quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

AS ARMADILHAS DO PECADO (8)



“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço” (Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
        O trabalho mais ardiloso do pecado no homem é fazê-lo sentir que a queda não foi tão terrível assim e quanto mais o mundo se torna mais belo e atraente, mais enganoso o pecado se torna no coração do homem. Se quisermos ver o que o homem pensa neste mundo, leiamos o livro de Eclesiastes vezes após vezes. Deus toma o melhor homem entre os homens, o mais rico, culto, religioso, trabalhador, sábio, etc. a fim de mostrar o quanto a mente do homem é cheia de fantasia. A palavra mais usada ali é “vaidade”, porque esse termo mostra o que realmente está no coração do homem no pecado. A vida dele é cheia de sonhos, assim como vivem os homens hoje. Ele fala de Deus, fala de trabalho, casamento, aproveitar bem a vida e por fim enfrenta a morte. Em Eclesiastes vemos como o melhor homem do mundo nada entende de eternidade; para ele a vida é aqui, o que o homem ajunta para viver e aproveitar do melhor que esta vida pode dar. Eis aí a mais engenhosa armadilha feita pelo pecado na alma.
        A armadilha do pecado mostra como a queda levou o homem a desafiar o próprio Deus. Neste mundo os homens mais sensatos são vistos por Deus como sendo os mais loucos. Os homens aqui sempre se escondem para suas práticas perversas; ou entram num quarto, ou ficam num lugar distante, ou disfarçam bem com palavras, escondendo suas maldades no coração. Mas o fato é que é impossível se esconder de Deus, pois Ele tudo vê; os olhos do Senhor estão em todo lugar. Mas é aí que entra a estupidez do homem natural em achar que ele está sozinho. Ele entende acerca de Deus, como entende acerca do homem. Para o homem no pecado não existe onisciência, onipotência ou onipresença. É mais fácil ele acreditar num super-homem do que nas verdades gloriosas acerca de Deus, conforme a revelação bíblica.
        Assim os homens realmente ousam desafiar Deus, e mesmo que tenha uma compreensão bíblica acerca de Deus, no íntimo ele acha que pode tramar meios de enganar esse Deus; ele há de mentir sempre, a fim de levar Deus a sentir dó dele e aprovar seus caminhos errados. Não há no coração do homem a capacidade de carregar consigo as verdades eternas; tudo vem como pacotes de informações, mas são estudos sem luz, sem qualquer proveito para o coração enganoso e iludido do homem no pecado. Assim, caído pelas armadilhas do pecado, o homem natural procura dissipar a verdade revelada. Ele se sintoniza com outro tipo de revelação, porque enche sua alma de maior engano e fraude religiosa. Em tudo o homem no pecado quer sentir a paz com seu bem-amado – o pecado. No íntimo ele diz: “Ninguém me vê”. Essa é a função do pecado, seu poder de ludibriar e fazer a pessoa sentir-se fortalecida e até mesmo abençoada.
        Não foi assim com Israel? Todas as maravilhas feitas por Deus àquele povo em nada os tornaram em pessoas humildes, devotadas e obedientes. Pelo contrário, propositalmente recusaram obediência e buscaram seus ídolos. Mesmo os avisos tão compassivos de Deus por meio dos profetas foram suficientes para fazê-los voltar, pelo contrário eles foram firmes e resolutos na disposição de continuar em seus erros. Não há luz no pecado; não há graça no pecado; nada há no pecado senão mentira e morte. Tudo aqui caminha para uma falácia total, a não ser que a mão de um Deus compassivo entre em ação. Foi sempre assim com Israel no decorrer da sua história e tem sido assim com todos os homens. Foi a entrada do evangelho em Tessalônica que operou grande mudança naquela cidade, com homens e mulheres deixando seus ídolos, a fim de servirem ao Deus vivo e verdadeiro, conforme o testemunho dado por Paulo em 1 Tessalonicenses 1.

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