segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

HUMILDE CONFISSÃO DOS ELEITOS (8)



“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53:6)
A CONFISSÃO DE SUA MORTE SUBSTITUTIVA NA CRUZ: “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.
        Os eleitos também passam a ter um entendimento correto da missão do Filho de Deus na terra. Eles têm seus olhos abertos e conseguem enxergar a verdade. A obra da graça é algo que ninguém neste mundo pode explicar, pois como eles conseguem ver o que outros não enxergam? Enquanto o homem vive nas trevas ele vê sua religião, toma o caminho que bem lhe interessa, dá impressão de que teme a Deus, mas a verdade é que continua nas trevas, como dá o testemunho o escritor de um antigo hino: “Eu nas trevas vagueava sem a luz da retidão”.
        A visão do Salvador crucificado só pode ser contemplada por aqueles que Deus aprouve salvar da condenação eterna. O eunuco mostrou essa verdade quando lia Isaías 53 (Atos 8). Ele era um prosélito do judaísmo e voltava de Jerusalém da mesma maneira que fora para lá – como um cego. Mas ao retornar para a Etiópia Deus abriu seus olhos e seu coração grudou-se nessa passagem profética, até que Filipe chegou e mostrou-lhe o Salvador e ali mesmo ele foi salvo. A chamada da graça é irresistível, pois não há pecador que possa ter essa visão do Salvador bendito, sem cair perante Seu inaudito amor: “Que grande amor, excelso amor que Cristo nos mostrou, pois para nos livrar do mal a vida não negou!”. Notemos bem que Deus transmite esse fato aos perdidos, quantos aos outros, eles são mantidos nas trevas. Claramente Deus faz diferença entre os pecadores e os perdidos; entre os que são salvos e os que perecem. Quão poderoso é o Senhor para abrir os olhos dos Seus eleitos! Não há dificuldade para ele em curar a visão espiritual de milhares e tirar a surdez deles, porque esse é o majestoso trabalho do evangelho.
        Os eleitos também percebem que a crucificação foi um atos de Deus e não um acontecimento fortuito na história: : “...mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”. A obra da cruz é a manifestação do braço forte do Senhor; é o maior espetáculo da história, mas tal feito somente os que foram chamados à salvação podem ver e admirar, pois eles não veem um mero sofredor, um pobre ser abandonado à crueldade dos homens. O mundo transforma tudo isso num espetáculo para suas superstições e divertimentos. Por isso afirmo que os mundanos veem a morte de Cristo como expressão da crueldade dos homens. Vemos essa verdade no capítulo 6 de João, quando o Senhor confronta os judeus. Eles foram atrás do Senhor porque este havia feito o milagre da multiplicação. Eles olhavam para o Nazareno como a pessoa certa para subir ao trono e mostrar ao mundo gentio a realidade do trono de Israel.
        Mas o Senhor chama a atenção deles, mostrando que Ele era o pão que desceu do céu, a fim de dar vida ao mundo. Para eles salvação significava livramento político e bênçãos materiais. Para os eleitos a visão é diferente; eles veem o Salvador na visão de Deus; eles contemplam o Cordeiro de Deus; eles veem seus pecados cravados no Salvador; eles veem que suas culpas e imensas dívidas foram liquidadas na cruz. Esse é o Cordeiro que tira o pecado! Quem pode Seu amor contar? Essa história não pode ser narrada senão pela boca daqueles que um dia confessaram a fé nesse grandioso Redentor e Senhor!

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