sábado, 22 de junho de 2013

BENÇÃO E MALDIÇÃO 22




“Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos” LUCAS 6:21

 OS QUE TÊM FOME (introdução)
         Amigo leitor voltemos nossos olhos para o verso 21. Já pude explicar o verso 20 onde nosso Senhor apresenta os “pobres”, aqueles que são abençoados com a bênção eterna do Reino dos céus. Mostrei no verso 24 o contraste que é feito com aqueles que são chamados de “ricos”. Estes são os herdeiros daquilo que o mundo pode lhes oferecer. A maldição contra eles aparece na dura expressão dirigida pelo Senhor: “Ai de vós”. A mensagem de Jesus não findou ali. São 4 lições dirigidas aos que são abençoados, e 4 que são para os amaldiçoados. Até agora temos visto apenas a primeira lição de cada lado.
         Depois de falar sobre aquele que é pobre, nosso Senhor apresenta sua bem-aventurança para aqueles que têm “fome”. Realmente não temos nenhuma mudança de assunto, mas sim um avanço do mesmo. O Senhor prossegue falando a respeito daqueles que são chamados de bem-aventurados, e eles são primeiramente “pobres”, mas seu estado de pobreza no coração levá-los-a a terem “fome”.
         O mundo proclama a respeito da situação social de muitos que passam fome e procura trazer-lhes alívio, providenciando meios que combatam a escassez de alimento. Mas o fato é que ninguém pode matar a fome. Quem se alimenta ao meio-dia voltará a ter fome à noite. Cristo não está tratando da fome física das pessoas, pelo contrário, nosso Mestre está referindo à condição do coração do homem e não do corpo. Trata-se da verdadeira “fome” que somente o “pobre” no íntimo sente. Vou me esforçar ao máximo para explicar o que a palavra de Deus diz a respeito dessa fome e do privilégio que muitos têm de experimentar esse desejo de alimentar-se da verdadeira e eterna alimentação, pois nosso Senhor afirma: “Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos”.
         Se alguém foi achado num estado de extrema pobreza nada possuindo daquilo que é celestial, tal pessoa sente fome. Na realidade trata-se da fome do verdadeiro homem interior, o homem do coração, e não aquilo que é apenas aparência. Realmente o pecado colocou o homem num estado de verdadeira desgraça, e ele não percebe sua real condição espiritual, porque uma das funções do pecado é infundir-lhe o engano de que tudo o que o homem precisa está neste mundo; o pecado ludibria-lhe em seu coração dando-lhe a idéia que esta vida presente é tudo aquilo que o homem necessita ter para ser alguém feliz e assim realizado.
         Quando, porém, o Espírito de Deus vivifica a palavra no coração e o pecador passa a ver em que escravidão de miséria ele se encontra, é como se acontecesse um verdadeiro desmoronamento em sua alma, ruindo todo seu mundo que fora erigido em seu viver no pecado desde seu nascimento. Quando o pecador se apercebe que neste mundo não passa de ser um algemado, escravo, servindo às paixões e prazeres, e que nada tem de Deus; que está distanciado da Glória de Deus, essa alma clama ao Senhor por salvação. É o clamor de um coração aflito buscando o Salvador; essa alma sente fome de Deus; sente que está na penúria.
         É nossa tarefa conhecer o que a Palavra de Deus ensina a respeito dessa “fome espiritual” que chega à alma visitada pelo Espírito de Deus. O evangelho alcança os que têm fome, e o Senhor Jesus Cristo é o pão que satisfaz o pecador que se achega a Ele de todo coração.
         Ó que haja almas famintas por conhecer o verdadeiro e eterno alimento! O Senhor Jesus afirma: “Quem de mim se alimenta, também viverá por mim” (João 6:57). A linguagem bíblica direcionada à alma não é obscura, pelo contrário, ela é clara e inteligível. Assim como o corpo pede alimento, a alma aflita e desesperada busca em Deus a comida eterna. Eis que o Salvador está perto de todo pecador que O busca e O invoca de todo coração.

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