“Aquele que crê no Filho tem a
vida eterna, o que, todavia se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida,
mas sobre ele permanece a ira de Deus (João 3:36).
AQUELES QUE ESTÃO VIVOS: “Quem
crê no Filho tem a vida eterna...”.
Tudo o que parece ser de Deus deve ser
examinado à luz das sagradas letras, especialmente a fé. Por essa razão quero
continuar examinando a frase “Quem crê no Filho...”. É claro que, à luz da
bíblia o crê verdadeiro só pode brotar no coração humilhado. Aliás, todo aquele
que realmente crê é uma alma que foi atraída pelo poder de Deus, a fim de
confiar no Filho de Deus para sua salvação. Não há qualquer possibilidade de
alguém por si mesmo aproximar-se do Senhor, a não ser que Deus chame a pessoa.
Cristo mesmo afirmou essa verdade aos ouvidos dos judeus: “Ninguém pode vir a
mim se o Pai que me enviou não o trouxer...” (João 6:44).
É claro que os homens se aproximam de
Jesus quando precisam materialmente dele. Muitos creem em Jesus quando ouvem
que ele cura, ou quando precisam dele para qualquer necessidade nesta vida. Os
judeus se aproximaram dele e até mesmo queriam elevá-lo à posição de rei.
Muitos creram nele e até mesmo acreditaram em seus ensinos, mas fugiam quando
testados perante o sistema religioso daqueles dias (João 12:42). Sabemos que
muitos chegam a crer; muitos ficam motivados, felizes e entusiasmados numa igreja
e até mesmo afirmam que foram salvos. Mas o tempo chega para mostrar o quanto a
fé falsa sucumbe diante do fogo das provas que aparecem neste mundo. A fé
natural pode brotar de qualquer lábio, sem que a pessoa tenha nascido de novo.
Além de tudo isso o mundo foi
contaminado por um evangelho humanista nos últimos cem anos, porque foi
espalhado entre os povos o ensino pernicioso de que a fé nasce do
livre-arbítrio e que Deus fez tudo e que espera uma decisão dos homens para seu
filho. A fé é vista como uma decisão mental ou mesmo emocional. À luz das
Escrituras esse evangelho tem trazido tanta confusão e heresias destruidoras ao
mundo, porque nega a livre soberania de Deus em agir como ele quer agir,
chamando os pecadores ao arrependimento e concedendo novo coração ao pecador, a
fim de que este venha a lhe temer. Nem podemos avaliar os resultados tão
desastrosos que agora vemos na sociedade religiosa em nossos dias, porque o que
temos um evangelho que se espalhou por todos os lugares, mas que quando é
examinado segundo a verdade bíblica, esse evangelho não tem qualquer
profundidade.
Mas a bíblia está cheia de ensinos que
mostram a pureza e a beleza da fé cristã, fazendo real diferença entre o que é
de Deus e o que é do homem. No Novo Testamento vemos como o artigo define bem o
crer verdadeiro: “A fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos”.
Também o arrependimento aparece para mostrar que a fé nasce de uma alma
humilhada, porque a verdade revelada chegou ao seu coração. Em Atos 2 vemos que
o resultado da pregação de Pedro chegou aos corações daquela multidão: “...compungiu-se
lhes o coração...”. Vemos que a fé brota nos corações onde a luz da verdade
entra. No eunuco evangelizado por Filipe vemos o quanto ele estava
impressionado por aquilo que lia em Isaías acerca de Cristo (Atos 8).
Assim, o crer em Cristo não é algo
natural, mas sim uma obra feita pelo Espírito Santo naqueles que recebem a
palavra de Deus com temor e alegria no coração. Carecemos dessa obra tão
gloriosa do Senhor em nossos dias; precisamos ver o quanto a palavra de Deus é
instrumento suficiente nas mãos do Espírito Santo, quando usada por homens
chamados por Deus para a poderosa arte da pregação.
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