sábado, 4 de maio de 2013

MEDITAÇÃO DE SPURGEON




Eu roguei por ti.” (Lucas 22:32)

      QUE encorajador é pensar na incessante intercessão do Redentor a nosso favor! Quando oramos, Ele advoga por nós; e quando não oramos, Ele defende a nossa causa e, pelas Suas súplicas, protege-nos dos perigos invisíveis.
      Observa a palavra de consolo dirigida a Pedro: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas” — o quê? “Mas vai e ora por ti.” Este teria sido um bom conselho, mas não é o que achamos escrito. Nem lhe disse: “Mas Eu manter-te-ei alerta, e assim serás preservado.” Isto teria sido uma grande bênção. Mas não; o que lhe disse é isto: “Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.”
      Pouco conhecemos do que devemos às orações do nosso Senhor. Quando chegarmos ao cume do Céu e olharmos para todo o caminho pelo qual o Senhor, nosso Deus, nos guiou, como louvaremos Ao que, ante o trono eterno, desbaratou o dano que Satanás estava fazendo na Terra! Quantas graças Lhe daremos porque Ele nunca esteve em silêncio, mas dia e noite mostrou as feridas das Suas mãos e levou os nossos nomes no seu peitoral!
      Ainda antes que Satanás começasse a tentar-nos, Jesus antecipa-lhe e introduziu uma petição no Céu. A misericórdia caminha mais depressa do que a malícia. Observa: Ele não diz: “Satanás vos cirandou, e, portanto, Eu rogarei”, mas: “Satanás vos pediu.” Ele atalha a Satanás até nos seus próprios desejos. Jesus não diz: “Mas, Eu desejei rogar por ti.” Não, mas diz: “Eu roguei por ti; já o tenho feito; fui ao tribunal e iniciei uma resposta antes que a acusação se apresentasse.” Oh Jesus, quanto nos conforta saber que Tu advogaste a nossa causa contra os nossos inimigos invisíveis, que hás contraminado as suas minas, e que desmascaraste as suas emboscadas. Nisto temos motivo para o júbilo, a gratidão, a esperança e a confiança.

C. H. Spurgeon – “Leituras Vespertinas”
Tradução de Carlos António da Rocha

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