ao passo que o nome de Cristo é proferido com os lábios, por milhares e milhares de pessoas, que nunca aceitaram o seu "jugo". A respeito dessas pessoas, declara o Senhor Deus: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim". (Mat.15:8).
E qual deve ser a atitude de todos os verdadeiros crentes em relação a isso? A resposta, dada pelas Sagradas Escrituras, é perfeitamente clara: "Foge também destes". (II Timóteo 3:5); "... Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor...". (II Coríntios 6:17). E qual será o resultado, quando essas ordens bíblicas são atendidas? Ora, é então que provaremos o sabor da veracidade daquelas palavras de Cristo: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia" (João 15:19). Qual "mundo" está especificamente em foco aqui? Que o versículo prévio o responda: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, Me odiou a mim" (João 15:18).
Ora, qual foi o "mundo" que odiou a Cristo e o condenou à morte? Foi o mundo religioso, aqueles que fingiam ser os elementos mais zelosos em prol da glória de Deus. Assim também acontece até hoje. Que o crente volte as costas para a cristandade que desonra a Cristo, e os seus adversários mais ferozes, e mais incansáveis e inescrupulosos serão aqueles que se afirmam cristãos! Porém, "Bem-aventurados sois quando, por Minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem... Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus...". (Mateus 5:11,12). Ah, meu prezado irmão, é um bom e claro sinal, é marca segura de que você está tirando proveito da Palavra de Deus, quando o mundo dos religiosos passa a odiá-lo. Mas, por outro lado, se você ainda goza de boa reputação nas "igrejas" ou "assembleias", isso é motivo grave para temer, que continua amando mais o louvor dos homens, do que a aprovação Divina!

7. Tiramos proveito da Palavra, quando somos elevados acima do mundo.
Antes de tudo, acima de seus costumes e de suas modas. Os indivíduos mundanos são verdadeiros escravos dos hábitos e estilos, que prevalecem em seus dias. Mas, isso não acontece com aquele que anda com Deus – pois, a sua principal preocupação é "conformar-se com a imagem do Filho de Deus". Em segundo lugar, somos elevados acima dos cuidados, e das tristezas do mundo. Foi dito acerca dos antigos santos que eles aceitavam de bom grado, o espólio de seus bens, sabendo que nos céus, tinham "... Patrimônio superior e durável". (Hebreus 10:34).
Em terceiro lugar, quando somos elevados acima das tentações exercidas pelo mundo – que atração têm o brilho e o resplendor do mundo, para aqueles que se deleitam no Senhor? Nenhuma! Em quarto lugar, quando somos elevados acima de suas opiniões e aprovações. Você já aprendeu a ser independente e a desafiar o mundo? Se todo o seu coração está resolvido a agradar a Deus, então nunca se preocupará com a desaprovação dos ímpios.
Ora, meu prezado leitor, você deseja verdadeiramente aquilatar-se de acordo com o conteúdo desta mensagem? Então procure dar respostas honestas às seguintes perguntas: Primeiramente, quais são os seus objetivos, na mente, em períodos de recreação? Sobre o que se ocupam os seus pensamentos, antes de tudo? Em segundo lugar, quais são os objetos de sua preferência? Quando você resolve como passar uma tarde, ou um domingo à tarde, o que seleciona? Em terceiro lugar, quais destas duas coisas você mais lamenta: A perda de bens materiais, ou a falta de comunhão com Deus? O que lhe causa maior pesar (ou enfado), a derrocada dos seus planos, ou a frieza de seu coração para com Cristo? Em quarto lugar, qual é o seu tópico favorito de conversação? Você fica debatendo sobre as novidades do dia, ou prefere encontrar-se com aqueles que falam sobre Aquele que é "Inteiramente amável"? Em quinto lugar, as suas "boas intenções", passam a ser cumpridas, ou elas são apenas sonhos vazios de determinação? Você está gastando mais tempo ou menos tempo do que antes, de joelhos? A Palavra de Deus parece mais doce ao seu paladar, ou sua alma perdeu o gosto para ela?

AS ESCRITURAS E AS PROMESSAS.
As promessas Divinas tornam conhecido o beneplácito da Vontade de Deus relativamente a Seu povo, de que queria derramar sobre eles as riquezas de Sua graça. Essas promessas são os testemunhos externos do seu coração, o qual, desde toda a eternidade os ama e determinou previamente todas as coisas em favor deles, e acerca deles. Na pessoa e na obra realizada por Seu Filho, Deus estabeleceu uma provisão toda suficiente para a completa salvação deles, tanto quanto ao tempo como quanto à eternidade.
Com a finalidade de que Seus remidos tivessem um conhecimento autêntico, claro e espiritual, dessa provisão, pareceu bem ao Senhor apresentá-la dentro das grandes e preciosíssimas promessas que se encontram dispersas por todas as Escrituras Sagradas, como outras tantas estrelas, no glorioso firmamento da graça Divina. E, através delas, podem eles ficar certos da Vontade de Deus, em Cristo Jesus, a respeito deles, abrigando-se em Cristo qual seu santuário, para que, por esse intermédio, gozem de real comunhão com Deus, em Sua graça e misericórdia, a todo o tempo, sem importar quais sejam o seu caso e as suas circunstâncias.
As promessas Divinas são outras tantas declarações de que Deus nos propiciará algum bem, ou removerá algum mal. Nesse sentido, elas tornam conhecido, e manifestam o amor de Deus a Seu povo, da maneira mais abençoada possível. Há três passos vinculados ao amor de Deus:  Primeiro, há o Seu propósito íntimo de exercê-lo; por fim, há a real execução desse propósito; mas, entre uma e outra coisa há o desvendamento gracioso desse propósito aos Seus beneficiários. Enquanto o amor conservar-se oculto, não poderemos ser consolados pelo mesmo. Ora, Deus, que é "amor", não somente ama aos que Lhe pertencem, e não somente mostrará plenamente o Seu amor a eles, no tempo devido, mas também, nesse ínterim, conserva-os informados acerca dos Seus benévolos desígnios, a fim de que possam descansar docemente em Seu amor, dependendo confortavelmente de Suas firmes promessas. Por esse motivo é que somos capacitados a dizer: "Que preciosos para mim, SENHOR, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles!". (Salmo 139:17). Na passagem de II Pedro 1:4, as promessas Divinas são referidas como, "... Preciosas e mui grandes...".
Conforme Spurgeon salientou, "... A grandiosidade e a preciosidade dificilmente andam juntas; mas, no presente caso, acham-se unidas de forma admirável". Quando o Senhor acha por bem abrir a Sua boca, revelando Seu coração, fá-lo de maneira digna de Si mesmo, com palavras de poder e riqueza superlativos. Citando novamente aquele amado pastor londrino: "Procedem de um grande Deus, dirigem-se a grandes pecadores, operam em nosso favor grandes resultados, e abordam grandes questões". E apesar de que o intelecto natural é capaz de perceber muito dessa grandeza, somente o coração renovado, pode sentir o gosto de suas inefáveis promessas, dizendo, juntamente com Davi: "Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais do que o mel à minha boca" (Salmo 119:103).

1. Tiramos real proveito da Palavra, quando percebemos a Quem pertencem as promessas.
Essas promessas foram postas à disposição exclusivamente daqueles que estão em Cristo. "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele (em Cristo Jesus) o sim; porquanto, também por ele é o amém, para glória de Deus, por nosso intermédio". (II Coríntios 1:20). Não pode haver qualquer relacionamento entre o Deus três vezes santo, e as criaturas pecaminosas, a não ser através de um Mediador, que tenha satisfeito a Deus em nosso favor. Por essa mesma razão, esse Mediador deve receber, da parte de Deus, todas as bênçãos para Seu povo, recebendo-as este das mãos desse Mediador. Um pecador, Que despreza e rejeita a Cristo, poderia implorar misericórdia de uma árvore, tanto quanto a implora de Deus – e nada receberia. Tanto as promessas como as bênçãos prometidas, são entregues ao Senhor Jesus e são transmitidas aos santos por intermédio Dele. "E esta é a (principal e maior) promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna". (I João 2:25). E conforme somos informados, nessa mesma epístola: "Esta vida está no seu Filho" (I João 5:11).
Sendo as coisas assim, qual é o benefício que podem ter aqueles que não estão em Cristo, com base nessas promessas? Nenhum benefício! O indivíduo fora de Cristo, também não desfruta do favor Divino; de fato, está debaixo de Sua justa indignação. Sua porção são as ameaças Divinas, e não Suas promessas. Solene, soleníssima consideração é aquela que diz que aqueles que estão "sem Cristo" são, "... Separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo". (Efésios 2:12). Somente os filhos de Deus são igualmente "filhos da promessa" (Rom. 9:8). Certifique-se, meu prezado leitor, de que você é um deles também.
Quão terrível, pois, é a cegueira, e quão profundo é o pecado daqueles pregadores, que aplicam indiscriminadamente as promessas Divinas a salvos e perdidos igualmente! Esses não somente tomam o "pão dos filhos" e os lançam aos "cães", mas também adulteram "... A palavra de Deus...". (II Coríntios 4:2), além de enganarem a almas mortais. E aqueles que lhes dão ouvidos são pouco menos culpados, porquanto, Deus reputa a todos responsáveis por examinarem as Escrituras por si mesmos, submetendo a teste tudo quanto leem ou escutam, através desse padrão insofismável. Se porventura alguém é por demais preguiçoso para fazer tal exame, preferindo seguir cegamente os seus guias cegos, então que o seu sangue recaia sobre suas próprias cabeças. A verdade tem de ser "comprada" (Provérbios 23:23), e aqueles que não estão dispostos a pagar o preço pela sua possessão, devem fatalmente ficar sem ela.


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