terça-feira, 16 de janeiro de 2018

OU ESTÁ VIVO, OU ESTÁ MORTO (3)




“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, o que, todavia se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus (João 3:36).
                AQUELES QUE ESTÃO VIVOS: “Quem crê no Filho tem a vida eterna...”.
        Tudo o que parece ser de Deus deve ser examinado à luz das sagradas letras, especialmente a fé. Por essa razão quero continuar examinando a frase “Quem crê no Filho...”. É claro que, à luz da bíblia o crê verdadeiro só pode brotar no coração humilhado. Aliás, todo aquele que realmente crê é uma alma que foi atraída pelo poder de Deus, a fim de confiar no Filho de Deus para sua salvação. Não há qualquer possibilidade de alguém por si mesmo aproximar-se do Senhor, a não ser que Deus chame a pessoa. Cristo mesmo afirmou essa verdade aos ouvidos dos judeus: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer...” (João 6:44).
        É claro que os homens se aproximam de Jesus quando precisam materialmente dele. Muitos creem em Jesus quando ouvem que ele cura, ou quando precisam dele para qualquer necessidade nesta vida. Os judeus se aproximaram dele e até mesmo queriam elevá-lo à posição de rei. Muitos creram nele e até mesmo acreditaram em seus ensinos, mas fugiam quando testados perante o sistema religioso daqueles dias (João 12:42). Sabemos que muitos chegam a crer; muitos ficam motivados, felizes e entusiasmados numa igreja e até mesmo afirmam que foram salvos. Mas o tempo chega para mostrar o quanto a fé falsa sucumbe diante do fogo das provas que aparecem neste mundo. A fé natural pode brotar de qualquer lábio, sem que a pessoa tenha nascido de novo.
        Além de tudo isso o mundo foi contaminado por um evangelho humanista nos últimos cem anos, porque foi espalhado entre os povos o ensino pernicioso de que a fé nasce do livre-arbítrio e que Deus fez tudo e que espera uma decisão dos homens para seu filho. A fé é vista como uma decisão mental ou mesmo emocional. À luz das Escrituras esse evangelho tem trazido tanta confusão e heresias destruidoras ao mundo, porque nega a livre soberania de Deus em agir como ele quer agir, chamando os pecadores ao arrependimento e concedendo novo coração ao pecador, a fim de que este venha a lhe temer. Nem podemos avaliar os resultados tão desastrosos que agora vemos na sociedade religiosa em nossos dias, porque o que temos um evangelho que se espalhou por todos os lugares, mas que quando é examinado segundo a verdade bíblica, esse evangelho não tem qualquer profundidade.
        Mas a bíblia está cheia de ensinos que mostram a pureza e a beleza da fé cristã, fazendo real diferença entre o que é de Deus e o que é do homem. No Novo Testamento vemos como o artigo define bem o crer verdadeiro: “A fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos”. Também o arrependimento aparece para mostrar que a fé nasce de uma alma humilhada, porque a verdade revelada chegou ao seu coração. Em Atos 2 vemos que o resultado da pregação de Pedro chegou aos corações daquela multidão: “...compungiu-se lhes o coração...”. Vemos que a fé brota nos corações onde a luz da verdade entra. No eunuco evangelizado por Filipe vemos o quanto ele estava impressionado por aquilo que lia em Isaías acerca de Cristo (Atos 8).
        Assim, o crer em Cristo não é algo natural, mas sim uma obra feita pelo Espírito Santo naqueles que recebem a palavra de Deus com temor e alegria no coração. Carecemos dessa obra tão gloriosa do Senhor em nossos dias; precisamos ver o quanto a palavra de Deus é instrumento suficiente nas mãos do Espírito Santo, quando usada por homens chamados por Deus para a poderosa arte da pregação.

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