“Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus
caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de
todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço”
(Ezequiel 18:30)
A MAIS TERRIVEL QUEDA (Romanos 3:23)
O trabalho mais
ardiloso do pecado no homem é fazê-lo sentir que a queda não foi tão terrível
assim e quanto mais o mundo se torna mais belo e atraente, mais enganoso o
pecado se torna no coração do homem. Se quisermos ver o que o homem pensa neste
mundo, leiamos o livro de Eclesiastes vezes após vezes. Deus toma o melhor
homem entre os homens, o mais rico, culto, religioso, trabalhador, sábio, etc.
a fim de mostrar o quanto a mente do homem é cheia de fantasia. A palavra mais
usada ali é “vaidade”, porque esse termo mostra o que realmente está no coração
do homem no pecado. A vida dele é cheia de sonhos, assim como vivem os homens
hoje. Ele fala de Deus, fala de trabalho, casamento, aproveitar bem a vida e
por fim enfrenta a morte. Em Eclesiastes vemos como o melhor homem do mundo
nada entende de eternidade; para ele a vida é aqui, o que o homem ajunta para
viver e aproveitar do melhor que esta vida pode dar. Eis aí a mais engenhosa
armadilha feita pelo pecado na alma.
A armadilha
do pecado mostra como a queda levou o homem a desafiar o próprio Deus. Neste
mundo os homens mais sensatos são vistos por Deus como sendo os mais loucos. Os
homens aqui sempre se escondem para suas práticas perversas; ou entram num
quarto, ou ficam num lugar distante, ou disfarçam bem com palavras, escondendo
suas maldades no coração. Mas o fato é que é impossível se esconder de Deus,
pois Ele tudo vê; os olhos do Senhor estão em todo lugar. Mas é aí que entra a
estupidez do homem natural em achar que ele está sozinho. Ele entende acerca de
Deus, como entende acerca do homem. Para o homem no pecado não existe
onisciência, onipotência ou onipresença. É mais fácil ele acreditar num
super-homem do que nas verdades gloriosas acerca de Deus, conforme a revelação
bíblica.
Assim os
homens realmente ousam desafiar Deus, e mesmo que tenha uma compreensão bíblica
acerca de Deus, no íntimo ele acha que pode tramar meios de enganar esse Deus;
ele há de mentir sempre, a fim de levar Deus a sentir dó dele e aprovar seus
caminhos errados. Não há no coração do homem a capacidade de carregar consigo
as verdades eternas; tudo vem como pacotes de informações, mas são estudos sem
luz, sem qualquer proveito para o coração enganoso e iludido do homem no pecado.
Assim, caído pelas armadilhas do pecado, o homem natural procura dissipar a
verdade revelada. Ele se sintoniza com outro tipo de revelação, porque enche
sua alma de maior engano e fraude religiosa. Em tudo o homem no pecado quer sentir
a paz com seu bem-amado – o pecado. No íntimo ele diz: “Ninguém me vê”. Essa é
a função do pecado, seu poder de ludibriar e fazer a pessoa sentir-se
fortalecida e até mesmo abençoada.
Não foi
assim com Israel? Todas as maravilhas feitas por Deus àquele povo em nada os
tornaram em pessoas humildes, devotadas e obedientes. Pelo contrário,
propositalmente recusaram obediência e buscaram seus ídolos. Mesmo os avisos
tão compassivos de Deus por meio dos profetas foram suficientes para fazê-los
voltar, pelo contrário eles foram firmes e resolutos na disposição de continuar
em seus erros. Não há luz no pecado; não há graça no pecado; nada há no pecado
senão mentira e morte. Tudo aqui caminha para uma falácia total, a não ser que
a mão de um Deus compassivo entre em ação. Foi sempre assim com Israel no
decorrer da sua história e tem sido assim com todos os homens. Foi a entrada do
evangelho em Tessalônica que operou grande mudança naquela cidade, com homens e
mulheres deixando seus ídolos, a fim de servirem ao Deus vivo e verdadeiro,
conforme o testemunho dado por Paulo em 1 Tessalonicenses 1.
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