quarta-feira, 5 de junho de 2013

BÊNÇÃO E MALDIÇÃO (7)




“Então, olhando Ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.” Lucas 6:20
POBREZA ESPIRITUAL
        Prezado leitor, no Velho Testamento, no livro do profeta Isaías tem um acontecimento que também explica o que significa pobreza espiritual. Envolveu a vida do próprio Isaías que naquela época deveria ter entre 16 a 20 anos. Conforme o cap. 6, aquele jovem teve uma visão da Glória de Deus, e esse acontecimento inusitado serviu como um preparo para que Deus mostrasse quem era o verdadeiro Deus de Israel em todo esse maravilhoso livro de 66 capítulos, contrastando assim com os ídolos tão buscados e venerados pelo povo de Israel naquela época. Ora, a visão de Deus foi algo aterrorizante na vida do jovem profeta. Ali ele pode saber a realidade do que significa na prática ser pobre de espírito. Isaías quando contemplou a glória de Deus foi como que rasgado e descoberto por dentro para ver os horrores de seu próprio coração corrompido pelo pecado, mas que até então estava encoberto pelo orgulho.
         Ali ele viu o que praticava com sua própria língua. Era um moço de um linguajar sujo, profano, malicioso, como ele mesmo afirmou: “Sou um homem de lábios impuros...” A visão da glória de Deus veio como um facho de luz para mostrar o horror de seu coração ante a majestade Sublime do Deus Santo, Santo, Santo. Foi ali que Isaías, não somente viu seus pecados, como também viu a situação social do seu povo. Ele disse: “Ai de mim, sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios...”.
         Prezado leitor, em poucas palavras esforcei-me para descrever ao seu entendimento o que significa ser “pobre de espírito” ao usar algumas ilustrações tiradas da própria Bíblia. A definição, portanto, é que uma pessoa pobre de espírito é alguém que enxergou a si mesmo conforme Deus mostra em sua palavra, e essa pessoa, perante Deus não está fugindo, encobrindo e silenciando o pecado na alma, mas está com a porta de seu coração completamente aberta para Deus, pronta para uma genuína confissão. Ela está caída, prostrada perante Deus; certamente é uma pessoa contrita e convencida que nada tem de recurso em si mesma para achegar-se a Deus. Notemos bem que ela não está fazendo isso para chamar a atenção das pessoas, a fim de mostrar que é muito religiosa ou espiritual. Ela não está interessada em saber o que as pessoas pensam dela, mas sim triste e pesarosa pela sua situação de um pecador manchado pelo pecado, que Deus está vendo a sua triste condição da qual não pode escapar por si mesmo, e sem qualquer condição de achegar-se a Deus. Foi assim que Pedro, o pescador, viu a si mesmo quando percebeu aquele homem que mandou jogar a rede para o lado direito do barco era o próprio Messias. Pedro disse: “Senhor, afasta-te de mim porque eu sou um pecador” (Lucas 5:8).   Também, o Grande Deus afirma várias vezes em Sua Palavra que Ele é Deus dos contritos e quebrantados de espírito (Isaias 66:2). Vemos também essa verdade registrada no Salmo 51 quando Davi sentiu o quebrantamento do seu coração perante o Deus de toda Misericórdia.
         Eu sei quão difícil é levar esta verdade aos corações, mas simplificando, digo ao querido leitor que o Deus da bíblia é o Deus dos contritos, das almas que invocam o Seu nome para serem salvas. Essas são as pessoas pobres de espírito. Todos os que foram salvos experimentaram essa triste condição na alma. A provisão da cruz tem tudo para o perdido, inclusive a fé. O pobre pecador nada tem para dar a Deus, mas o Filho de Deus conquistou na cruz tudo para que a alma aflita possa achar esse grande Salvador.
         Amigo leitor, se esta meditação tem chegado ao seu coração, pode estar certo que o Deus da Palavra é o seu Deus. Pode estar certo que você é uma alma bem-aventurada. Cante, alegre-se no Senhor pela tão grande salvação! O Senhor afirma que pertence a você o Reino de Deus, e que não tem alguém tão privilegiado como você em todo universo.

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