quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (9 de 10)


                             
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A NECESSIDADE EVIDENTE DESSA CONFISSÃO.
        Outro detalhe que aparece na confissão dos eleitos é que há neles um entendimento da necessidade de um substituto que ocupe o lugar dele: “...mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Nota-se que é um trabalho da graça no coração, porque do contrário o homem jamais entenderia isso. Foi o que ocorreu com Pedro em Mateus 16 quando Ele afirmou que Jesus era o Filho do Deus vivo. Nosso Senhor imediatamente lhe disse que o que ele proferira não era obra da carne ou dos homens, mas sim de Deus. Nenhum pecador será salvo sem essa compreensão particular, de que Deus enviou o perfeito substituto para morrer no lugar de réus condenados. Vejo hoje uma corrida frenética por um evangelismo mais apegado à números do que à verdade. Hoje qualquer um que faz uma mera decisão verbal de que aceitou Jesus é considerado salvo. É claro que têm os que realmente se convertem, mas o que quero afirmar aqui é que sem uma compreensão no coração de que Deus enviou Seu Cordeiro Amado para ser o substituto perfeito, não há como compreender salvação.
        Outro importante detalhe que emerge no texto acima é que há entre todos os eleitos um entendimento da necessidade desse real substituto: “...fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Eis aí a fé comum a todos; eis aí aquilo que mostra a unidade da igreja em todos os lugares. Os salvos têm a mesma linguagem; todos falam o mesmo idioma da redenção; todos têm a mesma confissão e essa confissão está registrada no coração de cada um deles. Também, quando os eleitos estão reunidos eles formam uma unidade; não importa se são ricos ou pobres, todos proclamam a mesma fé e têm o mesmo cântico.
        Passo agora às partes finais da pregação sobre esse tema, tratando sobre a necessidade dessa confissão. Sempre tenho mostrado o quanto é necessária uma fé que realmente confessa essas verdades. É triste ver como a cristandade moderna desconhece confissão de fé, algo que era comum antigamente. Mas a vida é confissão, porque se trata de algo do coração e não de meras palavras. Quando um homem ama uma jovem e deseja casar com ela, ele confessa seu amor por ela e seu ardente desejo de tê-la como esposa. Na bíblia os santos confessam seu amor por Cristo, como resultado do amor de Cristo por eles. É impossível ler os Salmos sem notar a confissão de fé de genuínos crentes. O livro de Cantares é uma vívida demonstração dessa confissão e assim transbordam as palavras dos fieis testemunhando perante elementos perversos e enfrentando até mesmo a morte. As palavras dos apóstolos perante perversos inimigos mostram a confissão deles: “Como podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos?”. Em Filipenses vemos palavras de confissão de Paulo em seu ardente amor por Cristo. Temos: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” entre outras palavras de confissão.
        O que poderia dizer sobre isso? Se houve um milagre operado no coração; se Deus visitou o pecador levando Sua verdade ao íntimo, então é óbvio que necessário é que tudo resulte em confissão. A vida cristã não é algo meramente mental ou emocional, mas sim algo feito no coração; é Deus realizando seu milagre em tirar um coração de pedra, a fim de implantar um coração que venha a Lhe temer.

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