“Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos” LUCAS 6:21
OS QUE TÊM FOME (introdução)
Amigo leitor voltemos nossos olhos para
o verso 21. Já pude explicar o verso 20 onde nosso Senhor apresenta os
“pobres”, aqueles que são abençoados com a bênção eterna do Reino dos céus.
Mostrei no verso 24 o contraste que é feito com aqueles que são chamados de
“ricos”. Estes são os herdeiros daquilo que o mundo pode lhes oferecer. A
maldição contra eles aparece na dura expressão dirigida pelo Senhor: “Ai de
vós”. A mensagem de Jesus não findou ali. São 4 lições dirigidas aos que são
abençoados, e 4 que são para os amaldiçoados. Até agora temos visto apenas a
primeira lição de cada lado.
Depois de falar sobre aquele que é pobre,
nosso Senhor apresenta sua bem-aventurança para aqueles que têm “fome”.
Realmente não temos nenhuma mudança de assunto, mas sim um avanço do mesmo. O
Senhor prossegue falando a respeito daqueles que são chamados de bem-aventurados,
e eles são primeiramente “pobres”, mas seu estado de pobreza no coração
levá-los-a a terem “fome”.
O mundo proclama a respeito da situação
social de muitos que passam fome e procura trazer-lhes alívio, providenciando
meios que combatam a escassez de alimento. Mas o fato é que ninguém pode matar
a fome. Quem se alimenta ao meio-dia voltará a ter fome à noite. Cristo não
está tratando da fome física das pessoas, pelo contrário, nosso Mestre está
referindo à condição do coração do homem e não do corpo. Trata-se da verdadeira
“fome” que somente o “pobre” no íntimo sente. Vou me esforçar ao máximo para
explicar o que a palavra de Deus diz a respeito dessa fome e do privilégio que
muitos têm de experimentar esse desejo de alimentar-se da verdadeira e eterna
alimentação, pois nosso Senhor afirma: “Bem-aventurados vós, os que agora
tendes fome, porque sereis fartos”.
Se alguém foi achado num estado de
extrema pobreza nada possuindo daquilo que é celestial, tal pessoa sente fome.
Na realidade trata-se da fome do verdadeiro homem interior, o homem do coração,
e não aquilo que é apenas aparência. Realmente o pecado colocou o homem num
estado de verdadeira desgraça, e ele não percebe sua real condição espiritual,
porque uma das funções do pecado é infundir-lhe o engano de que tudo o que o
homem precisa está neste mundo; o pecado ludibria-lhe em seu coração dando-lhe
a idéia que esta vida presente é tudo aquilo que o homem necessita ter para ser
alguém feliz e assim realizado.
Quando, porém, o Espírito de Deus
vivifica a palavra no coração e o pecador passa a ver em que escravidão de
miséria ele se encontra, é como se acontecesse um verdadeiro desmoronamento em
sua alma, ruindo todo seu mundo que fora erigido em seu viver no pecado desde
seu nascimento. Quando o pecador se apercebe que neste mundo não passa de ser
um algemado, escravo, servindo às paixões e prazeres, e que nada tem de Deus;
que está distanciado da Glória de Deus, essa alma clama ao Senhor por salvação.
É o clamor de um coração aflito buscando o Salvador; essa alma sente fome de
Deus; sente que está na penúria.
É nossa tarefa conhecer o que a Palavra
de Deus ensina a respeito dessa “fome espiritual” que chega à alma visitada
pelo Espírito de Deus. O evangelho alcança os que têm fome, e o Senhor Jesus
Cristo é o pão que satisfaz o pecador que se achega a Ele de todo coração.
Ó que haja almas famintas por conhecer
o verdadeiro e eterno alimento! O Senhor Jesus afirma: “Quem de mim se
alimenta, também viverá por mim” (João 6:57). A linguagem bíblica direcionada à
alma não é obscura, pelo contrário, ela é clara e inteligível. Assim como o
corpo pede alimento, a alma aflita e desesperada busca em Deus a comida eterna.
Eis que o Salvador está perto de todo pecador que O busca e O invoca de todo
coração.
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