segunda-feira, 3 de junho de 2013

ENRIQUECENDO-SE COM A BÍBLIA ( 15) Pink




4. Tiramos proveito da Palavra, quando percebemos que não somente temos o dever obrigatório de obedecer a Deus, mas também quando em nós se cria o Amor pelos Seus Mandamentos.
O homem "Bem-aventurado" é aquele cujo prazer, "... Está na lei do SENHOR...". (Salmo 1:2). E noutra passagem lemos: "Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, e se compraz nos seus Mandamentos". (Salmo 112:1).
Nossos corações são verdadeiramente provados, quando enfrentamos com honestidade a seguinte pergunta: Dou realmente valor aos "Mandamentos de Deus", tanto quanto dou valor às Suas Promessas? E não deve ser essa a minha atitude? Não há o que duvidar, de que assim deva ser, pois, tanto uma coisa como a outra, verdadeiramente procedem do Seu amor. A anuência do coração, ante a voz de Cristo é o fundamento de toda a santidade prática.
Neste ponto desejamos também rogar intensa e amorosamente ao prezado leitor, que dê toda a atenção a este detalhe. Todo o indivíduo que se considera salvo, mas, que não tem amor genuíno pelos Mandamentos de Deus, na realidade está se iludindo a si mesmo. Declarou o salmista: "Quanto amo a tua Lei!". (Salmo 119:97). E novamente: "Amo os teus Mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado". (Sal. 119:127). E, se porventura alguém objetar que assim acontecia durante o tempo do Antigo Testamento, então lhe perguntamos: ''Supõe o amigo que o Espírito de Jesus produz uma transformação inferior, nos corações daqueles que Ele agora regenera, à que fazia nos corações dos antigos crentes?”. Na verdade, um santo do Novo Testamento registrou: "... No tocante ao homem interior, tenho prazer na Lei de Deus" (Romanos 7:22). Ora, meu prezado leitor, a menos que o seu coração se deleite na "Lei de Deus", algo de radicalmente errado estará ocorrendo contigo; sim, é realmente de temer-se, que você esteja espiritualmente morto.
5. Um homem tira proveito da Palavra, quando o seu coração e a sua vontade cedem diante de todos os Mandamentos de Deus.
A obediência parcial nem pode ser reputada como obediência. A mente santa declina do tudo aquilo que é proibido por Deus, e prefere praticar o que Ele requer, sem fazer qualquer exceção. Se as nossas mentes não se submetem a Deus, em todos os Seus Mandamentos, então é que não nos submetemos à Sua autoridade, em qualquer coisa que Ele nos determina. Se não aprovamos a totalidade de nossos deveres cristãos, de todo o coração, então estamos grandemente equivocados se imaginarmos que temos qualquer prazer com qualquer porção dos mesmos. O indivíduo que não possui em si mesmo, qualquer princípio de santidade, ainda assim pode sentir repulsa por muitos vícios e ser praticante de muitas virtudes, pois, percebe que os primeiros não são atos apropriados e que estas últimas, por si mesmas, são ações convenientes; todavia, a sua desaprovação aos vícios e a sua aprovação às virtudes, não se originarão de qualquer disposição de submeter-se à Vontade de Deus.
A verdadeira obediência espiritual é imparcial. O coração renovado não seleciona e nem escolhe entre os Mandamentos de Deus: o indivíduo que age dessa maneira, não procura cumprir a Vontade de Deus, mas a sua própria. Não nos equivoquemos quanto a esse particular – se não desejamos sinceramente agradar a Deus em todas as coisas, então na realidade não desejamos agradá-Lo em qualquer coisa. Precisamos renegar ao próprio "eu"; não renegar meramente algumas das coisas que antes desejávamos, mas ao próprio "eu"! Se permitirmos voluntariamente a presença de qualquer pecado conhecido, isso quebrará a Lei inteira, conforme nos define a passagem de Tiago 2:10,11. "Então não terei de que me envergonhar, quando considerar em todos os teus Mandamentos" (Salmo 119:6). Declarou o Senhor Jesus: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que Eu vos mando" (João 15:14). Ora, se porventura eu não for amigo de Cristo, então terei de ser Seu inimigo, porquanto, não há uma terceira alternativa. (ver Lucas 19:27).
6. Tiramos proveito da Palavra, quando nossa alma é impelida a orar intensamente pedindo a graça capacitadora.
Quando na regeneração, o Espírito Santo nos transmite uma tendência que se inclina para a obediência de acordo com a Palavra de Deus. O coração ó conquistado por Deus. Há um novo e profundo desejo de agradar ao Senhor. Mas a nova inclinação não possui qualquer poder inerente a si mesma, e a velha natureza, também chamada de "carne", se esforça contra ela, sem falarmos nas oposições do diabo. Por isso é que o crente pode exclamar: "... O querer o bem está em mim; não, porém o efetuá-lo" (Romanos 7:18). Isso não significa que o crente seja escravo do pecado, conforme era antes de sua conversão, mas, significa que agora, ele não sabe como cumprir plenamente as suas aspirações espirituais. Por essa razão é que ora: "Guia-me pela vereda dos Teus Mandamentos, pois, nela me comprazo". (Salmos 119:35). E novamente: "Firma os meus passos na tua Palavra; e não me domine iniquidade alguma". (Salmo 119:133).
Nesta altura, poderíamos replicar a uma objeção que as declarações feitas acima mui provavelmente levantaram em muitas mentes: O pregador está afirmando, que Deus requer perfeita obediência de nossa parte, nesta vida? E a nossa resposta é: Sim! Deus nunca Se satisfará com qualquer Padrão inferior a esse (I Pedro 1:15). Nesse caso, o verdadeiro crente está à altura desse Elevadíssimo Padrão? Sim e não! Sim, em meu coração; e é para o coração que Deus olha (I Samuel 16:7). No seu coração, cada pessoa regenerada tem verdadeiro amor pelos Mandamentos de Deus, e deseja genuinamente observar a todos, completamente. É nesse sentido, mas somente nesse, que o crente é experimentalmente "Perfeito''. A palavra "perfeito", tanto no Antigo, (Jó 1:1 e Salmos 37:37) como no Novo Testamento (Filipenses 3:15), quer dizer "Reto", "Sincero", em contraste com "hipócrita". "Tens ouvido, SENHOR, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás". (Salmos 10:17). Os "desejos" dos santos são a linguagem de sua alma; e a promessa Divina, feita a eles, é a seguinte: "Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes ao clamor e os salva". (Salmos 145:19).
O desejo do crente é obedecer a Deus, em todas as coisas, conformar-se inteiramente à imagem de Cristo. Mas isso só se concretizará, quando por ocasião da ressurreição. Entrementes, por amor a Cristo, Deus aceita graciosamente a vontade dos crentes, em lugar de seus feitos não realizados (I Pedro 2:5). Deus conhece os nossos corações, e vê nos Seus filhos, um amor genuíno e o desejo sincero de observar todos os Seus Mandamentos (mesmo que não consiga); e aceita os anelos fervorosos, e o esforço cordial, em lugar de uma realização exata (II Coríntios 8:12).
Porém, que todo aquele que vive em desobediência voluntária, não extraia desse fato uma paz falsa e perversa, porquanto, isso contribuiria somente para a sua própria destruição, ao passo que serve para o consolo daqueles que, de todo o coração  desejam cumprir a Vontade de Deus, agradando-O em todos os detalhes de suas vidas. E se alguém indagar: "Como é que saberei que os meus desejos realmente são os desejos de uma alma regenerada?", nossa resposta será: A graça da salvação transmite ao coração, uma disposição habitual na direção de atos santos. Os "desejos" do leitor devem ser testados como segue: São eles constantes e contínuos, ou obedecem a impulsos e interrupções? São eles intensos e sérios, de tal modo, que têm fome e sede de justiça (Mateus 5:6), e, "suspira" pelo Deus vivo (Salmo 42:1)? Esses desejos são operantes e eficazes?
Muitos desejam escapar do inferno; mas seus desejos não são suficientemente fortes, para que abominem aos seus pecados, abandonando-os, os quais, inevitavelmente, os conduzirão ao inferno, a saber, os pecados voluntários contra Deus. Muitos outros desejam ir para os céus, mas, não intensamente que entrem naquele "caminho estreito" e, por ele sigam, sendo esse o único caminho que conduz aos lugares celestiais. Os autênticos "desejos" espirituais usam os meios da graça, e não poupam esforços por obter a concretização deles, mas pressionam continuamente, sob oração na direção do alvo proposto.
7. Tiramos proveito da Palavra quando, desde agora, já desfrutamos da Recompensa da obediência.
"A piedade para tudo é proveitosa..." (I Timóteo 4:8). É por intermédio da obediência à Palavra, que purificamos as nossas próprias almas (I Pedro 1:21). É por meio da obediência, que obtemos a atenção dos ouvidos de Deus (I João 3:22). Por outro lado, a desobediência é uma barreira para as nossas orações (Isaías 59:2 e Jeremias 5:25). Através da obediência, obtemos preciosas e íntimas manifestações de Cristo para a nossa alma, (João 14:21). Se estivermos palmilhando a senda da sabedoria, (em completa sujeição a Deus), então, descobriremos que: "Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas paz". (Provérbios 3:17). "... Os Seus Mandamentos, não são penosos". (I João 5 :3). ''Muita paz tem os que guardam a Tua Lei''. (Salmo 119:165), E, "... Em os guardar, há grande recompensa". (Salmos 19:11).



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